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Chuvas mais presentes em dezembro poderão ajudar a cafeicultura e o plantio da soja

Williams Ferreira

Pesquisador da Embrapa Café/EPAMIG UREZM na área de Agrometeorologia e Climatologia, atua principalmente em pesquisas voltadas para o tema Mudanças Climáticas Globais. – williams.ferreira@embrapa.br ou williams.ferreira@epamig.br

 

No Brasil, na última semana de outubro, as chuvas da primavera ocorreram de modo mais forte na região que vai desde o Mato Grosso até o Norte de Minas Gerais. Essa região, que tinha anteriormente experimentado período de seca, apresenta grande concentração do plantio da soja do Brasil. Esse volume de chuva tem favorecido o plantio da soja na região. As chuvas na parte Sudeste do país amenizaram a temperatura na região mais ao sul de Minas Gerais e na região da Mogiana em São Paulo, que são grandes produtoras de café.

As chuvas isoladas mais recentes têm contribuído para assegurar a primeira florada do café, que já apresenta na atualidade frutos na fase chumbinho. As chuvas que ocorreram nas últimas duas semanas também induziram uma segunda florada. Apesar de amenizado com as chuvas, o calor que continua pode ainda favorecer o ataque do bicho mineiro nas folhas mais jovens do cafeeiro. Desse modo os produtores devem ficar alertas com relação ao aumento da infestação dessa praga.

O forte El Niño

O atual evento El Niño (Figura 1) continua forte e dando sinais de que deverá permanecer pelo menos até o início do outono de 2016. Esse evento tem sido um dos mais fortes, quase atingindo a intensidade do El Niño que ocorreu entre 1997 e 1998. Chuvas fortes que causam inundações em algumas regiões e grandes secas em outras são as características mais visíveis da presença e da intensidade desse fenômeno climático. A produção de alimentos é um dos setores mais prejudicados, sendo o aumento da resiliência do produtor extremamente necessária no atual momento.

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Figura 1

A chuva em dezembro

Na Figura 2 pode ser observado que na faixa vermelha, que está localizada na porção nordeste da região Norte de Minas, na porção mais ao norte do Vale do Jequitinhonha e no Vale do Mucuri, as chuvas em dezembro podem chegar a ficar abaixo da média considerada normal no período. Na faixa laranja que se estende logo abaixo das áreas citadas anteriormente há possibilidade de que o volume de chuvas chegue a ficar somente muito pouco abaixo da média do mês. Nas áreas em branco as chuvas poderão ocorrer dentro, abaixo ou acima da média do período. Na faixa verde, que se encontra mais na região central do Estado, as chuvas poderão ficar acima da média do período enquanto que na faixa azul, na parte oeste do Triângulo Mineiro, extremo Sul de Minas e da Zona da Mata e na maior parte do Campo das Vertentes é esperado que as chuvas possam ocorrer de modo bem significativo acima do valor médio normal esperado para o mês de dezembro.

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Figura 2 ““ Distribuição das chuvas no mês de dezembro. Vermelho (abaixo da média), Laranja (pouco abaixo da média), Branco (dentro, acima ou abaixo da média), Verde (acima da média) e Azul (bem acima da média).

Temperatura em dezembro

Em dezembro a temperatura para todo o estado ainda deverá permanecer acima da média do período, porém essa anomalia será pequena, sendo que apenas a porção mais a oeste da região do Triângulo Mineiro deverá apresentar temperaturas mais amenas.

Chuva para os próximos meses

Em janeiro de 2016 as chuvas poderão ocorrer acima da média em toda Minas Gerais, sendo que as regiões que apresentam maior probabilidade de que as chuvas ocorram acima da média são todo o oeste de Minas e o Campo das Vertentes, a região dos municípios de Araxá, Patrocínio e Patos de Minas, no Triângulo Mineiro; Bom Despacho e Três Marias, na região central do Estado; Conselheiro Lafaiete, Itaguara, Belo Horizonte e Sete Lagoas, na região Metropolitana de Belo Horizonte; Juiz de Fora, Ubá e Cataguases, na Zona da Mata. Os municípios que apresentam menor probabilidade de que as chuvas ocorram acima da média no estado no mês de janeiro são: Frutal e Ituiutaba, no Triângulo Mineiro; Unaí, no noroeste de Minas, toda a região Norte de Minas, o Vale do Jequitinhonha, o Vale do Mucuri e o Vale do Rio Doce.

Em fevereiro as chuvas também poderão ocorrer acima da média para todo o estado de Minas, sendo que os municípios que apresentam maior probabilidade de que as chuvas ocorram acima da média são: Patrocínio e Patos de Minas, no Triângulo Mineiro; e Paracatu, no noroeste de Minas. Os municípios que apresentam menor probabilidade de que as chuvas ocorram acima da média são: Salinas e Janaúba, no Norte de Minas; e Pedra Azul, no Vale do Jequitinhonha.

A análise e o prognóstico climático aqui apresentados foi elaborada com base na estatística e no histórico da ocorrência de fenômenos climáticos globais, principalmente daqueles atuantes na América do Sul. Foram consideradas ainda as informações disponibilizadas livremente pelo NOAA; Instituto Internacional de Pesquisas sobre Clima e Sociedade “” IRI; Met Office Hadley Centre; Centro Europeu de Previsão de Tempo de Médio Prazo “” ECMWF; Boletim Climático da Amazônia elaborado pela Divisão de Meteorologia (DIVMET) do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) e com base nos dados climáticos disponibilizados pelo INMET/CPTEC-INPE. Pelo fato do prognóstico climático fazer referência a fenômenos da natureza que apresentam características caóticas e são passíveis de mudanças drásticas, a EPAMIG e a Embrapa Café não se responsabilizam por qualquer dano e, ou, prejuízo que o usuário possa sofrer, ou vir a causar a terceiros, pelo uso indevido das informações contidas na presente matéria. Sendo de total responsabilidade do usuário (leitor) o uso das informações aqui disponibilizadas.

 

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