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Tratamento de sementes com bioestimulantes aumenta as raízes das plantas

 

Daniela Andrade

Engenheira agrônoma, mestre em Fitotecnia/Produção Vegetal ““ UFLA

daniela.agronomia@hotmail.com

Gabriel Cavalcante de Paiva

Engenheiro agrônomo formado pela UFLA

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O tratamento de sementes tem como finalidade proteger as sementes contra a ação de patógenos do solo e, recentemente, este método está sendo disseminado cada vez mais, por conta dos seus efeitos positivos trazidos à semente e à plântula. Além de proporcionar o controle de doenças no seu estádio inicial de desenvolvimento, garante proteção às sementes e favorece a produtividade da lavoura.

O uso de defensivos agrícolas no tratamento de sementes atribui à planta maior tolerância às condições endógenas e exógenas da semente e possibilita maior potencial para o desenvolvimento inicial da cultura. Dentre eles podemos citar os biorreguladores, que são complexos que promovem o equilíbrio hormonal das plantas, favorecem a expressão do seu potencial genético, estimulam o desenvolvimento do sistema radicular agindo na degradação de substâncias de reserva das sementes, na diferenciação, divisão e alongamento celulares.

Benefícios

A utilização dos bioestimulantes no tratamento de sementes traz como benefícios uma germinação mais rápida e uniforme, estímulo ao melhor enraizamento, melhor eficiência fotossintética e uma melhor estrutura de plantas quando se fala em soja (engalhamento) ou milho (maior diâmetro de colmo).

Sabemos que na cultura da soja cultivada no verão, tanto quanto milho na segunda safra, muitas vezes não temos condições ideais de temperatura e umidade, o que pode ser prejudicial para o estabelecimento da lavoura, sendo que o uso de biorreguladores pode amenizar esses impactos.

A utilização dos bioestimulantes garante uma germinação mais rápida e uniforme - Crédito Shutterstock
A utilização dos bioestimulantes garante uma germinação mais rápida e uniforme – Crédito Shutterstock

Dose certa

A dosagem precisa seguir critérios, segundo as recomendações do fabricante e do engenheiro agrônomo, para que não aconteçam danos e prejuízos, tanto econômicos como ambientais. Hoje, temos no mercado somente um produto registrado como biorregulador.

Por ser totalmente hormonal, cada cultura responde a uma dosagem de forma diferente. O registro que temos hoje é realizado de forma que a dose recomendada seja a mais adequada para cada cultura que está sendo aplicada. Na cultura da soja, por exemplo, utilizamos a dose de 5ml/kg de sementes e no milho 12,5ml/kg de sementes.

Resultados de pesquisas

O bioestimulante, segundo pesquisadores da área, promoveu aumento no vigor das sementes de feijoeiro, aumentando a porcentagem de plântulas fortes (classificação do vigor de plântulas) com a dose de 0,80 L de produto comercial por hectare.

Observou-se, também, que a aplicação foliar do produto em 3,0 mL L-1 aumentou a massa de vagens e a massa de grãos do feijoeiro cultivar IAC-Carioca Tybatã (Abrantes, 2008). A pesquisa ainda relata que a concentração de 5,4 mL/kg de sementes produziu os mesmos resultados.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O alginato

Na agricultura, alginato é um bioestimulante, mas se este for de fonte natural (algas), e não sintética, pode agir como biorregulador, entretanto, a segunda característica é de forma indireta e não comprovada.

O alginato pode ser usado como tratamento de sementes, inseticidas e materiais antivirais. Mas, sua principal utilização é por aplicação direta via solo, juntamente com a irrigação ou pulverização, e é amplamente utilizado em produção de mudas em viveiros e em plantio de mudas (coloca-se juntamente com adubo nas covas ou sulcos), com a função de retenção de água.

As algas são fonte de vitaminas e aminoácidos, como glicoproteínas (alginato). Elas são ricas em estimulantes naturais como: auxinas (hormônios do crescimento/desenvolvimento), giberelina (que induz a floração e alongamento celular), e citocininas (hormônios da juventude que levam ao retardamento da senescência).

Observa-se que o emprego das algas marinhas pode estimular a proteção natural dos vegetais contra pragas e doenças e favorecer a vida microbiológica do solo. Uma propriedade peculiar desses vegetais marinhos é a alta concentração de alginato, que é um polissacarídeo componente da estrutura da parede celular das algas, fazendo com que a células permaneçam hidratadas por todo o período que passam expostas ao sol, em consequência do armazenamento de água no interior da célula.

O alginato pode, ainda, ser aplicado ao solo, sendo que pesquisas afirmam que, desta forma, ele pode reter água e agregar as partículas do solo, proporcionando um habitat adequado ao desenvolvimento das raízes e a absorção dos nutrientes, além de ser uma rica fonte de carbono para a microfauna do solo (Teixeira, 2015).

Lembrando que, por ser uma fonte natural, cada cultura pode responder de forma diferente às algas, e cada espécie de alga tem uma quantidade variada de cada substância citada.

Os bioestimulantes podem ser usados em sementes e no período vegetativo das culturas - Crédito Luize Hess
Os bioestimulantes podem ser usados em sementes e no período vegetativo das culturas – Crédito Luize Hess

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro 2015  da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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