José Geraldo Mageste
Engenheiro Florestal, doutor em Ciências Florestais e professor da UFVJM Ã disposição da Universidade Federal de Uberlândia
Ariel Santivañez Aguilar
EngenheiroAgrônomo, Universidad Mayor de San Simón, especialista em AgroecologÃa y SoberanÃa Alimentaria – Universidad Internacional de Andalucia
Ernane Miranda Lemes
Engenheiro Agrônomo, mestre em Fitopatologia, doutorando em Fitotecnia ““ Universidade Federal de Uberlândia
Atualmente, encontra-se disponível para plantio uma série de clones que variam em suas características. Entretanto, a opção deve ser feita com certos cuidados, pois as características peculiares de cada clone podem ser limitantes ao processo de consorciação. Assim, os clones que, por exemplo, apresentam copas menos densas com período regular de troca de folhas são os mais indicados.
Importância dos clones para a heveicultura
O fator que normalmente mais influencia a produtividade de um seringal é o material genético plantado. É importante a escolha de clones que propiciem alta produção durante os primeiros anos de sangria, bem como seu ciclo econômico; que respondam bem à estimulação (feita por bioestimulantes de fácil aplicação), à baixa intensidade esangria(paraseeconomizaramãodeobra) equeapresentemcrescimento satisfatório (para reduzir os custos de implantação) antes e depois da entrada da fase de produção (para proporcionar lucros constantes).
Com base nesses caracteres clonais, o heveicultor poderá assegurar alta produção, aliada à alta taxa de retorno sobre o investimento aplicado e em curto espaço de tempo.
Clones não adaptados às condições do local resultam em redução do potencial de produção. Já aqueles suscetÃveis à quebra de galhos e copa não podem ser plantados em locais com ventos fortes e constantes, sem qualquer proteção.
O clone certo
É bom lembrar que fazer proteção de seringais é caro, difícil e tem que apresentar retornos financeiros. Clones suscetÃveis ao mal-das-folhas (doença de maior impacto no Brasil, principalmente nas regiões de clima quente e úmido ““ tropical) não devem ser plantados em clima superúmido.
O clone RRIM 600, altamente produtivo, mas suscetÃvel à quebra de copa, produzirá mais em locais pouco afetados pelo vento. A sua sigla significa RuberResearchInstituteofMalasian ““ Instituto de Pesquisa da Borracha da Malásia. Ele foi desenvolvido naquele país e é bem adaptado às condições brasileiras onde a doença não ocorre de maneira epidêmica, principalmente no Planalto Paulista, Triângulo Mineiro e Sul de Goiás.
Os clones, como material para o estabelecimento de um seringal, apresentam várias vantagens, sendo a mais importante delas a uniformidade exibida pelos seus indivíduos.
Todas as árvores de um mesmo clone, sob as mesmas condições climáticas, apresentam baixa variabilidade em relação a diferentes caracteres da árvore, como: vigor, espessura de casca, produção, propriedades do látex, senescência anual de folhas (troca de folhas anualmente), nutrição e tolerância às pragas e doenças. De certa forma, isso possibilita ao heveicultor adotar um manejo fácil e econômico, além de funcional.
Com um crescimento uniforme, o número de árvores de um seringal que necessita ser descartado, seja por ataque de doenças,crescimento indesejado ou qualquer outra anomalia, é sempre menor.
Outro ponto importante a se considerar no clone é a uniformidade das propriedades do látex. Para propósitos industriais específicos, ele é mais bem apreciado, considerando-se essa uniformidade essencial. Por meio de clones com caracteres específicos diferenciados é possível a seleção de material para as mais diversas situações exigidas.
Clones x materiais convencionais
Em primeiro lugar, é preciso considerar como convencional o uso de clones. Não se deve fazer, em hipótese alguma, a instalação de seringais com mudas vindas de sementes sem enxertia – será prejuízo na certa.
Enquanto uma árvore de “pé franco“ (aquela que não é enxertada) produz 10 a 15 ml de látex/sangria, os indivíduos clonais produzirão de 150 a 180 ml/sangria.
Todas as árvores de um mesmo clone, sob as mesmas condições ambientais, apresentam baixa variabilidade em relação a diferentes caracteres, como: vigor, espessura de casca, produção, propriedades do látex, senescência anual de folhas, nutrição e tolerância às pragas e doenças.
De certa forma, isso possibilita ao heveicultor adotar um manejo fácil e econômico. Com crescimento uniforme, o número de árvores de um seringal que necessita ser descartado é sempre menor. Outro ponto importante a considerar no clone é a uniformidade das propriedades do látex.
Para propósitos industriais específicos, ele é mais bem apreciado, considerando essa uniformidade essencial. Por meio de clones possuidores de caracteres específicos diferenciados é possível a seleção de material para as mais diversas situações exigidas.