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Manejo fitossanitário das principais doenças da mangueira

 

Nilo Corrêa da Silva Rossetti

Graduando em Engenharia Agronômica ““ ESALQ/USP e estagiário ““ Casa do Produtor Rural

cprural@usp.br

 

Crédito Léa Cunha
Crédito Léa Cunha

A mangicultura é uma das principais atividades frutícolas do Brasil e por sua importância, é fundamental o manejo correto da cultura para obtenção de um maior controle de doenças, aumentando a produtividade dos pomares e mantendo a sanidade dos frutos para comercialização.

Os maiores gastos na produção de manga, principalmente durante a fase de manutenção da produção crescente e manutenção da produção estável são devido ao elevado uso de fungicidas. Por isso o manejo adequado da cultura é de extrema importância, pois ocorre uma redução no uso de fungicidas e, consequentemente, aumenta o lucro do produtor.

Sendo assim, listamos a seguir o manejo sanitário das três principais doenças da mangueira, que são: antracnose, oídio e seca da mangueira.

Antracnose

A antracnose é causada pelo fungo Colletotrichumgloeosporioide. É a doença mais frequente e importante economicamente em todas as áreas produtoras de manga no mundo, pois afeta ramos novos, folhas, inflorescências e frutos, onde a doença pode se desenvolver tanto durante o cultivo como em pós-colheita.

Nas folhas os sintomas são pequenas e numerosas manchas escuras arredondadas e salientes, nos ramos novos aparecem manchas escuras e necróticas, podendo ocorrer um secamento da ponta para a base do ramo, nas flores aparecem manchas marrons que podem causar a queda das mesmas, e nos frutos jovens causam queda ou mumificação.

Nos frutos em amadurecimento e maduros podem causar manchas pretas deprimidas, podendo até ocorrer rachaduras e posterior apodrecimento. O fungo pode também ficar latente no fruto e aparecer somente no período de amadurecimento pós-colheita.

Podar galhos secos, coletar frutos caídos e retirar frutos velhos da planta diminuem a disseminação da doença. Outros tratos culturais importantes, para o manejo da doença, são o aumento do espaçamento entre as mangueiras e a realização de podas para que se obtenha maior ventilação e insolação no pomar.

O plantio de pomares em regiões mais secas também diminui a incidência de antracnose devido à baixa umidade do ar, que desfavorece o aparecimento da doença. A indução de florescimento em épocas mais secas pode também se apresentar como boa medida de controle para o fungo.

No controle químico podem-se utilizar fungicidas de contato e sistêmicos, dependendo do clima predominante da região. Em locais mais secos, onde não há grande incidência da doença, utiliza-se mais frequentemente fungicidas de contato, e nas regiões mais úmidas são utilizados fungicidas sistêmicos, porém, nas aplicações de fungicidas sistêmicos, a cada quatro aplicações desse tipo de fungicida deve-se realizar a aplicação de um fungicida de contato, pois os sistêmicos podem selecionar formas resistentes do fungo.

As pulverizações devem ser feitas principalmente antes do florescimento, quando as plantas já estão com botão floral, e durante todo o ciclo de amadurecimento e pós-colheita do fruto. Algumas variedades de mangueira são resistentes ao fungo, podendo ser utilizadas como método de controle.

 É fundamental o manejo correto da cultura para obtenção de um maior controle de doenças - Crédito Léa Cunha
É fundamental o manejo correto da cultura para obtenção de um maior controle de doenças – Crédito Léa Cunha

Oídio

O oídio (Oidiummangiferae) é um fungo que causa sérios danos à produção quando não identificado e controlado adequadamente, podendo ocasionar até a perda de uma produção inteira.

O fungo é disseminado pelo vento e por insetos polinizadores, atacando flores, inflorescências, frutos e ramos da mangueira, sendo facilmente identificado como um pó branco-acinzentado que nada mais é do que as estruturas do patógeno.

A penetração do fungo ocorre nas épocas de forte calor e baixa umidade (ambiente seco), quando as plantas estão com baixo volume de água em seus tecidos, coincidindo com a época de florescimento no Sudeste, porém, no nordeste do País a doença pode estar presente o ano todo.

O patógeno pode se localizar na planta sem se manifestar até que encontre condições ideais para germinação, sendo necessário realizar um controle preventivo principalmente antes do florescimento, aplicando fungicida à base de enxofre molhável em períodos do dia em que a temperatura se apresenta mais amena.

A aplicação pela manhã é mais indicada, pois é um período mais úmido e com temperatura mais baixa, favorecendo a retenção do fungicida. O controle do oídio também pode ser feito por meio de variedades tolerantes à doença e com controle biológico por meio do Trichoderma spp.

Caso o pomar, além de oídio, também tenha a incidência de antracnose e Lasiodiplodia, deve-se utilizar um fungicida que seja eficaz no controle das três doenças, como o mancozeb e tiofanato metílico, reduzindo custos para o produtor.

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2015  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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