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Romanesco é exótico e lucrativo

O romanesco é cultivado principalmente na região sudeste, porém, sua área total ainda é pequena, por ser desconhecida pela maioria dos brasileiros. Geralmente é encontrado em feiras livres e supermercados especializados, sendo mais utilizado em pratos sofisticados, decorativos e de restaurantes gourmets

Pâmela Gomes Nakada Freitas

Engenheira agrônoma e professora da FCA/ UNESP

pamelanakada@dracena.unesp.br

Antonio Ismael Inácio Cardoso

Engenheiro agrônomo e professor adjunto da FCA/UNESP

ismaeldh@fca.unesp.br

Teresa Jocys Kanashiro

Engenheira agrônomo e pesquisadora científica – diretora da Unidade Laboratorial de Referência de Fitossanidade Instituto Biológico – APTA

jocys@biologico.sp.gov.br

Crédito Bejo Sementes
Crédito Bejo Sementes

O romanesco (Brassica oleracea var. botrytis) é uma hortaliça pertencente à família Brassicaceae, anteriormente denominada Cruciferaceae. Esta espécie é a mesma do repolho (B. oleracea var. capitata), brócolis (B. oleracea var. italica) e couve-de-folhas (B. oleracea var. acephala) e pertence à mesma variedade botânica da couve-flor (B. oleracea var. botrytis).

É classificada como hortaliça herbácea, com planta muito parecida à de brócolis e couve-flor, sendo mais tenra que a couve-flor. Indicada para mercado fresco e indústria, seu consumo pode ser tanto da inflorescência (cor verde claro), levemente cozida ou até mesmo crua, em saladas, podendo, também, ser consumida com suas folhas.

O rendimento da cultura está em torno de 15 mil a 18 mil inflorescências por hectare - Crédito Ana Maria Diniz
O rendimento da cultura está em torno de 15 mil a 18 mil inflorescências por hectare – Crédito Ana Maria Diniz

Exótica

Espécie exótica pelo seu formato exuberante, o romanesco é uma inflorescência composta por diversos floretes com forma fractal, ou seja, cada unidade de florete em forma de espiral tem a mesma forma da “cabeça“ do romanesco. Tem importância nutricional devido ao elevado teor de vitaminas B e C, cálcio e fibras.

O romanesco não só se assemelha aos brócolis de inflorescência (“cabeça“) única e à couve-flor em questão da aparência como também ao porte de planta (60 a 90 cm), importância nutricional, manejo da cultura, ciclo, custo de produção e manejo em geral.

A colheita da planta é única quando os botões florais se encontram bem desenvolvidos - Crédito Ana Maria Diniz
A colheita da planta é única quando os botões florais se encontram bem desenvolvidos – Crédito Ana Maria Diniz

Propagação

A cultura é propagada por sementes por meio da produção de mudas em bandejas de poliestireno expandido (isopor) ou polipropileno (plástico), atingindo ponto de transplante ao apresentar até quatro folhas.

Quanto menor o volume de substrato, menos tempo a muda deve ficar na bandeja. As mudas devem ser transplantadas geralmente no espaçamento de 0,7 a 1,0 m entrelinhas e 0,3 a 0,5 m entre plantas.

Nas brássicas, as mudas estão sendo produzidas geralmente em bandejas de 200 a 288 células. A bandeja com 288 células tem células com 6,2 cm de altura e 3,5 cm de comprimento, totalizando um volume de 34,6 cm3. Este volume é considerado relativamente pequeno e esta economia pode prejudicar a qualidade da muda e a produção final.

A tendência ao uso de bandejas com células pequenas visa à economia de substrato e de espaço no viveiro, pois quanto menor o volume das células, maior o número de mudas que podem ser obtidas por metro quadrado de estufa e, consequentemente, menor o custo de produção.

Entretanto, a economia obtida pode prejudicar a produção final, pois o menor volume de célula pode ser insuficiente para o desenvolvimento adequado das mudas, impedindo que as cultivares disponíveis expressem seu potencial, reduzindo a produtividade e a qualidade da “cabeça“, principalmente se as condições de cultivo não forem as ideais.

Por exemplo, mudas produzidas em bandejas com menor número de células (maior volume de substrato por muda) tendem a suportar chuvas intensas logo após o transplante, com menor perda de produção em relação às mudas produzidas em bandejas com maior número de células.

O romanesco pertence à mesma variedade botânica da couve-flor - Crédito Ana Maria Diniz
O romanesco pertence à mesma variedade botânica da couve-flor – Crédito Ana Maria Diniz

As mudas

A idade da muda é outro fator que pode afetar a planta no campo, pois o desenvolvimento radicular dela é dependente do volume de substrato disponível, e se for mantida por período muito grande, ela poderá apresentar deficiências nutricionais ou até mesmo enovelamento e morte das raízes.

No plantio das mudas, alguns cuidados devem ser tomados, podendo-se destacar:

Ø Irrigar as mudas e o campo antes do plantio;

Ø Selecionar as mudas, descartando-se mudas “cegas“ (sem o meristema apical), doentes e muito fracas;

Ø Transplantar as mudas na mesma profundidade em que estavam na bandeja, ou seja, colocar no solo apenas o torrão com o substrato, evitando-se enterrar o caule das mudas.

Foto 05Com relação à nutrição das plantas na fase de mudas, recomenda-se a aplicação foliar de boro e molibdênio por ser esta uma das culturas mais exigentes nestes micronutrientes.

No caso do boro, pode ser aplicado 1,0 a 2,0 g de ácido bórico por litro de água e para o molibdênio de 0,8 a 1,2 g de molibdato de sódio por litro de água. Estes produtos não podem ser misturados na mesma aplicação.

Além do viveiro de mudas (uma ou duas aplicações), recomendam-se mais duas aplicações após o transplante espaçadas de 15 a 20 dias. Quanto ao boro, recomenda-se, também, a aplicação no sulco ou cova de transplante de cerca de 1 g de bórax por planta ou o equivalente, utilizando-se adubo formulado NPK enriquecido com boro, o que é muito mais prático.

A deficiência de boro normalmente só é percebida no final do ciclo com “apodrecimento“ interno do caule e da “cabeça“.

Todas as pulverizações foliares devem ser feitas com espalhante adesivo devido a grande quantidade de cera nas folhas das brássicas. A aplicação de micronutrientes no solo isoladamente é difícil de ser realizada por causa das quantidades necessárias serem muito pequenas, aumentando o custo para se ter uma aplicação uniforme.

Foto 06 - O formato exótico chama a atenção dos restaurantes gourmet - Crédito Internet Foto 07 - O romanesco é mais utilizado em pratos sofisticados - Crédito Ana Maria Diniz

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Hortifrúti, edição de dezembro 2015. Adquira a sua para leitura completa.

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