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Chuvas no RS podem prejudicar ainda mais a safra de pêssego

 Segundo a Climatempo, precipitações estão sendo agravadas pelo El Niño, que continuará atuando na região durante toda a colheita da fruta 

 

Na medida em que o pêssego amadurece a firmeza da polpa diminui Créditos Pixabay
Créditos Pixabay

Nesta época, o pêssego é uma das frutas mais presentes nas mesas dos brasileiros, até porque, o calendário de plantio da cultura coincide com as festas de fim de ano, que fazem a demanda do pêssego aumentar. Em 2015, porém, já é possível observar uma pequena elevação no preço da fruta.

De acordo com dados da Ceasa RS, na segunda quinzena de dezembro de 2014, o quilo do pêssego era vendido, em média, por R$ 3,50. Atualmente, o preço da fruta está em torno dos R$ 4,00, e pode ser encontrado até por R$ 7,00. O aumento de 12,5% na média do preço de venda já pode ser atribuído ao fenômeno El Niño, que prejudicou a oferta justo quando a procura aumenta.

Mas os problemas climáticos que estão afetando os pessegueiros não são recentes. Em julho, período da florada no Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 60% da produção nacional da fruta, o problema foi o calor, que antecipou a floração. “Tivemos altas temperaturas, que superaram os 30ºC. Além disso, a plantação também sofreu com a mudança brusca no tempo, pois tivemos calor intenso e geada em uma única semana“, revela Maria do Carmo Raseira, pesquisadora da Embrapa de Pelotas (RS).

Agora, na época da colheita, a principal preocupação são as chuvas, que não param de cair sobre o Rio Grande do Sul. O meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, explica que a região Sul foi uma das que mais sofreu os impactos causados pelo El Niño, que já é o mais forte desde 1997 e que também atingiu a parte rural da capital Porto Alegre, onde o engenheiro agrônomo Antonio Conte, da Emater/RS, confirma os estragos. “O excesso de água não tem sido favorável, pois o pêssego é propicio de regiões áridas ou secas“, explica Conte, que ainda diz não ser possível falar quanto foi perdido, mas revela a estimativa de quebra de safra: “com base no que já foi colhido, os produtores esperam uma perda de até 30%“. Até o inicio da segunda quinzena de dezembro, quase 60% da área plantada ainda estava para colher.

As previsões da Climatempo indicam que as chuvas ainda acontecem em fevereiro, mas com menor frequencia se comparado a Janeiro: “ Não dá para descartar a ocorrência de granizo e fortes rajadas de vento, até o final do ano, que inclusive podem atingir Porto Alegre“, comenta Nascimento.

Além da chuva, também são esperadas temperaturas abaixo da média em todos os estados do Sul do país, que segundo Nascimento, “serão causadas por frentes frias e por sistemas de baixa pressão, que vão se formar sobre a região e ajudar a provocar mais chuva“. Com o céu cheio de nuvens, temperaturas baixas e pouco sol, mais da metade da safra que ainda não foi colhida, fica em estado de alerta.

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