Adilson Galdi
Marcelo Yoshimi Yamamoto
Graduandos do curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Franca – Unifran
Diego Henriques Santos
Engenheiro agrônomo da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo ““ Codasp
A agricultura, nos últimos anos, apresentou ganhos expressivos em produtividade graças ao aumento de tecnologias, entre elas a adoção de fertilizantes e corretivos adequados.
Uma tecnologia promissora para as diferentes culturas é a utilização de produtos que exibam ação bioestimulante. Tais produtos, em função da sua composição, concentração e proporção de componentes, podem incrementar o desenvolvimento vegetal e a produtividade.
As algas são organismos autótrofos e fotossintetizantes que diferem das plantas por não formarem tecidos nem órgãos ordenados, ou seja, não apresentam uma estrutura dividida em raiz, caule e folhas. Podem ser utilizadas como uma forma de adubação natural e eficaz. Seus talos são ricos em minerais essenciais ao desenvolvimento das plantas, como o cálcio, o nitrogênio e o potássio.
As algas
No Brasil, o uso de produtos à base de extrato de algas na agricultura é regulamentado pelo Decreto nº 4.954, de 2004, enquadrado como agente complexante em formulações de adubos foliares, portanto, assim como os aminoácidos, o extrato de algas é considerado aditivo pelo MAPA e tem seu uso aprovado em fertilizantes, em geral como estabilizante da formulação.
Benefícios para a agricultura
O extrato de algas estimula o crescimento vegetal, pois contém macro e micronutrientes, carboidratos, aminoácidos e estimuladores de crescimento. As ações conjuntas dessas moléculas e nutrientes produzem um efeito estimulante, além de melhorar alguns processos fisiológicos das plantas, como a absorção de nutrientes e a fotossíntese.
Além de serem ricos em minerais, os extratos de algas também são utilizados como fertilizantes em função de serem fontes naturais de citocininas, classe de hormônios vegetais que promove a divisão celular e retarda a senescência.
Também, na parede celular das algas são encontrados polissacarÃdeos complexos, os quais podem apresentar diferentes formas de atividade biológica, como aumentar as respostas de defesa das plantas. Portanto, por meio da aplicação de adubos complexados com algas é possível observar um fenômeno denominado efeito fisioativador, responsável por proporcionar às plantas estímulos de crescimento vegetativo e defesa contra patógenos.
Quanto ao crescimento ocasionado às plantas pela ação destes fertilizantes, o mesmo é evidenciado pela presença de hormônios, como as citocininas e auxinas, que atuam na planta melhorando a eficiência de absorção de água e nutrientes, assim como a realização de fotossíntese, que acarreta em maior vigor vegetativo e, consequentemente, maior crescimento das plantas.
Pesquisas
Pesquisas demonstram que o extrato de alga pode produzir um efeito estimulante na planta, promovendo maior formação de raízes, aumento na floração e na taxa de fecundação. Além disso, possui um efeito desestressante e desintoxicante nas culturas, permitindo que as plantas retomem seu crescimento e desenvolvimento rapidamente.
Todos esses benefícios propiciam e estão relacionados a uma maior produtividade das culturas, às quais são fornecidos os fertilizantes contendo extrato de algas.
Quando aplicar
As aplicações de adubos complexados com algas são foliares e devem ser realizadas nos momentos certos de cada cultura, ou seja, na fase em que a cultura demanda por nutrientes, que são mais crÃticas.
A aplicação deve ser feita em duas a três vezes durante o ciclo da cultura, tendo o cuidado com a regulagem dos equipamentos de pulverização e a verificação do seu perfeito funcionamento no momento da aplicação, com orientações de um engenheiro agrônomo.
Resultados
O milho ocupa importante papel na alimentação animal, humana e, com o advento do etanol, a demanda por este cereal tem crescido nos Estados Unidos. No Brasil, a média de produtividade do milho está muito abaixo daquela alcançada em áreas com adoção de alta tecnologia, e muito aquém ainda do seu potencial genético produtivo.
Desta forma, torna-se estratégico o emprego de novas tecnologias que proporcionem aumentos de produtividade, melhorem o aproveitamento dos recursos disponíveis, visando sustentabilidade dos sistemas agrícolas, e evitem prejuízos ao ambiente.