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Biotecnologia e a resistência de plantas daninhas, pragas e doenças

Márcio Fernandes Peixoto

Doutor em Entomologia e professor do Instituto Federal Goiano/Rio Verde

marciofpeixoto@gmail.com

 Crédito Divulgação
Crédito Divulgação

Desde Mendel (Leis de Mendel-1865) vem-se buscando a manipulação genética de plantas modificando-as por algum tipo artificial de seleção. Uma planta geneticamente modificada é um organismo que contém um gene que foi artificialmente inserido, ao invés de adquirido naturalmente por polinização.

O gene inserido, conhecido como “transgene”, pode vir de outra planta ou mesmo de outra espécie completamente diferente. Na atualidade, a manipulação se dá por processos mais rápidos e direcionados, como o OGM e o transgênico, cada qual com sua particularidade:

üOGM: qualquer manipulação genética em organismo de mesma espécie.

üTransgênico: manipulação gênica envolvendo genoma de espécies diferentes, embora comumente sejam todos denominados de OGM.

Na agricultura essa técnica tem sido utilizada para melhorar os aspectos fitossanitários das plantas para proteção contra pragas, doenças e plantas daninhas. Essa tecnologia tem proporcionado aumento de produtividade de 10 a 50% às culturas, no entanto, o custo de produção segue o mesmo padrão, em que a profissionalização do setor é imperativa.

Portanto, o benefício real, econômico e ambiental dependerá muito da assistência técnica, seja pública ou privada. E, novamente, a utilização de apenas uma ferramenta no manejo fitossanitário será um grande risco para a preservação de qualquer tecnologia.

No Brasil, estima-se que se cultivem 45 milhões de hectares com as culturas transgênicas, atrás apenas dos Estados Unidos, com soja, milho e algodão, sendo que no Brasil há adoção de 90% em transgênicos.

Superpragas, doenças ou plantas

Qualquer tecnologia no campo poderá acelerar um processo relativo à geração de uma planta, um inseto, uma bactéria ou um fungo (levedura) mais bem adaptados a determinado ambiente agrícola.

A maneira com que o ambiente se modifica ou é modificado é que alteraráa dinâmica genética x ambiente. Portanto, toda tecnologia deve ser utilizada conscientemente, de maneira a identificar a interação entre os seres envolvidos. Há a preocupação do fluxo gênico entre espécies aparentadas, seja em cultivos convencionais ou orgânicos, e a possível resistência a um determinado fator.

Uma grande preocupação se dá em razão da detecção de insetos ou plantas resistentes no campo, pois quando se percebe alguma resistência visual é sinal de que a população já estaria com elevada quantidade de indivíduos (sementes) com variado grau dessa resistência.

Se o banco de sementes for grande, evidencia-se um problema eminente. Em geral, a percepção de plantas daninhas resistentes ocorre a partir de controle abaixo de 80% de indivíduos, na dose recomendada. Como é de praxe na utilização de doses acima da recomendada, em razão de diversos fatores, a detecção de resistência fica extremamente prejudicada.

Essa resistência é um fenômeno de considerável evolução nos recentes anos e a detecção precoce, por técnicas biotecnológicas, é essencial no manejo de plantas daninhas.

Resistência

Nenhum cientista pode desprezar a capacidade de desenvolvimento de resistência por plantas ou insetos. No caso da resistência da ordem lepidóptera à tecnologia Bt, a dúvida está na duração eficiente dessa tecnologia.

Já foi detectada mudança no comportamento em alguns insetos, os quais se aproveitaram da irregularidade da expressão gênica da toxina nas partes da planta, bem como ao longo do seu ciclo, e começaram a atacar as partes com concentração menor.

Em experiência pessoal, verificou-se que a pamonha do milho Bt apresentou características diferentes daquela de milho convencional.No milho já temos uma planta “Frankstein bombada“, que foi manipulada para muitas adaptações, como: controle de pragas, qualidade nutritiva (lisina), rendimento de etanol (amilase), tolerância à seca, aproveitamento de fósforo por suíno (fitase), etc.

Apesar da atual incerteza em relação às culturas geneticamente modificadas, uma coisa permanece clara: oseu potencial econômico. Há, porém, algumas preocupações, e as decisões devem estar fundamentadas em informações de base científica.

Essa matéria você encontra na edição de janeiro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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