Glaucio da Cruz Genuncio
Doutor em Nutrição Mineral de Plantas““ UFRRJ
Everaldo Zonta
Doutor em Agronomia – UFRRJ
Elisamara Caldeira do Nascimento
MSc. em Fitotecnia pela UFRRJ
A área de plantio de morango no Brasil ainda é pequena frente ao potencial desta cultura, que é de aproximadamente 4.000 ha. Além disso, a sua produtividade média, atualmente, é de 35 t ha-1, com potencial de 60 t ha-1, com o uso de técnicas como aplicação de telas de sombreamento.
As regiões produtoras de morango estão concentradas nas regiões Sudeste e Sul, em clima subtropical de altitude elevada(acima de 800 m); as regiões de Minas Gerais (municípios de Pouso Alegre e Estiva) e São Paulo (Piedade, Jarinú e Atibaia), assim como Paraná (São José dos Pinhais) e Rio Grande Sul (Vale do Rio CaÃ, Serra Gaúcha e sul do RS) merecem destaque.
De modo geral, o Estado de Minas Gerais destaca-se como maior produtor, por produzir cerca de 30 mil toneladas/ano, seguido de São Paulo, com 29 mil toneladas, e o Rio Grande do Sul, com 11 mil toneladas. Assim, os três Estados produzem cerca de 80% de todo o morango obtido em território nacional.
Estas variações, tanto em área plantada como em produtividade, devem-se a fatores tecnológicos empregados, tais como: mãodeobra despendida, adequação genética das cultivares às condições ambientais adequadas (temperatura e fotoperíodo), uso de irrigação, manejo da nutrição, cultivo em ambiente protegido e o uso do manejo integrado de pragas e doenças.
Necessidades fisiológicas do morangueiro
A escolha da cultivar de morango a ser plantada está em função de variáveis ambientais como fotoperíodo e temperatura, assim como do seu potencial genético. De modo geral, as plantas cultivadas no Brasil são denominadas de dias curtos (PDC), as quais apresentam respostas fotoperiódicas (indução ao florescimento) em comprimentos de dias variando entre 10 a 12 horas eem faixas de temperaturas de 10 a 18ºC.
Vale ressaltar que o morangueiro requer, para o seu pleno florescimento, um determinado número de horas de frio, em média, com temperaturas abaixo dos 7ºC. A ausência destas horas é fator gerador de baixa produção e qualidade de frutos (reduzido teor de açúcares solúveis totais e menor tempo de prateleira).
Características fisiológicas
Cultivares como a Camarosa, Sweet Charlie, Diamante, Ventana e Dover destacam-se nas principais áreas de plantio de morango, sendo todas originárias dos Estados Unidos e introduzidas no Brasil.
Porém, merecem destaque, dentre as cultivares melhoradas no Brasil: Campinas e Princesa Isabel (ambas desenvolvidas pelo IAC), assim como Vila Nova, Santa Clara e Burkley (desenvolvidas pela Embrapa Clima Temperado).
Já para processamento (polpa), a cultivar IAC 5074 (Guarani) é sistematicamente utilizada no Brasil. Entretanto, o número de cultivares disponíveis ainda é o principal fator restritivo ao desenvolvimento do morangueiro no Brasil.
Tecnologias
A tomada de decisão na implantação de tecnologias que regulem a floração e a frutificação do tomateiro é importante. Esta tomada de decisão para o cultivo do morangueiroestá em função dosquatro estádios reprodutivos que esta cultura possui, os quais são subdivididos em: indução, iniciação, diferenciação e desenvolvimento floral.
O último estádio destaca-se por ser influenciado diretamente pelo genótipo utilizado pelo produtor, além dos fatores ambientais supracitados.
Para uma melhoria da produção e qualidade do fruto, dois fatores ambientais devem ser controlados para o cultivo do morangueiro, sendo a manutenção da irradiância próxima a 420 µmol m-2 s-1no período de floração e frutificação e a manutenção de fotoperíodos adequados, caso o ambiente não seja adequado.
Telas de sombreamento
O uso de telas que selecionem e mantenham estairradiância, assim como comprimentos de onda próximos ao vermelho (670 nm), são tecnologias importantes a serem adotadas para a produção do morango, a exemplo das denominadas malhas fotoconversoras.
A aplicação destas malhas merece destaque por elas potencializarem a produção do morango quanto à adequação da irradiância, além da seleção de comprimentos adequados à fisiologia do desenvolvimento.
Alguns pesquisadores destacam que a adoção destas malhas favorece o aumento na produção de giberelina, que é um hormônio responsável pela indução floral, assim aumentando a produção de flores e frutos para esta cultura.
Recomendação
 O uso de telas de sombreamento, principalmente as telas ou malhas fotoconversoras, tem como função minimizar efeitos de radiação, por promoverem alterações ambientais, tanto em irradiância como em qualidade no comprimento de luz.             Estas telas também possuem a função de controlar efeitos de temperatura, umidade e fotoperíodo, além de proteger a cultura de ventos, granizos, chuvas, geadas e do ataque de pragas e doenças.