Fernando Simoni Bacileri
Msc. e doutorando em Agronomia na Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
FabrÃcio Borges Ruzafa
Engenheiro agrônomo especialista em Nutrição de Plantas
O monitoramento do estado nutricional das florestas pode ser realizado com o uso de ferramentas que indiquem a fertilidade do ambiente onde estas se encontram, como a análise quÃmica do solo e também com informação sobre o histórico da área (produtividade de cultivo anteriores, deficiências observadas, correções realizadas, etc.) entregues com ferramentas que demonstrem a condição nutricional das plantas, como a diagnose visual e a análise quÃmica de folhas.
A análise de solo é um instrumento básico de diagnose dos padrões físico-químicos do solo, sendo indispensável em um programa de utilização adequada de corretivos e fertilizantes para uma floresta. Propicia informação para tomada de decisão e adoção de práticas para aumentos da produtividade e qualidade dos produtos colhidos.
Análise de perto
A avaliação feita por meio da constatação de sintomas de deficiência ou toxicidez é denominada diagnose visual. A diagnose visual é feita comparando-se o aspecto de uma amostra com um padrão, sendo que na maioria das vezes utiliza-se como referência um órgão da planta, que geralmente é a folha.
Um problema no uso da diagnose visual é que quando os sintomas de deficiência são observados visualmente a falta do nutriente que está provocando este sintoma já está comprometendo a produtividade.
As folhas constituem a parte metabolicamente mais ativa das plantas, consequentemente, as alterações que ocorrem ao seu redor, e na planta como um todo, são rapidamente refletidas neste órgão. Nesse sentido, o nível de composição nutricional nas folhas representa um ponto de partida para o monitoramento do estado nutricional das plantas e, por conseguinte, relaciona com as recomendações que aumentem a viabilidade e a otimização do cultivo, uma vez que a variação na concentração está interligada com o nível produtivo.
Importância
A análise quÃmica de folhas ou análise foliar é reconhecidamente uma ferramenta de grande importância no monitoramento do estado nutricional de plantas, pois a planta é o próprio extrator de nutrientes do solo, o que possibilita um diagnóstico nutricional direto.
Com a análise foliar é possível avaliar o estado nutricional, identificar deficiências antes de surgirem os sintomas visuais que podem, em algumas situações, ser confundidos, dificultando a diagnose visual.
A avaliação do estado nutricional de plantas por meio dos métodos de diagnose foliar, os quais relacionam os teores de nutrientes entre si, como no caso do Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS), vem se destacando dos tradicionais, que consideram os teores dos nutrientes individualmente, como o nível crÃtico e a faixa de suficiência.
DRIS
O DRIS representa, atualmente, o desenvolvimento máximo da técnica de diagnose foliar, nos moldes que se tem empregado em situações de rotina nas condições de campo, pois trata-se de um método direcionado ao cálculo de Ãndices para cada nutriente mensurado, além de efetuar relações com os demais nutrientes, comparando cada relação obtida com relações de uma população de referência, a qual possui média distinta e desejada.
Os resultados obtidos com os Ãndices permitem inferir se a população em estudo apresenta nutrientes em deficiência, valores negativos, excesso, valores positivos ou em equilíbrio, valores próximo a zero, frente à população na qual se teve uma produtividade desejada.
Apesar de não informar a quantidade a ser aplicada, o método direciona como estão os níveis de deficiências e excessos. Dessa forma, quanto mais negativo estiver o valor de um dado nutriente, mais limitante à produção ele está, portanto, é possível obter uma classificação dos nutrientes em ordem de deficiência ou de excesso.
NÃveis desejados
No que se refere à quantidade total de macronutrientes na parte aérea, Silveira et al.(2001) apresentam a seguinte ordem: N > Ca ≥ K > S ≥ Mg > P. Para Bellote et al. (1980) o cálcio foi o nutriente mais extraÃdo pelo eucalipto, seguido, em ordem decrescente de: N, K, S, Mg e P.
Quanto aos micronutrientes, Bellote (1979) menciona o manganês (Mn) como o mais extraÃdo e exportado pelo eucalipto, seguido pelo ferro (Fe), boro (B), cobre (Cu) e zinco (Zn).