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Telados trazem mais segurança à produção de tomate

Glaucio da Cruz Genuncio

Doutor em Nutrição Mineral de Plantas

glauciogenuncio@gmail.com

Everaldo Zonta

Doutor em Fertilidade dos Solos

Elisamara Caldeira

Mestre em Fitotecnia

Crédito Maurício Rezende
Crédito Maurício Rezende

O uso da plasticultura tem por objetivo a redução de danos físicos e biológicos. A chuva, o vento, o granizo e o excesso de radiação enquadram-se como fatores que causam danos físicos às plantas (danos abióticos), assim como o ataque de pragas são os fatores de origem biológica (danos bióticos), dos quais o produtor tem que se preocupar durante todo o ciclo da cultura.

Por outro lado, a sazonalidade na produção do tomate está em função dos fatores climáticos, além da necessidade fisiológica da planta, como por exemplo, uma termoperiodicidade específica (diferenças entre temperaturas diurnas e noturnas) e a exigência de temperaturas máximas abaixo de 30ºC na floração, sob pena de abortamento severo de flores.

Os telados

Via de regra, a produção de hortaliças, tanto folhosas quanto frutíferas, em períodos de altas temperaturas e incidência de chuvas é difícil e tem por consequência a redução de produtividade.

Assim, o uso de telado nestas condições visa favorecer um menor impacto da chuva na superfície da planta, assim como a redução do excesso de irradiância (radiação). Porém, é importante se ater que mesmo com a adoção de telados, alguns cultivos, como a rúcula, podem apresentar perdas significativas em produção e produtividade quando cultivadas nestas condições climáticas. Isso porque tais grupos de espécies não respondem bem mesmo quando cultivadas sob telado, nessas condições climáticas, e perdas são verificadas.

De modo geral, a adoção de telas de proteção no cultivo do tomateiro pode reduzir o ataque de pragas e doenças em até 100%, em função do manejo que o produtor adotará.

Porém, sendo vasta a oferta de telas no mercado, cabe ao produtor solicitar ou buscar informação técnica em função da especificidade do material antes da tomada de decisão. Por exemplo, telas antiafídeas são recomendadas para locais de alta incidência de Helicoverpaarmigera e Neoleucidoneselegantalis, além de Bremisiatabaci, pragas estas que podem induzir perdas de 100% à produção.

Vantagens de produzir tomate em telado

Uma maior segurança quanto às intempéries, além de um ambiente de cultivo protegido que facilitará o manejo de pragas e, consequentemente, uma garantia de produção, produtividade e qualidade de frutos, são vantagens dos telados.

Por outro lado, em campo aberto as pragas podem reduzir a formação e a qualidade do fruto, além de afetar tanto a produção quanto a produtividade do tomateiro. Observam-se, ainda, perdas na qualidade pós-colheita, apresentando, assim, frutos com maior incidência de pragas e doenças, com tempo de prateleira reduzido.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Economia de fertilizantes

Os telados facilitam um melhor manejo, tanto em cultivos em substrato quanto no solo. Em solo, variáveis como evaporação e escoamento superficial são de melhor controle e menor influência no sistema. Já no cultivo em substratos, a redução das taxas de evaporação favorece uma redução/ausência de salinização do meio de cultivo.

Assim, ao se obter redução das variáveis indesejáveis ao cultivo, mais eficiente torna-se o manejo nutricional dos cultivos sob telado. Vale ressaltar que o monitoramento e manejo tanto da irrigação quanto da fertilização são importantes para que não se tenha efeitos como maior salinização, lixiviação e perdas das camadas subsuperficiais, tanto em cultivos sob telado quanto a céu aberto.

Estas variáveis, quando manejadas de forma errônea, têm influência negativa em quaisquer sistemas de cultivo.A quantificação da economia de fertilizantes pode ser feita por sua dinâmica no solo. Assim, a eficiência de NPK é aumentada, podendo chegar a 15% de economia no uso de fertilizantes nitrogenados e potássicos, e a 25% nos fertilizantes fosfatados para cultivos em solo.

Em sistemas hidropônicos, este comparativo dependerá muito do manejo nutricional da cultura, uma vez que nossa testemunha será sempre o cultivo em estufas hidropônicas. Assim, a comparação é específica e variável entre regiões (com maior ou menor pluviosidade) e do manejo adotado pelo produtor.

Entre um e outro

Com os telados, o produtor passa a ter maior garantia de menores perdas por influência climática e uma menor incidência de pragas. Por consequência, há um menor consumo de água (recurso escasso nos dias atuais), menor aplicação de fertilizantes (dependendo do manejo nutricional adotado) e menor aplicação de defensivos (dependendo da eficiência do manejo integrado de pragas adotado).

Em função disso, existe a possibilidade de maior rentabilidade em função de acréscimos em produção, produtividade e qualidade de frutos comercializáveis.

Custo

O custo de implantação do telado fica entre R$ 35,00 a R$ 55,00 o m2, dependendo da infraestrutura (madeira ou ferro galvanizado a quente; amarração, manejo da tela (fixa ou móvel) e tipo de tela (negra, branca, termorrefletiva, pigmentada, antiafídea, dentre outras)).

O uso de telado tem excelente custo-benefício. Assim, a adoção desta tecnologia é amplamente recomendável na maioria das regiões produtivas do Brasil.

Essa matéria você encontra na edição de fevereiro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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