LaÃs Sousa Resende
Graduanda em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras ““ UFLA, membro do Núcleo de Estudos em Cafeicultura ““ NECAF
Giovani BeluttiVoltolini
Thales Lenzi Costa Nascimento
Graduandos em Agronomia pela UFLA, membros do NECAF e do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia ““ GHPD
A agricultura caminha a passos largos no que diz respeito aos incrementos em produtividade e também à praticidade na realização dos manejos da lavoura durante o ciclo da cultura. Neste sentido, a cultura do algodoeiro dispõe de grandes avanços tecnológicos, sendo eles em novos fertilizantes, tecnologias que agregam maior viabilidade na realização das práticas culturais e, consequentemente, possibilitam a elevação da produtividade da cultura, a redução do custo de produção e a maior qualidade do produto final.
Quando se leva em questão a parte nutricional do algodoeiro, os cotonicultores podem lançar mão de algumas práticas que vêm mostrando grandes resultados no que diz respeito à elevação da produtividade da cultura. A fertilização via foliar com aminoácidos vêm sendo muito difundida e apresenta incrementos significativos no crescimento e consequentemente na produção da lavoura.
Estes acréscimos estão diretamente relacionados com a forma de atuação dos aminoácidos na planta, se mostrando prontamente disponíveis para absorção, evitando assim maiores gastos de energia (ATP) com sua metabolização.
Também está diretamente relacionado com as fases de crescimento do ciclo da cultura, em que o fornecimento é feito no momento que a demanda é elevada, como a floração e frutificação.
Por meio de ensaios de campo, foi possível analisar e quantificar o efeito da aplicação de aminoácidos no algodoeiro, sendo que as características morfológicas da planta, como altura e diâmetro de caule apresentaram incrementos de crescimento. O maior crescimento e desenvolvimento dos ramos aliado às condições adequadas e à eficiência da aplicação fazem com que a produtividade final da área seja elevada, assim como a rentabilidade da atividade.
Produtividade
A presença de aminoácidos nos fertilizantes exerce a função de complexação de nutrientes, permitindo formular fertilizantes foliares que apresentam vantagens para diferentes culturas.
 No algodão, observa-se que a incorporação do aminoácido no fertilizante faz com que os nutrientes sejam facilmente aproveitados, favorecendo a velocidade e a eficiência da absorção, transporte e assimilação do nutriente pelas plantas.
Como a velocidade de absorção do nutriente é mais rápida, as perdas são reduzidas por lavagem com chuvas, já que a complexação evita que o nutriente fique preso na cutÃcula e epiderme da planta, fazendo com que o produto fique exposto por menos tempo.
Com a rápida a absorção, a suplementação nutricional e a correção da carência nutricional da planta são corrigidos rapidamente. Outro ponto a ser destacado é que o aminoácido pode ser incorporado ao metabolismo vegetal e participar de processos biológicos da planta, oferecendo resposta aos estresses ambientais e fitotoxidez.
Pesquisas recentes mostram que os ganhos na produtividade do algodão com o uso de formulações à base de aminoácidos chegam a até 10%, de acordo com o material genético utilizado e também a quantidade aplicada.
As aplicações foliares de fertilizantes com aminoácidos são dividas em quatro, sendo a primeira com 30 DAE (dias após emergência), 50 DAE, uma aplicação na pré-florada e outra na pós-florada. Cabe lembrar que o número de aplicações depende do nível tecnológico do produtor, do produto utilizado e do custo de produção.
Custo
Em relação ao custo de aplicação do fertilizante com aminoácidos, calcula-se em torno de R$ 100,00 por hectare, considerando apenas o preço do produto. A aplicação geralmente é dividida em quatro vezes durante o ciclo do algodão. Assim, o investimento realizado pelo produtor com fertilizantes à base de aminoácidos ao longo do cultivo do algodoeiro fica em torno de R$1.000,00 por hectare.
Vale a pena destacar que o preço do produto varia de acordo com seu preparo, marca comercial, composição e tipo de formulação. Se levarmos em conta os custos totais para se realizar a aplicação, o valor pago pelo produtor fica mais oneroso, uma vez que temos que levar em conta os valores gastos com mão de obra, maquinário e combustÃvel.
As cultivares comumente utilizadas pelos cotonicultores apresentam produtividade média de 270 @/ha. Levando em consideração que o uso de fertilizantes à base de aminoácidos aumenta a produtividade da lavoura na média de 10%, a produtividade média alcançada pelas cultivares que receberam adubação com esse tipo de fertilizantes aumenta para 300 @/ha, tendo um ganho de 30 arrobas.
Como o preço da arroba do algodão está cotado atualmente em R$ 76,00, o valor recebido pelo produtor por hectare aumenta de R$ 20.000,00 para R$23.000,00, tendo um aumento de cerca de R$ 3.000,00 por hectare.