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O que você precisa saber sobre o cultivo do jiló

Jadir Borges Pinheiro

Pesquisador da Embrapa Hortaliças

 

Fotos Luize Hess
Fotos Luize Hess

O jiló é cultivado principalmente na região Sudeste do Brasil. O Estado do Rio de Janeiro é o principal produtor nacional e as produtividades médias variam de 20 a 60 t/ha.

As cultivares de jiló disponíveis têm sabor amargo ou extremamente amargo, de formato redondo ou alongado. O mercado dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro prefere cultivares de frutos alongados ede coloração verde-clara.

As cultivares do Estado de São Paulo apresentam frutos redondos de coloração verde-escura. Mais recentemente foram disponibilizados no mercado alguns híbridos de jiló, com rendimentos até 40% superiores aos das cultivares de polinização aberta.

As mudas

Para a formação de mudas de jiló, devem ser adquiridas sementes de boa qualidade fisiológica, física e sanitária. As mudas devem ser produzidas em bandejas de plástico ou isopor, utilizando substratos comerciais ou preparados na propriedade, garantindo que estejam livres de patógenos.

Sempre que possível, as mudas devem ser produzidas em cultivo protegido, fornecendo todos os tratos culturais, como irrigações, fertilização e manejo fitossanitário. Em boas condições, a germinação ocorre dentro de duas semanas.

O transplantio

O transplantio deve ser efetuado assim que as mudas estiverem com quatro a seis folhas definitivas e o sistema radicular bem desenvolvido. O período da semeadura até o transplantio pode variar em função da temperatura ambiente, principalmente durante a germinação e emergência das plântulas, o que ocorre geralmente entre os 30 e 40 dias após a semeadura.

Alguns cuidados devem ser tomados durante o transplantio: a) irrigar o local definitivo de plantio antes do transplantio para evitar estresse das mudas; b) transplantar preferencialmente em dias nublados ou ao final da tarde de dias ensolarados; c) não podar folhas e raízes para evitar a entrada de patógenos.

Preparo de solo

Recomenda-se o preparo do solo por meio de aração, gradagem e calagem, quando houver necessidade.Os espaçamentos mais comumente utilizados são de 1,00 m a 1,50 m entrelinhas e 0,70 m a 1,00 m entre plantas.

O plantio pode ser feito em sulcos ou covas que devem ter aproximadamente 25 cm x 25 cm e cerca de 15 cm de profundidade. A planta deve ficar a uma profundidade pouco maior do que aquela em que se encontrava na fase de formação de mudas em relação à superfície do solo.

Exigência nutricional da cultura

O jiló é uma planta rústica, podendo ser cultivada nos mais diversos tipos de solo. Contudo, solos com boa drenagem, de textura média, com pH de 5,5 a 6,8 e saturação de base acima de 70%, são os mais favoráveis ao cultivo do jiloeiro.

A adubação dever ser baseada na análise do solo. Doses excessivas de fertilizantes podem ocasionar queda no número de frutos e, consequentemente, na produtividade.

Doses elevadas de fósforo reduzem o crescimento das raízes. Para o nitrogênio e potássio, uma boa distribuição ao longo do seu desenvolvimento proporciona maior pegamento de flores e formação de maior número de frutos de padrão comercial. Deve-se destacar que o aumento no tamanho e peso dos frutos não está unicamente relacionado às adubações de cobertura, sendo esse também efeito do intervalo entre colheitas.

As cultivares de jiló disponíveis têm sabor amargo ou extremamente amargo, de formato redondo ou alongado - Fotos Luize Hess
As cultivares de jiló disponíveis têm sabor amargo ou extremamente amargo, de formato redondo ou alongado – Fotos Luize Hess

Sem excessos

O jiloeiro apresenta maior resistência à seca em relação às outras solanáceas e não tolera excesso de água no solo, principalmente por ocasionar a podridão do colo. Entretanto, necessita de boa disponibilidade de água durante todo o ciclo, especialmente durante a frutificação.

O sistema de irrigação que melhor se adapta à cultura é o gotejamento, evitando o excesso de umidade e problemas fitossanitários. Além disso, como as entrelinhas não recebem água, a infestação com plantas daninhas é reduzida. Pode-se optar pela fertirrigação, proporcionando, assim, redução de custos com adubos e mão de obra.

Problemas fitossanitários

A mosca-branca e os pulgões estão entre as principais pragas que atacam a cultura do jiló. Em relação à mosca-branca, os maiores prejuízos observados na cultura devem-se à injeção de toxina no sistema vascular do jiloeiro, que afeta sua fisiologia, e a transmissão de viroses.

Já a saliva dos pulgões tem ação tóxica sobre as plantas, induzindo o aparecimento de necroses, principalmente ao longo das nervuras. Além dos danos diretos, pulgões também são vetores de viroses e estimulam o aparecimento de fungos de coloração escura (fumagina) sobre a superfície das folhas que afetam a fotossíntese das plantas.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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