17.5 C
Nova Iorque
sábado, setembro 21, 2024
Início Revistas Hortifrúti Trichoderma é importante ferramenta no manejo de nematoides no melão

Trichoderma é importante ferramenta no manejo de nematoides no melão

 

Tiyoko Nair Hojo Rebouças

Presidente da ABH e professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia ““ UESB

tiyoko@uesb.edu.br

Abel Rebouças São José

Professor da UESB

abeljose3@gmail.com

Jecilene Silva de Jesus

Graduanda em Agronomia – UESB

 

Crédito Itaueira
Crédito Itaueira

Vários são os organismos existentes no solo, no ar e na água que podem afetar positiva ou negativamente os vegetais cultivados. Muitos desses organismos são patogênicos e podem causar danos variáveis às plantas cultivadas.

O controle destes patógenos é realizado, na maioria das vezes, utilizando-se de moléculas químicas, denominadas de defensivos agrícolas ou agroquímicos, ou ainda agrotóxicos.

Os consumidores do mundo inteiro têm demonstrado crescente preocupação pelo uso desses produtos químicos na agricultura, em função dos riscos que eles representam para o meio ambiente, para a saúde dos trabalhadores e, principalmente, da ocorrência de resíduos químicos nos produtos resultantes.

O Trichoderma atua sob diversas formas contra os microrganismos do solo, incluindo os nematoides - Crédito José Roberto
O Trichoderma atua sob diversas formas contra os microrganismos do solo, incluindo os nematoides – Crédito José Roberto

Pragas

Os nematoides ou fitonematoides são alguns desses organismos que causam danos significativos a diversas plantas cultivadas, podendo se destacar a goiabeira, bananeira, meloeiro e muitas outras.

Os nematoides excretam substâncias que promovem o crescimento das células radiculares, as quais, por sua vez, a depender da quantidade, formam as chamadas “galhas“, onde ocorrem os pontos de alimentação, desenvolvimento e reprodução dos nematoides.

As galhas dificultam, ou mesmo bloqueiam a translocação dos fotoassimilados, afetando a absorção de água e dos nutrientes essenciais às plantas. Os danos causados vão variados, podendo inviabilizar o cultivo de determinada planta em algumas regiões, onde os níveis de infestação estejam elevados.

Nenhum método isolado tem demonstrado eficácia no controle dos fitonematoides. Busca-se conviver com os mesmos usando medidas integradas ou combinadas, de forma a manter suas populações em níveis de convivência econômica.

O nível de mortalidade de plantas de melão é quase inexistente (menos que 2%) quando se aplica o Trichoderma - Crédito Itaueira
O nível de mortalidade de plantas de melão é quase inexistente (menos que 2%) quando se aplica o Trichoderma – Crédito Itaueira

Manejo biológico

O manejo biológico tem como premissa básica manter a densidade populacional dos nematoides e outros organismos associados em níveis economicamente e ecologicamente aceitáveis.

Os fungos antagonistas ou benéficos pertencentes ao gênero Trichoderma têm sido relatados como eficientes para o controle de patógenos de solo, como: Rhizoctonia solani; Sclerotium rolfsii; Sclerotinia sclerotiorum; Fusarium spp. e Pythium spp.

O mesmo resultado tem sido atribuído ao controle de nematoides em diversas culturas. O Trichoderma atua sob diversas formas contra os microrganismos do solo, incluindo-se os nematoides, merecendo destaque: a produção de metabólitos tóxicos (antibióticos, etc.); produção de enzimas extracelulares (quitinase, dentre outras); competição por nutrientes e nichos de colonização; e indução de resistência na planta hospedeira.

No melão

Em relação ao meloeiro, é sabido que os nematoides causam danos diretos e indiretos, conforme tem sido observado em diversas áreas cultivadas. As principais espécies encontradas em plantas de melão são: Meloidogyne incognita, M. arenaria, M. javanica e M. hapla.

Informações de consultores especializados e empresários da cultura do melão, nos Estados do Ceará e do Rio Grande do Norte, relatam excelentes resultados no controle biológico de nematoides com aplicação de Trichoderma longibrachiatum.

Relatam, ainda, que este antagonista tem apresentado excelentes resultados no controle dos fungos patogênicos: Pythium, Rhizoctonia, Fusarium e Sclerotium rolfsii, agentes causadores de doenças de elevada importância na cultura do meloeiro.

O nível de mortalidade de plantas de melão é quase inexistente (menos que 2%) quando se aplica o Trichoderma via irrigação na cultura do melão. Há relatos de que áreas cultivadas com meloeiro que apresentaram elevada população de nematoides e, consequentemente, significativos danos econômicos, não poderiam ser utilizadas novamente para essa cultura.

Entretanto, tem sido observado um controle eficaz de nematoides com aplicações semanais via irrigação, em alta concentração de esporos de Trichoderma longibrachiatum. Tais áreas voltaram a ser plantadas com essa frutífera.

Nos últimos anos cresceu o uso de Trichoderma no controle dos principais microrganismos do solo - Crédito Itaueira
Nos últimos anos cresceu o uso de Trichoderma no controle dos principais microrganismos do solo – Crédito Itaueira

Na prática

O renomado consultor fitopatologista na cultura do melão, Rosemberg Senhor diz que para os produtores de melão do Rio Grande do Norte e Ceará o controle biológico com Trichoderma longibrachiatum não representa somente uma ferramenta no controle de patógenos veiculados pelo solo, mas sim uma estratégia promissora como componente do manejo integrado de doenças causadas por fungos e nematoides.

Isso porque o solo não representa apenas um substrato, mas um complexo de organismos vivos. Foi uma mudança na filosofia de produção, que exigiu melhorar as práticas de manejo de solo, fertirrigação e eliminar o uso fungicida no solo para promover maior equilíbrio do ambiente e aumentar a eficiência do controle biológico, proporcionando maiores produtividades.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes