José EgÃdio Flori
Doutor em Fitotecnia e pesquisador em Manejo de FrtutÃcolas da Embrapa Semiárido
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As variedades cultivadas no Brasil se diferenciam de acordo com a finalidade de uso, variando com o destino da fruta, que pode ser para o mercado da fruta fresca ou indústria. Para cada segmento existem preferências do tipo de fruta quanto ao formato, cor da polpa, tamanho, cor da casca e características físico-químicas específicas.
A variedade mais cultivada é “˜Paluma’, que atende bem tanto aos consumidores tanto da fruta fresca como da indústria. Outras variedades cultivadas São Pedro Sato, Rica, Século XXI, variações da Cortibel (Estado do Espírito Santo), Tailandesa, Ogawa, Sassaoka e Kumagai.
A Tailandesa é uma variedade nova e inicialmente foi propagada por sementes trazidas da Tailândia. Seu cultivo vem se expandindo no Brasil. Esta variedade ainda não oficialmente registrada.
 A Goiaba Cortibel foi desenvolvida pelo Sr. José Corti e Isabel Corti, em Santa Teresa (ES). Foram mais de 20 anos de pesquisa e desenvolvimento de novas cultivares e técnicas de manejo.
As novas variedades desenvolvidas estão registradas no RNC (Registro Nacional de Cultivares) do Ministério da Agricultura, sob a responsabilidade da empresa Frucafé Mudas e Plantas Ltda, que participou de todo o processo de pesquisa e tem contrato de exclusividade sobre o material com o casal Corti há 20 anos.
Preferências do mercado consumidor
Os produtores, de modo geral, dão preferência a variedades que apresentam características favoráveis para o mercado da fruta fresca e indústria (aptidão mista), produtividade acima de 50 toneladas por hectare e boa adaptação às diferentes condições de clima e solo.
Esta condição de dupla finalidade potencializa os ganhos com a cultura, uma vez que os frutos excedentes e sem padrão de consumo para o mercado fresco são vendidos para a indústria. As variedades de aptidão mista atendem grande parte dos produtores no Brasil, em especial a região nordeste.
A variedade Paluma é a preferida por estes produtores. Na região sudeste, onde existem potencialmente mais consumidores exigentes, os produtores optam por variedades mais específicas para o consumo fresco, como Tailandesa, kumagai e Cortibel `CLG´, Cortibel `RM´ e Cortibel `RG´
Características de interesse
No Brasil a preferência é pela goiaba de polpa vermelha. Já a qualidade da fruta e a variedade vão depender da região consumidora. No nordeste os consumidores têm preferência pela goiaba de tamanho médio (200 gramas) e casca lisa, a região sudeste tem preferência pela casca rugosa e de cor verde intenso, fruta graúda com peso acima de 300 gramas, formato predominantemente arredondado, bastante polpa, sabor e odor mais suave e amadurecimento mais lento, que favorece a vida de prateleira.
As variedades que melhor representam essas características são, no nordeste, a variedade Paluma, e na região sudeste a Tailandesa, Kumagai, Pedro Sato, Cortibel “˜CLG’, Cortibel “˜RM’ e Cortibel “˜RG’.
A Cortibel tem como características a produção de frutos graúdos, com bastante polpa, sabor muito agradável e excelente vida de prateleira. A Cortibel “˜SLG’ tem na sua produção inicial um formato oblongo e, com o passar dos anos, tende a ficar mais arredondado e de casca lisa. A Cortibel “˜RG’ tem o formato arredondado e casca rugosa.
Destino
Os frutos da goiabeira ‘Paluma’ são destinados à industrialização, pois possuem características para o processamento, para a elaboração de sucos, compotas e doces em pasta, entretanto, em razão da qualidade, seus frutos também podem ser consumidos in natura, o que a torna uma opção para a cultura mista.
A variedade ‘Paluma’ apresenta dupla aptidão, sendo destinada ao consumo in natura, bem como apresenta características favoráveis para o processamento. Possui, como características principais, a coloração vermelha de sua polpa, a alta capacidade produtiva, frutos com bom rendimento de polpa, casca lisa, alto teor de sólidos solúveis e acidez equilibrada.
As variedades Paluma, Pedro Sato, Tailandesa e Cortibel são muito produtivas e rústicas.
Exportação
Existe demanda para exportação de goiaba de polpa branca (mercado da fruta fresca) e derivados do processamento da goiaba vermelha. O Brasil, em 2013, foi o terceiro exportador de goiabada para os Estados Unidos, atrás apenas do Equador e República Dominicana.
Em 2012, segundo dados Secex/Elaboração UAGRO/Sebrae foram exportados US$ 18.013 da fruta fresca.