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Mancha de micosferela em eucalipto – Prevenir para não ter prejuízos

Martha Maria Passador

Edson Luiz Furtado

elfurtado@fca.unesp.br

Patologia Florestal/Departamento de Proteção Vegetal/FCA/UNESP

 

Crédito Martha Maria Passador
Crédito Martha Maria Passador

Muitos patógenos, principalmente fungos, ocorrem em várias espécies de eucalipto, desde a fase de viveiro até os plantios adultos. Dentre estas doenças fúngicas destaca-se a mancha de micosferela, causada por um complexo de espécies de fungos que pertencem aos gêneros Mycosphaerella e Teratosphaeria.

As espécies T. nubilosa e T. cryptica são consideradas as mais importantes em nível mundial e são responsáveis pela doença foliar mais danosa para Eucalyptus globulus (Labill) e Eucalyptus nitens (Deane and Maid.) Maid.

Outras espécies de Mycosphaerella e Teratosphaeria demonstram patogenicidade fraca ou podem atuar como saprófitas nos tecidos necrosados, ocasionados pela infecção de outras espécies patogênicas, insetos ou senescência natural da folha.

Devido a alguns rearranjos taxonômicos, principalmente relacionados a análises filogenéticas, algumas espécies que pertenciam ao gênero Mycosphaerella foram transferidas para o gênero Teratosphaeria. Apesar destas mudanças nos nomes das espécies dos agentes causais, o nome comum para esta doença não foi alterado, portanto, a doença mancha de micosferela tem como agentes causais Mycosphaerella spp. e Teratosphaeria spp.

Sintomas

Os sintomas associados a esta doença são variáveis, e diferem entre si dependendo da espécie do hospedeiro e do patógeno. Nas folhas os sintomas são caracterizados por manchas necróticas localizadas que reduzem a capacidade fotossintética das folhas, ocasionando desfolha precoce em plantas juvenis.

Em muitos casos, as manchas crescem e coalescem formando lesões muito grandes que podem ocupar toda a superfície da área foliar, resultando na degradação da folha. As manchas podem ser arredondadas ou irregulares, de coloração variando de amarelo escuro a marrom escuro, onde se formam pontuações escuras, que correspondem aos corpos de frutificação do patógeno (pseudotécios).

Devido a fatores relacionados à estrutura e constituição celular do parênquima, a intensidade dos sintomas é maior em folhas jovens quando comparadas às folhas adultas.

Crédito Martha Maria Passador
Crédito Martha Maria Passador

Danos

Os danos causados por estes patógenos também incluem cancros e morte prematura dos ramos e, em alguns casos, atrofia e morte da árvore do topo para a base. As alterações no metabolismo das árvores resultam em redução do crescimento. Além disso, esta doença pode contribuir para infecções provocadas por patógenos secundários e promover consideráveis prejuízos econômicos.

Quando há condições de umidade favoráveis, os esporos (ascósporos) do fungo são liberados dos pseudotécios e infectam o hospedeiro por meio da abertura dos estômatos. Em condições de campo os ascósporos são dispersos pelo vento, água de chuva e insetos. Em condições de viveiro a doença também é disseminada por água de irrigação, circulação de pessoas, ferramentas, maquinário entre outras maneiras que permitam que os esporos alcancem os hospedeiros suscetíveis.

Para identificação de muitos fitopatógenos, um fator importante é a especificidade, porém, muitas espécies podem também infectar outros hospedeiros. Desta forma, a taxonomia dos gêneros Mycosphaerella spp. e Teratosphaeria spp. é baseada em uma série de dados e características, incluindo sintomas no hospedeiro, padrões de germinação dos esporos, morfologia do fungo em meio de cultivo e filogenia.

Controle

A forma mais efetiva de controle para esta doença pode estar relacionada com o desenvolvimento de variedades resistentes, ou a substituição de plantas suscetíveis por espécies mais resistentes. A utilização de híbridos entre espécies resistentes e suscetíveis também é uma alternativa para controle de várias doenças.

Plantas que apresentem transição mais rápida de folhas jovens para adultas também podem ser utilizadas como forma de controle. Híbridos de E. globulus x E. grandis apresentam esta característica, porém, alguns testes ainda são necessários para avaliar se carregam alguns genes de suscetibilidade.

As fontes de inóculo podem ser provenientes que qualquer país com o qual o Brasil realize importações de materiais. É provável que estes fungos tenham sido introduzidos no país por meio de ascósporos dispersos pelo vento ou por insetos, ou também pelo movimento de sementes e mudas entre Brasil, Uruguai e Argentina, devido à detecção de algumas espécies que também foram constatadas nos referidos países.

Essa matéria você encontra na edição de fevereiro/março 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

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