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Nova realidade dos incêndios florestais

Nelson Sanches Bezerra Junior

Engenheiro florestal especialista em Proteção de Plantas

nelson@equilibrioflorestal.com.br

Alberto Jorge Laranjeiro

Doutor em Ciências Florestais 

 

Créditos Nelson Sanches Bezerra Junior
Créditos Nelson Sanches Bezerra Junior

O crescimento do setor florestal brasileiro impulsionou a expansão das plantas fabris e consequentemente dos plantios de essências florestais. Com a expansão, as empresas do setor ampliaram suas bases florestais, adquirindo novas terras e, principalmente, promovendo parcerias com pequenos produtores.

Neste novo cenário, o aumento da área plantada nem sempre foi possível dentro de uma única região, e com isso, a aquisição de terras cada vez mais distantes da base das empresas foi uma alternativa do setor. Consequentemente, em muitos casos as essências florestais foram levadas a regiões sem a cultura florestal.

Atualmente, as ocorrências de incêndios florestais têm aumentado, e muito, principalmente em regiões onde os conflitos sociais são mais presentes, como demandas sociais pela terra, produção clandestina de carvão, entre outros.

Todos estes fatores alteraram totalmente as características e causas das ocorrências de incêndios florestais e, consequentemente, trouxeram ineficácia ao manejo adotado até então. Algumas regiões vêm sofrendo muito em decorrência de incêndios criminosos, motivados por “questões sociais“ e/ou pessoais.

Somado a este novo cenário, a atual crise hídrica que vem castigando diversas regiões do Brasil agrava ainda mais o número e a intensidade dos incêndios florestais. Altas temperaturas e a escassez de água dificultam ainda mais as ações de prevenção e controle, resultando em grandes perdas ou altos custos para evitá-las.

Portanto, independente da região e do tamanho do empreendimento florestal, desde as grandes empresas até o pequeno produtor, utilizar práticas voltadas ao manejo deste tipo de ocorrência é de fundamental importância para a redução dos riscos e dos danos causados pelo fogo.

 

Manejo

Um manejo padrão para um sistema de controle de incêndios florestais passa por quatro itens fundamentais:

  1. Ações de prevenção;
  2. Treinamento aos envolvidos;
  3. Equipamentos e métodos de controle;
  4. Pesquisa e desenvolvimento.

Todo sistema necessita evoluir, agregar novas tecnologias, novos conceitos e, com isso, se manter atualizado para atender as demandas atuais e estar preparado para as futuras. Nas questões de ocorrências de incêndios florestais não é diferente. A busca por melhorias em prevenção, treinamento e controle são fundamentais para todo o sistema de proteção florestal.

Os principais aspectos que formam a tendência atual do desenvolvimento do sistema de prevenção e controle de incêndios na área florestal são:

  • Novas tecnologias para detecção de incêndios, visando superar as deficiências ligadas às pessoas que fazem a detecção, como a dificuldade de manter constante a atenção sobre o surgimento focos de incêndios, a cobertura da vigilância sobre todo o período e área passível de ocorrência e a comunicação das ocorrências.
  • Integração da estratégia, dos recursos de detecção, de comunicação e de combate entre empresas, propriedades e outras instituições de uma mesma região.
  • Aumento da mobilidade, da autonomia e da eficácia, das viaturas de combate a incêndios.
  • Integração dos recursos envolvidos nas atividades do sistema de prevenção e combate a incêndios, com outras atividades na empresa, propriedade rural ou outra instituição.

 A intervenção logo no início ajuda a conter o fogo - Crédito Guarany
A intervenção logo no início ajuda a conter o fogo – Crédito Guarany

Novas tecnologias de detecção

Sistemas de detecção de incêndios por câmeras e satélites podem fazer o monitoramento da área durante 24 horas, coisa que é impossível com o atual sistema baseado em recursos humanos (vigilantes).

Quanto ao investimento, as câmeras que seriam ideais, que localizam automaticamente focos de incêndios a dezenas de quilômetros de distância e já dão o posicionamento exato do foco, usando infravermelho e raio laser, respectivamente, ainda são de elevado investimento.

Por outro lado, câmeras comuns, de longo alcance, acabam sendo um investimento menor do que a tradicional torre de vigilância, justamente porque o custo das torres para as câmeras podem ser muito mais baixo do que as torres para comportar os vigilantes.

Integração de recursos

Deve-se pensar em compor um conjunto de recursos que tenha bom desempenho em função das características locais de: dispersão das áreas, topografia, frequência e severidade dos incêndios, considerando as opções técnicas e econômicas para as regiões.

Outro ponto fundamental é que, como dizem, “incêndio não tem fronteira, não respeita cerca ou divisa de propriedade“. Assim, a detecção, comunicação e combate aos focos de incêndio deveriam ser integrados entre diferentes propriedades numa mesma região.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro/março 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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