Péricles de Carvalho Ferreira Neves
 Pesquisador e coordenador do Programa Arroz Híbrido da Embrapa
James Taillebois
Pesquisador visitante do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad-França)
Segundo a Conab, o consumo interno de arroz em 2015 foi de 12 milhões de toneladas, e a produção de 15,312 milhões de toneladas. Historicamente, a produção e a demanda estão próximas. Por enquanto, a exportação não chega a ser relevante, embora esse tema esteja sempre em pauta. Notadamente as exportações acontecem para a África e América Central.
O arroz híbrido
O campo de produção de grãos de arroz híbrido não difere visualmente dos campos convencionais de arroz. A diferença mais marcante está na produção de sementes híbridas, em que uma linhagem é cruzada com outra, e o cruzamento gera o híbrido.
O mercado externo tem exigências diversas, e em alguns casos até o arroz quebrado é preferido, como no Senegal. Na realidade, os grãos do arroz híbrido não têm diferença dos grãos do arroz não híbrido, visualmente, sendo este o objetivo, para que possam ser comercializados sem dificuldade.
Entretanto, os híbridos apresentam como características principais:
→ Maior produtividade de grãos e também maior estabilidade da produtividade em condições de estresses ambientais;
→ Maior dinamismo econômico do sistema produtivo. Maior giro de recursos, que permite autofinanciamento da pesquisa, com reflexos no progresso genético e eficiência do sistema;
→ Setor de sementes com características particulares, com alta capacidade de gerar empregos;
→ O uso de híbridos incentiva tecnologias modernas de produção.
Vantagens
Os híbridos de arroz trazem consigo especialmente maior produtividade de grãos, conferida pela habilidade genética particular, chamada heterose, esta que também confere a habilidade de manter estável a produtividade em condições de estresses ambientais, representando menor risco para o agricultor.
Média produtiva
A produtividade do arroz híbrido está entre uma e duas toneladas/ha acima das melhores cultivares convencionais.Basicamente,além deste, o benefÃcio está no lucro maior para o produtor, no balanço geral da lavoura.
É importante ressaltar que todas as recomendações técnicas são similares à quelas recomendadas para o cultivo do arroz convencional (não híbrido), incluindo o uso de máquinas e implementos. A única diferença, atualmente, é a menor quantidade de sementes por área, no caso dos híbridos, sendo que já existe uma oferta interessante de materiais modernos desenvolvidos pela pesquisa.
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Para breve
Existe a expectativa de que o arroz híbrido será cada vez mais utilizado. Assim tem acontecido nos países que adotaram esta tecnologia, como China, Índia e Estados Unidos. A pesquisa está avançando rapidamente no Brasil, por meio do setor público e privado, que apoiao avanço no uso de híbridos no País.
Investimento
A diferença de custos está associada apenas ao preço das sementes. Entretanto, esse investimento é compensado pelo aumento na produtividade e estabilidade.