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Mosca-branca exige manejo eficiente e rápido

 

Edison RyoitiSujii

Engenheiro agrônomo, doutor em Ecologia, PhD e pesquisador na área de Controle Biológico da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen)

edison.sujii@embrapa.br

Pedro H. B. Togni

Biólogo, MSc. em Ecologia e doutorando da Universidade Federal de Viçosa

phbtogni@gmail.com

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Os principais componentes do manejo integrado de pragas (MIP), relacionados principalmente à mosca-branca, são apresentados a seguir.

Amostragem: plano pelo qual será feito o monitoramento da chegada da mosca-branca ao cultivo e a evolução de sua população. O número de plantas amostradas e a frequência das amostragens devem ser estabelecidas de acordo com a planta cultivada e o tamanho da área plantada. Pode ser feito diretamente nas plantas ou com auxílio de armadilhas adesivas amarelas, sendo essencial na tomada de decisão sobre quando e como adotar métodos de controle.

Níveis de controle: trata-se da densidade ou nível de detecção da mosca-branca para a tomada de decisão para a aplicação de uma medida de controle. Nos plantios de tomate e outras hortaliças em sistema de cultivo convencional é comum se iniciar as aplicações quando 10-20% plantas estão infestadas por adultos e ninfas da mosca-branca.

Mortalidade natural: conhecer como as condições ambientais afetam a população da mosca-branca é essencial para a tomada de decisão sobre a ação ou não-ação de aplicar métodos de controle. Condições de clima quente e seco (alta temperatura e baixa umidade) são favoráveis para o desenvolvimento da mosca branca, que pode completar seu desenvolvimento de ovo a adulto em 25-30 dias e suas fêmeas podem produzir até 300 ovos.

 Mosca-branca em muda transplantada de tomate - Crédito Miriam Lins
Mosca-branca em muda transplantada de tomate – Crédito Miriam Lins

Por outro lado, chuvas frequentes e alta umidade são desfavoráveis para o aumento populacional da mosca-branca devido à mortalidade imposta a adultos e ninfas pela ação mecânica das chuvas associada à ocorrência de inimigos naturais, como fungos que causam doenças nos insetos e a presença de predadores quando não são intoxicados pela ação de inseticidas de largo espectro.

Estudos realizados no Brasil e no mundo têm comprovado que a predação, seguida pelo desalojamento dos indivíduos pela água (chuva ou irrigação) são os principais fatores que contribuem para a mortalidade dos indivíduos em campo.

Métodos que sejam favoráveis ao controle biológico podem ajudar a combater a praga enquanto que o uso indiscriminado e não planejado de inseticidas pode favorecer a mosca-branca.

 Folha tomada pelo ataque de mosca-branca - Crédito Alice Nagata
Folha tomada pelo ataque de mosca-branca – Crédito Alice Nagata

Manejo agronômico

Práticas agrícolas, como a seleção de época de plantio, locais mais afastados de fontes de infestação (plantios velhos ou abandonados), plantio de variedades resistentes a geminiviroses, além do plantio de barreiras vegetais, proteção de plantas jovens com telados e túneis, consórcio de plantas, uso de irrigação por aspersão, destruição imediata de plantios pós-safra ou abandonados, capina seletiva e destruição de plantas hospedeiras no entorno reduzem a população local do inseto e facilitam seu manejo.

Evolução da mosca-branca em tomateiro - Crédito Embrapa
Evolução da mosca-branca em tomateiro – Crédito Embrapa

Métodos de controle

As medidas anteriores visavam prevenir a infestação do cultivo pela praga. O uso de diferentes métodos combinados de controle, como agentes de controle biológico, métodos mecânicos ou produtos alternativos e inseticidas químicos, visam combater as populações de mosca-branca que estão se estabelecendo no cultivo.

Novidades

Novas tecnologias para a defesa das plantas contra pragas estão em constante desenvolvimento. Novos genes, mecanismos genéticos e fisiológicos que podem ser empregados para o manejo de insetos-praga ou a proteção da planta contra as viroses com auxílio da engenharia genética para produção de plantas geneticamente modficadasou para seleção assistida visando o melhoramento genético estão na pauta de pesquisa de diversas instituições.

Da mesma forma, novos produtos químicos e biológicos, como inseticidas e semioquimicos, além de equipamentos de aplicação para o combate das pragas estão em permanente desenvolvimento.

Plantio de couve com cobertura plástica, com ataque da mosca-branca
Plantio de couve com cobertura plástica, com ataque da mosca-branca

No entanto, não há, no momento, qualquer perspectiva de inovações bem sucedidas para o controle da mosca-branca em curto prazo. As características biológicas dessa praga, capaz de se alimentar do conteúdo das plantas (seiva), em muitas espécies diferentes, com rápido desenvolvimento e muitas gerações por ano parecem desafiar todos os meios de controle de alta eficiência desenvolvido ao selecionar populações resistentes.

A melhor estratégia parece ser o uso de métodos integrados e complementares de controle para o manejo da praga a nível regional, como foi proposto anteriormente.

Sintomas da mosca-branca na lavoura de tomate - Crédito Ana Maria Diniz
Sintomas da mosca-branca na lavoura de tomate – Crédito Ana Maria Diniz

Frutos de tomate cobertos por fumagina - Crédito Luiz Bambini
Frutos de tomate cobertos por fumagina – Crédito Luiz Bambini

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Hortifrúti, edição de abril 2016. Adquira a sua para leitura completa.

 

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