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Critérios para um cultivo bem feito da cebola de verão

 

A perspectiva de preço da cebola em 2016 é muito boa, mas a produtividade ainda dita as regras

 

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

O plantio de cebola de verão na região do Triângulo Mineiro começa no final da primeira quinzena no mês de dezembro, como foi em 2015, mas são considerados plantios de verão aqueles realizados neste mês e também em janeiro, fevereiro e março.

“Caracterizamos essa cebola do plantio de verão em duas partes; a do plantio muito cedo, que é de dezembro e início de janeiro, pois ela enfrenta uma realidade; e a do plantio um pouco mais tarde, correspondente às plantas semeadas no final de janeiro, fevereiro e início de março. São realidades bem diferentes para cada um desses plantios“, pontua Lucas Pereira Marques, engenheiro agrônomo e diretor técnico e comercial da Via Agrícola, em Uberaba.

Ele explica que a primeira cebola plantada começará a ser colhida no início do mês de abril. O plantio mais antecipado faz com que a cebola tenha um ciclo mais rápido, possibilitando colher com praticamente 120 dias, ou até menos. Àmedida com que o plantio avança, o ciclo aumenta. Isso porque a cebola é uma cultura extremamente influenciada pelo fotoperíodo. Então, quando se planta em dias “˜mais compridos’, como acontece no mês de dezembro e janeiro, a cebola tende a antecipar o ciclo.

Entretanto, quando o plantio acontece a partir de março, observa-se prolongamento do ciclo da cebola, pois os dias começam a ficar menores justamente na fase vegetativa.

A cebola plantada no verão abastece o mercado nacional numa época em que o Brasil depende de importação - Créditos Shutterstock
A cebola plantada no verão abastece o mercado nacional numa época em que o Brasil depende de importação – Créditos Shutterstock

A produção

O Triângulo Mineiro normalmente planta de 2.500 a 2.600 hectares de cebola por ano. Em 2016, entretanto, houve acréscimo de área plantada em torno de 10%, segundo Lucas Marques, concentrada apenas no plantio de verão.

“No mês de dezembro tivemos uma área plantada muito maior do que de 2014 (quase o dobro). No mês de janeiro não conseguimos realizar o plantio em virtude de quase 20 dias de chuva, mas, assim que a chuva acabou os produtores entraram plantando uma área bem expressiva. Tivemos então uma concentração de plantio em dezembro, mas do dia 03 ao dia 20 de janeiro há um buraco por não termos conseguido plantar“, relata, quanto à realidade da região do Triângulo Mineiro.

Assim, até o início de março a estimativa é que os produtores tenham finalizado em torno de 70 a 80% do plantio total de cebola, entorno de 1.800 hectares de cebola plantada.Até o dia 15 de março estima-se uma área superior a dois mil hectares de cebola plantados.

Foto 03

Influência externa

Sobre a cebola de verão, o Brasil sofre influência de preço, porque não consegue fornecer 100% do que é consumido no ano. “Agora estamos recebendo cebola importada da Holanda e da Argentina. Nesse ano, como a safra do Sul foi bastante prejudicada por fatores climáticos, estamos passando por um período que não temos grande oferta de cebola no mercado. A região sul perdeu a sua produção por excesso de chuva nos meses de setembro/outubro de 2015, e começou a colheita em novembro/dezembro do ano passado. Está começando a entrar mais cebola do Nordeste , mas o restante vem de importações“, informa o especialista.

Ainda segundo ele, a cebola plantada no verão é muito importante porque abastece o mercado nacional numa época em que o Brasil depende em vários casos de importação. “Por ser essa uma época que dependemos em grande parte do mercado externo, nós também plantamos a cebola no verão, mesmo enfrentando problemas com o clima,que não é a ideal para a cultura, e por isso afeta a performance e produtividade da lavoura“, detalha Lucas.

Em 2015 a cebola de verão teve uma média de preço muito interessante - Créditos Shutterstock
Em 2015 a cebola de verão teve uma média de preço muito interessante – Créditos Shutterstock

Médias de preço

Em 2015 a cebola de verão teve uma média de preço muito interessante, uma dos melhores da história da cultura.O agrônomo esclarece que os preços variam muito de ano para ano. “Em 2015, tanto os preços de inverno como de verão foram muito bons, quase não havendo diferença entre eles. Para se ter uma ideia, as colheitas dos primeiros plantio normalmente se consegue um preço mais alto do que em épocas pico de colheita, como na colheita do nosso inverno. Neste plantio de dezembro/janeiro, quando a produtividade é bem menor, estima-se um preço entorno de R$ 2,50 por Kg em um ano como esse. Quando entrar na colheita do inverno, quando teremos maior produtividade e competimos com outras regiões (Monte Alto, São João do Rio Pardo e Nordeste), o preço cai. Nesta situação normalmente se saí de um preço de R$ 2,50 para R$ 0,70 ou até menos dependendo do ano, o que é normal na safra de inverno com boa produtividade“, avalia.

Para 2016, Lucas Marques prevê que a rentabilidade ainda seja alta, claro, dependendo da produtividade alcançada.

Isso porque o dólar mais alto ajuda o produtor a se manter mais competitivo em comparação à cebola que vem da Holanda, da Espanha e da Argentina, que acaba chegando mais cara no Brasil. O problema do Sul, que teve quebra de safra, também impulsiona o preço da cebola.

As regiões brasileiras produtoras de cebola mais tecnificadas são Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Cristalina - Créditos Shutterstock
As regiões brasileiras produtoras de cebola mais tecnificadas são Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Cristalina – Créditos Shutterstock

Tudo depende da produtividade

A perspectiva de preço para a cebola em 2016 é muito boa. Entretanto, o fator produtividade para o plantio de verão ainda é uma incógnita. “Andando pelas áreas do Triângulo Mineiro constatei que temos um problema muito grande, por excesso de chuva, até mesmo chuva de pedra, com consequências no encabeçamento precoce da cebola. Tudo isso vai causar uma redução grande na produtividade“, prevê Lucas Marques.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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