Inajá Marchizeli Wenzel Rodrigues
Engenheira agrônoma, doutora em Proteção de Plantas e coordenadora do Projeto “Estudos para identificação de biopolímeros de baixo custo“
Cientistas brasileiros desenvolveram uma nova tecnologia para a fabricação de inseticidas biológicos que utiliza o encapsulamento de conÃdios de fungos entomopatogênicos.
De acordo com os pesquisadores, os fungos aderem ao corpo do inseto por meio de esporos de dimensões microscópicas que, sob condições adequadas de temperatura e umidade, germinam, penetram, desenvolvem hifas e colonizam o interior do organismo.
Como funciona
O encapsulamento é uma técnica que consiste em proteger os conÃdios contra fatores externos, como radiação e temperatura, por meio de uma cápsula, preferencialmente composta por um biopolímero.
Essa técnica, além de proteger os conÃdios contra a radiação UV, tem proporcionado ganhos de estabilidade ao armazenamento do produto.
Para agir no inseto os conÃdios dos fungos devem vencer a barreira da cápsula, germinando e, posteriormente, penetrando no corpo do inseto, causando a doença e morte do mesmo.
Na segunda fase proposta pelo projeto, os pesquisadores pretendem aprofundar os estudos relativos à cinética de liberação dos conÃdios após o encapsulamento e também em relação aos fatores de degradação da cápsula.
Custos
Em estudos de custo feitos inicialmente com as primeiras formulações obtidas, os pesquisadores observaram um custo menor do produto se comparado aos agroquímicos convencionais e aos inseticidas biológicos disponíveis no mercado brasileiro.
Quanto ao custo-benefÃcio do uso da formulação, é bem vantajoso, pois apesar de ser mais barato, as primeiras formulações obtidas dispensaram o uso de refrigeração em seu armazenamento, o que significa economia de energia em relação ao transporte do produto (não havendo necessidade de uso de transporte refrigerado).
Também há economia para o produtor, que não precisará despender energia para armazenar o produto em sua propriedade, diminuindo o custo.
Parceria
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O projeto vem sendo desenvolvido com a participação e colaboração dos pesquisadores Antonio Batista Filho (Instituto Biológico/APTA/SAA) e Moacir Rossi Forim (UFSCar), por meio de parceria firmada com ambas as instituições.