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Como não errar no cultivo do tomateiro

A tecnologia exige nível tecnológico produtivo, de manejo e genético alto para que o tomaticultor alcance alta produtividade e rentabilidade

 

João Roberto do Amaral Junior

Engenheiro agrônomo e diretor da João Roberto do Amaral Junior & Cia Ltda

jramaraljr@uol.com.br

 

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

Os erros no cultivo do tomateiro começam pela falta de manejo de pragas e doenças. Quando não se aplica um manejo adequado, fazem-se aplicações de defensivos sem conhecer as pragas e doenças-alvo que estão causando danos.

Por não fazer o levantamento, aplicam-se defensivos de acordo com o calendário, gastando-se produto para alvos de baixo impacto, levando ao aumento de foco da praga ou doença, gastando depois muito para tentar controlar, e o nível de dano, muitas vezes, foge do controle.

Outro erro é a falta de manejo de irrigação. Geralmente o produtor exagera nas aplicações de água de irrigação, causando falta de oxigenação das raízes elenticeloses no colo das plantas.

A falta de oxigenação das raízes pode favorecer o aumento de patógenos e nematoides, causadores de perdas. As lenticeloses são aberturas para entrada de fungos e bactérias que infestam as plantas. O excesso de água pode também causar perdas de fertilizantes por lixiviação.

A falta do manejo de fertilizantes não fica para trás. O manejo de nutrientes indica se as taxas de aplicação estão adequadas, se estão dissolvidos em relação à umidade do solo, se a solução está muito concentrada, causando salinização, dificultando a absorção pelas raízes e causando “fome oculta“, e o desenvolvimento das plantas fica prejudicado. O produtor, sem saber ao certo o que está acontecendo, aplica mais fertilizantes, prejudicando ainda mais a lavoura.

A desbrota excessiva do ponteiro em produção também deixa os frutos expostos ao sol, e com pouca folha o fluxo de seiva para o fruto se torna excessivo e aumenta o rachamento (“cracking“). Esse rachamento, dependendo das chuvas, causa enorme prejuízo à cultura.

cultivos de tomate de mesa têm tido rendimento de 250 até 600 caixas por mil plantas - Créditos Shutterstock
cultivos de tomate de mesa têm tido rendimento de 250 até 600 caixas por mil plantas – Créditos Shutterstock

Não se engane

Nos últimos anos houve um incremento de tecnologia nos cultivos de tomate. Mas, a tecnologia mal empregada torna o custo maior, sendo que nem sempre aumenta a rentabilidade. Na maioria das vezes a tecnologia exige nível tecnológico produtivo, de manejo e genético alto para surtir o resultado adequado.

Rentabilidade

Os cultivos de tomate de mesa têm tido rendimento de 250 até 600 caixas por mil plantas. Se considerarmos caixas de 25 kg e 12.000 plantas por hectare,fica de 75.000 kg/haa 180.000 kg/ha. O emprego de novas tecnologias e boas condições de climatrazem aumento considerável de produtividade.

O outro lado da moeda

A falta de tecnologia ou mau emprego dela tem prejudicado a receita do produtor. Nota-se, também, a contabilidade mal feita e erros de anotações de despesas, desconsiderações de remunerações do produtor, taxas de juros e correção, que levam o produtor de ter uma avaliação subestimada dos custos.

Outro erro grave que alguns produtores cometem é a implantação do cultivo sem ter mercado certo para comercializar, dependendo de oportunidades que surgirem.

Como ter sucesso na atividade

Além do cultivo do tomateiro, o produtor precisa ter conhecimento sobre a tecnologia a ser empregada, ou contratar alguém que tenha esse conhecimento para ajudá-lo.

Os custos de produção têm subido muito, e ainda mais quando se aplica tecnologia. Então, essa tecnologia tem que trazer benefícios ao produtor, ao meio ambiente, ao colaborador (mão de obra) e ao consumidor, que está cada dia mais exigente.

Dicas

  • Manejo de pragas e doenças: é necessária a implantação de inspeções com inspetores habilitados, uso de feromônios, e até o auxílio de um consultor para ajudá-lo a tomar decisões.
  • Irrigação:manejo da irrigação por meio de tensiômetros, sondas e outros aparelhos. Saber quanto, quando e como aplicar.
  • Adubação: manejo de fertilizantes, extratores de solução de solo, kits ou aparelhos para determinar os teores de cada nutriente e o equilíbrio de cada um.
  • Desbrotamento: Evitar desbrotar excessivamente as folhas do ponteiro, fazer uso de cobertura tipo “semi-teto“.
  • Conhecimento: Pesquisar mais sobre as tecnologias empregadas, e se houver dificuldade procurar ajuda de órgãos de pesquisa, profissionais e empresas especializadas.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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