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Silício ajuda na absorção de nutrientes no tomateiro

Rodrigo Vieira da Silva

Engenheiro agrônomo, doutor em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa e professor do IF Goiano – CâmpusMorrinhos

rodrigo.silva@ifgoiano.edu.br

Brenda Ventura de Lima e Silva

Engenheira agrônoma, mestre em Fitopatologia e servidora do IF Goiano – CâmpusMorrinhos

João Pedro Elias Gondim

Graduando em Agronomia do IF Goiano ““ Câmpus Morrinhos

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Hoje em dia, com a horticultura moderna, o agricultor necessita reduzir os custos de produção para se tornar competitivo e conviver com a flutuação dos preços pagos a seu produto. A melhor maneira de enfrentar este obstáculo é por meio da utilização de tecnologias geradas pela pesquisa científica aplicada.

Dentre os fatores que afetam a produtividade estão a disponibilidade de nutrientes corretamente balanceados nos solos e o controle de pragas e doenças.

O silício (Si) é considerado um elemento benéfico para as plantas que vem sendo estudado em várias espécies cultivadas, visando melhorar a qualidade nutricional e fitossanitária. Portanto, tem despertado muito interesse entre os técnicos e agricultores pelos diversos benefícios que traz às culturas, incluindo aumentos na produtividade e na resistência a estresses bióticos e abióticos, tais como excesso de metais pesados, deficiência hídrica e doenças fúngicas.

Quando adicionamos um nutriente ao solo, via adubação, ocorrem reações químicas que podem modificar, para mais ou para menos, os teores disponíveis de outros elementos. O caso do silício é interessante, pois ocorrem interações com vários elementos que favorecem a nutrição da planta.

Plantas mais produtivas, com menos doenças e mais vigorosas. Este é o resultado que muitos horticultores vêm obtendo ao utilizar o silício como mais um nutriente para a nutrição do tomateiro. No entanto, muitos agricultores e técnicos ainda desconhecem os efeitos e as vantagens do uso de fontes silicatadas nas suas lavouras.

O silício deixa as plantas mais produtivas, com menos doenças e mais vigorosas - Crédito Rodrigo Vieira
O silício deixa as plantas mais produtivas, com menos doenças e mais vigorosas – Crédito Rodrigo Vieira

Para o tomateiro

Diversas pesquisas vêm comprovando o efeito benéfico da adubação com Si nas culturas de interesse agronômico, dentre elas o tomateiro. Plantas de tomate cultivadas em solução nutritiva com baixas concentrações de silício apresentaram sintomas de deficiência durante a fase reprodutiva.

Além disso, plantas de tomate cultivadas em solução livre de Si, apesar de terem florescido, raramente mantiveram os frutos. Esta observação levou os pesquisadores a acreditarem que o Si possui um papel importante na reprodução da planta.

Além do mais, o silício atua diretamente na diminuição da taxa de incidência de doenças e até mesmo no ataque de insetos, devido a sua deposição abaixo da cutícula, o que faz com que a espessura da epiderme aumente e ele atue também como uma barreira mecânica contra patógenos e insetos.

O silício pode interferir também na arquitetura das plantas, favorecendo a fotossíntese, por proporcionar folhas mais eretas, resultando em uma maior eficiência fotossintética. Outros benefícios, como a redução da toxicidade do manganês (Mn), ferro (Fe) e outros metais pesados, redução da transpiração e aumento da absorção e metabolismo de elementos, como o fósforo (P), são observados.

O silício atua diretamente na diminuição da taxa de incidência de doenças - Crédito Rodrigo Vieira
O silício atua diretamente na diminuição da taxa de incidência de doenças – Crédito Rodrigo Vieira

Absorção dos nutrientes

A utilização de fertilizantes silicatados aumenta a eficiência da adubação NPK. Os adubos silicatados normalmente apresentam boas propriedades de adsorção. Isto faz com que ocorra uma menor lixiviação de potássio e outros nutrientes móveis no horizonte superficial.

Com o aumento do teor de silicato no solo ocorrem reações químicas de troca entre o silicato e fosfatos, como os fosfatos de cálcio, alumínio e ferro. Portanto, ocorre a formação de silicatos de cálcio, alumínio e ferro, com a liberação do íon fosfato, aumentando o teor de fósforo na solução do solo.

Aliado a isto, o silicato pode deslocar o fósforo dos sítios de adsorção na argila e nos sesquióxidos, ou ocupá-los preferencialmente. O silício também aumenta a translocação interna do fósforo para a parte aérea da planta.

Dicas importantes

Plantas com níveis mais elevados de silício tendem a conter mais nitrogênio em seus tecidos. Como o silício aumenta a produção de fotoassimilados, devido ao incremento na taxa fotossintética, há um aumento de substrato para a incorporação do nitrogênio nos esqueletos carbônicos.

A aplicação de silício deixa as folhas mais eretas, diminuindo o sombreamento mútuo, e deixando a planta mais resistente a doenças. Cultivos intensivos, com aplicações pesadas de nitrogênio, necessitam de adubação complementar com silício.

Os efeitos do silício na cultura do tomate são mais evidentes quando as plantas são submetidas a algum estresse, podendo ser ele de natureza química, física ou biológica. Dentre outras vantagens do uso do silício, podemos citar uma maior rigidez estrutural da planta, menor taxa respiratória, maior tolerância a algumas doenças e pragas, maior resistência ao acamamento, ao encharcamento, a veranicos e geadas, além da diminuição dos efeitos tóxicos de alguns metais pesados, como o manganês e o alumínio.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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