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Sistema de troca de insumos garante estabilidade para o produtor

Ronan Guilherme Giuliangeli

Gerente Comercial na Agro100

ronan@agro100.com.br

 Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O sistema de troca funciona da seguinte forma: é feito o levantamento dos custos por hectare do produtor para plantio e cultivo da lavoura de soja, milho ou trigo até a colheita. Estes custos incluem sementes, tratamento de sementes, defensivos, fertilizantes, adubos foliares e outras despesas que o produtor poderá ter.

Preços

No caso da troca, a moeda é o grão (soja, milho ou trigo), ou seja, todos os custos da lavoura serão convertidos nesta moeda. Após o levantamento dos custos de plantio, a mesa de trading de grãos passa um preço (de soja, milho ou trigo) em reais por saca para o software de troca, onde já está o preço dos insumos, e automaticamente é gerado o custo final da troca em sacas por hectare.

Logicamente, o custo fica mais alto se a tecnologia é maior, ou mais reduzido se a tecnologia utilizada no plantio for menor. Exemplo hipotético: se o custo para o plantio de soja fica em R$ 1.300,00 por hectare, faremos a seguinte conta: 1.300,00/ 73,00 (valor futuro da soja) = 17,81, ou seja, o custo por hectare desse produtor será de R$ 17,81 sacas de soja.

Vantagens para o produtor

A grande vantagem do sistema de troca, também chamado barter, está em fugir da variação cambial e da oscilação das commodities, ou seja, se o produtor comprar um fertilizante ao dólar de R$ 4,00 e não travar o grão, ele corre o risco do câmbio voltar a R$ 3,50 na hora de fazer o hedge do grão. Assim, ele irá pagar mais caro no fertilizante e venderá o grão mais barato, o que resulta em prejuízo ao produtor.

Da mesma forma ocorre com as commodities. A bolsa de Chicago tem momentos de grande volatilidade – já vimos soja a US$ 12,00 por bushel e hoje está a US$ 8,80.

Então, a grande vantagem é travar todos os custos em sacas. Fazendo esse hedge o produtor acaba fugindo de possíveis oscilações e/ou inversões de mercado. Outra vantagem é fugir dos escassos e caros financiamentos, pois estamos num momento da economia em que o crédito, principalmente o rural, está muito restrito, e quando existe acaba trazendo consigo altas taxas de juros.

Na ponta do lápis

A principal vantagem do barter ao produtor é que todos os seus custos estarão travados e protegidos, consequentemente, ele já sabe a partir de que momento da colheita terá lucro. Não vejo muitos pontos contra, pois qualquer coisa fora da trava do custo (que é a dívida inicial do produtor) já seria especulação, e especular, neste momento de crise, é muito arriscado.

No Brasil

Essa prática já acontece em alguns Estados brasileiros, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Neste último, por exemplo, já possuímos parcerias com concessionárias de carros e revendas de implementos agrícolas, em que o produtor pode comprar e pagar em soja, milho ou trigo nas suas próximas colheitas.

As principais cooperativas já aderiram ao barter: Coamo, C. Vale e Lar, por exemplo, já praticam esta modalidade, assim como as principais cerealistas do mercado, mostrando que esta já é uma realidade no Brasil.

Essa matéria você encontra na edição de abril 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

 

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