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Brasil investe R$ 128 milhões para combate às moscas-das-frutas

 

 Crédito Shutterstock
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A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) anunciou, em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), investimento de R$ 128 milhões até 2018 para o Programa Nacional de Combate às Moscas-das-Frutas.

A praga, uma das mais relevantes da fruticultura brasileira, causa prejuízo de cerca de US$ 120 milhões ao ano, entre perdas de produção, custos de controle, processamento e comercialização.

As principais espécies de mosca-das-frutas no Brasil estão nos Estados de Roraima, Pará e Amapá, no Vale do São Francisco e na região sul, com prevalência da mosca-do-mediterrâneo (Ceratitiscapitata, que ataca principalmente acerola, manga, goiaba, uva e citros), Anastrepha obliqua (manga, cajá-manga e mamão), Anastrephafraterculus (maçã, pêssego, mamão, citros, pera, goiaba) e Anastrephagrandis (melão, melancia, abóbora). Além dessas, uma quinta espécie ocorre em algumas regiões do Brasil e está em processo de erradicação, a mosca-da-carambola (Bactroceracarambolae), que, além da carambola ataca mais de 50 plantas.

Investimento

O investimento direto do Mapa será de R$ 10 milhões ao ano para implementação de sistemas de mitigação de risco, certificação e programas de erradicação, além de R$ 6 milhões anuais para o subprograma de erradicação da mosca-da-carambola.

O ministério ainda repassará por meio de convênio com Estados mais de R$ 20 milhões entre 2015 e 2016. Já a iniciativa privada vai cooperar com R$6 milhões por ano, por meio da Abrafrutas. O investimento total somará R$ 128 milhões até 2018.

Kátia Abreu destacou que as moscas-das-frutas não trazem prejuízos à saúde humana, mas sim ao preço do produto. “Se um produtor produz 100 quilos e perde 30 com essa praga, ele vai ter que vender mais caro para pagar seus custos“, explicou. “Já para exportação, os produtos não são aceitos por receio de as moscas invadirem os pomares de outros países. Temos que combater a praga para elevarmos o consumo interno e exportamos esses produtos mundo afora“, completou.

Luis Eduardo Pacifici Rangel, engenheiro agrônomo e secretário de Defesa Agropecuária, explica que esta é a maneira que o governo brasileiro usou para coordenar as principais ações de controle e erradicação das espécies de moscas-das-frutas que são consideradas pragas de maior importância para a fruticultura nacional.

“Basicamente temos iniciativas de erradicação da Bactroceracarambolae na região norte do Brasil, controle e supressão da Certatitiscaptata na região do Vale do São Francisco, ampliação de área livre de Anastrephagrandis na região nordeste, e o desenvolvimento de novos programas para Anastrephafraterculus no Sul do Brasil“, esclarece.

Status fitossanitário do Brasil?

As moscas-das-frutas são consideradas as principais barreiras de acesso ao mercado de frutas in natura. O Brasil possui muitas dessas espécies nas regiões produtoras e ferramentas de estruturação de programas oficiais podem alavancar a produção de frutas para exportação.

O programa pode assegurar que haja a redução do risco de disseminação de novas espécies de moscas no Brasil e ainda possibilitar a integração público-privada para suprimir de maneira sustentável as espécies mais danosas, reduzindo custos do produtor com tratamentos fitossanitários pós-colheita, como o tratamento hidrotérmico.

Atuação direta

A princípio, o programa atuará nos principais Estados produtores de frutas,como Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas as ações deverão ocorrer também em Estados fronteiriços que podem significar risco de entrada de pragas, como Amapá e Roraima.

Luis Eduardo informa que o programa já esta em execução com as atividades de erradicação da mosca-da-carambola nos Estados de Roraima,Amapá e Pará e com o convênio firmado inicialmente com o Estado de Pernambuco, num montante de repasses de R$ 1.700.000.

Os próximos passos serão a condução dos estudos para a ampliação da área livre de Anastrephagrandis no Nordeste do Brasil e a o desenvolvimento de áreas de proteção fitossanitária nas regiões produtoras de mamão no Sul da Bahia e no Espírito Santo, e produtoras de maçã em SC e RS.

“A expectativa é que os primeiros resultados práticos já sejam vistos no final de 2016 e as primeiras negociações internacionais com esses novos parâmetros para ampliação de mercados possam começar em 2017“, prevê o secretário de Defesa Agropecuária.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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