17.5 C
Nova Iorque
domingo, novembro 24, 2024
Início Revistas Hortifrúti Pesquisa sobre azeite de abacate traz novidades

Pesquisa sobre azeite de abacate traz novidades

Adelson Francisco de Oliveira

Engenheiroagrônomo, doutor e pesquisador da Epamig Regional Sul

adelson@epamig.ufla.br

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O azeite de abacate é um produto extraído da “polpa” dos frutos do abacate, tal qual o azeite de oliva, que igualmente é extraído da polpa dos frutos da oliveira, neste caso denominadas azeitonas. Usualmente somente utilizam processos físicos, modernamente por centrifugação de massas, sem qualquer solvente químico.

Para a extração do azeite de abacate utilizam-se as mesmas tecnologias da extração do azeite de oliva, ou seja, os mesmos equipamentos, com pequenas alterações em regulagens. A safra das azeitonas geralmente ocorre de janeiro a abril, pouco mais de três meses, sendo que no restante do ano as instalações, que são relativamente caras, permanecem ociosas.

Assim, a extração do azeite de abacate tornou-se uma alternativa econômica aos produtores e uma forma de ocupar por um período maior do ano as instalações de extração.

Modernamente, a extração do azeite de oliva é realizada por centrifugação, ou seja, o fruto é moído integralmente em moinhos metálicos; após a pasta obtida é batida durante 40-50 minutos em equipamento próprio; e finalmente submetida à centrifugação em centrifugadora (decanter), que por densidade dos corpos centrifugados separam o azeite de oliva do restante da polpa (água de vegetação, restos de polpa, etc.).

As instalações e equipamentos desta agroindústria são denominadas LAGAR (Lagar é o local onde se processam frutos para separar sua parte líquida da massa sólida, como as azeitonas para fazer azeite ou as uvas para elaborar vinho).

Lembrando, ainda, que dada a diversidade de cultivares de abacate, temos disponibilidade de matéria-prima praticamente durante todo o ano, principalmente mais ao final, a partir de agosto, quando ocorre maturação dos frutos de variedades de abacate que apresentam maior riqueza em azeite, como o caso das cultivares Hass e Fuerte.

 Extração do azeite de abacate - Crédito Adelson F. Oliveira
Extração do azeite de abacate – Crédito Adelson F. Oliveira

Agregado de valor

Um aspecto importante é a flutuação de preços do fruto para comercialização in natura, ocorrendo geralmente melhores preços em dezembro e janeiro, período de entressafra da cultura, e o restante do ano com preços mais baixos, que às vezes não paga sequer a colheita.

Assim, a opção de destinar parte da produção à agroindústria para extração de azeite permite agregar valor ao produto, com possibilidades de armazenamento por algum tempo, dando ao produtor a oportunidade de ter uma inversão financeira mais rentável de seu produto.

Desta forma, a opção de adequar tecnologias para extração do azeite de abacate foi levada a efeito como uma alternativa aos olivicultores para o período de entressafra da cultura da oliveira, permitindo uma melhor rentabilidade do uso da terra, de instalações e equipamentos, e de mão de obra rural e/ou especializada.

Adelson Francisco de Oliveira, engenheiro agrônomo, doutor e pesquisador da Epamig Regional Sul - Crédito Adelson F. Oliveira
Adelson Francisco de Oliveira, engenheiro agrônomo, doutor e pesquisador da Epamig Regional Sul – Crédito Adelson F. Oliveira

Demanda pelo azeite de abacate

Certamente, o maior uso do azeite de abacate, na atualidade, é na indústria de cosméticos, especialmente na fabricação de loções, cremes, produtos para proteção da pele e rejuvenescimento de cabelos, xampus,sabões, etc.

Entretanto, pode ser utilizado também na indústria farmacêutica e como lubrificante. Uma alternativa pouco utilizada no Brasil é na alimentação humana, ou seja, na culinária, da mesma forma que se utiliza o azeite de oliva em saladas, frituras etc.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Vantagens

O abacate é uma das frutas tropicais com mais alto valor nutritivo, consumido como alimento sob diversas formas no Norte da América do Sul, América Central e México, tais como purê, salada, temperado com sal, pimenta, vinagre e outros condimentos, além de outros pratos nas diversas refeições do dia.

Entretanto, produtores de países como Chile, Peru e Nova Zelândia processam a fruta tendo em vista suas propriedades químicas para fabricação de fino azeite, muito utilizado no Brasil nas indústrias farmacêutica e de cosméticos, e em países europeus e América Central, para o consumo humano.

O azeite de abacate pode ser extraído pelo sistema de prensagem ou centrifugação, processando, em ambos os casos, a polpa dos frutos. Quando extraído por centrifugação, possibilita um produto de altíssima qualidade, disponível imediatamente para o consumo, após padronização e embalagem para o mercado varejista.

Após obedecer a critérios técnicos na produção dos frutos de abacate e depois no processo de extração, o azeite obtido também pode ser classificado como extravirgem, similar ao azeite de oliva, apresentando igual vantagem à saúde humana.

Azeite de oliva x azeite de abacate

O azeite de oliva é único, sem nenhum substituto. Entretanto, o azeite de abacate pode ser uma alternativa, pois é rico em Beta-sitosterol e ácido oléico, gordura insaturada utilizada como coadjuvante no tratamento de hiperlipidemias. Além disso, assemelha-se muito ao azeite de oliva, especialmente pelas suas propriedades físico-químicas, principalmente pela composição de ácidos graxos, predominando, em ambos, o acido oléico.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes