A 21ª edição da Fenicafé ““ Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura fechou com balanço positivo. O evento reuniu três grandes acontecimentos: XXI Encontro Nacional de Irrigação da Cafeicultura do Cerrado, XIX Feira de Irrigação em Café do Brasil e o XVIII Simpósio de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada. Neste ano a Fenicafé completou 21 anos de existência, comprovando ser uma feira de sucesso nacional.
A organização do evento, realizado de 08 a 10 de março, em Araguari, no Triângulo Mineiro, acredita que o volume de negócios possa ultrapassar a casa dos R$ 32 milhões. “É claro que a feira é o primeiro contato entre empresários e produtores. A negociação se dá ao longo dos meses e este número pode mudar“, adianta a superintende da ACA, Maria CecÃlia, que coordena a Fenicafé.
O número de empresas expositoras também surpreendeu a organização. “Mesmo com as condições não favoráveis à realização do evento, juntamos parcerias e conseguimos promover novamente a Fenicafé com mais de 70 empresas expositoras. Neste ano o número de empresas expositoras foi maior que no ano passado, mas é no momento de crise econômica que os produtores mostram a necessidade de se adequar“, avalia, dizendo que “outro fator de grande importância e que contribui para o crescimento do evento são os anuários e as pesquisas realizadas pela Associação dos Cafeicultores de Araguari no Campo Experimental Izidoro Bronze“.
Ainda segundo a superintendente da ACA, o feedback dos participantes e palestrantes que estiveram em Araguari garantem a credibilidade do evento, e faz com que as pessoas se agendem para a próxima Fenicafé.
O presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA), Claudio Garcia, disse que a associação, entidade promotora do evento, só tem a comemorar. “A Fenicafé foi um sucesso.
Temas discutidos
André Luiz Teixeira Fernandes, coordenador técnico da Fenicafé e do Simpósio Brasileiro de Cafeicultura Irrigada, explica que a Fenicafé foi dividida em três grandes temas para três dias. No primeiro dia foi abordado o tema sustentabilidade e a parte econômica, incluindo a polÃtica, a conjuntura do café no Brasil e no mundo e a visão da qualidade para o produtor rural e grande empresário. Para discutir o assunto, a organização levou a proprietária da empresa D’Paschoal, que também é grande produtora de café, além de João Faria, que está entre os maiores cafeicultores do mundo. Eles falaram sobre a conjuntura da atividade e as perspectivas para médio e longo prazos em termos de preço, estoque e consumo.
Já o segundo dia foi mais voltado para a feira e suas demonstrações, além do Simpósio Brasileiro de Cafeicultura Irrigada, com palestras específicas para este tema. “Trouxemos assuntos polêmicos, como a fertirrigação,e falamos do seu manejo e da qualidade relacionada ao déficit hídrico“, detalha André Teixeira.
No último dia de evento as informações foram mais técnicas. O tema manejo integrado de defensivos foi ministrado pelo renomado professor Geraldo Papa, da Unespde Ilha Solteira. Foi falado também sobre microrganismos do solo e a importância deles para a disponibilização de nutrientes para os cafeicultores, um assunto nunca antes tratado naFenicafé, em 21 anos.
Por último, na parte da manhã, foi falado sobre a queda de chumbinhos, um problema que está acontecendo no campo atualmente. A Fenicafé também contou com uma palestra do reconhecido engenheiro agrônomo Roberto Santinato, uma das maiores autoridades em café no Brasil e no mundo, que falou de nutrição pós-colheita.
Por último, o professor Cláudio Pagotto, da UFV de Rio ParanaÃba, falou da disponibilização de nutrientes e o manejo de plantas daninhas no cafeeiro.Um dos temas que mais atraiu o público foi o uso de fertilizantes na água de irrigação. O auditório ficou lotado, segundo André Teixeira. Outra palestra que chamou atenção foi a de manejo de resistência de defensivos.