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Manejo da acelga em estufas

 

 

Lauro LuisPetrazzini

Doutor e professor deOleicultura da Universidade de Cuiabá(UNIC), sócio-diretor da Agropecuária Petrazzini

lauropetrazzini@hotmail.com

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

As principais regiões produtoras de acelga no Brasil são Minas Gerais, São Paulo e Paraná. O cultivo de folhosas a céu aberto implica em grandes prejuízos devido à maior evaporação e evapotranspiração da cultura, necessitando de maior suprimento de água de irrigação.

Porém, muitas vezes a cultura perde mais água pelos estômatos e cutícula do que é absorvido pela raiz, implicando em ponto de murcha, o que favorece maior tempo sem fotossíntese e perda de turgor celular, possibilitando perdas diretas por menor produção de matéria seca e perdas indiretas inerentes à qualidade e tempo de prateleira da folhosa, e com a acelga não é diferente.

Cultivo protegido

O cultivo em estufas (ambiente totalmente controlado) ou cultivo protegido (lona plástica e telado antiafideos) favorece um maior aproveitamento da radiação, menor pressão de insetos e doenças, garantindo maior qualidade e segurança no plantio, permitindo ao produtor um melhor escalonamento da produção.

Vantagens das estufas para este cultivo

Entre as vantagens do cultivo protegido estão a maior qualidade das folhas, maior desenvolvimento das plantas, uso eficiente da água, menor uso de defensivos (fungicidas, inseticidas), maior controle da umidade relativa e umidade do solo, favorecendo maior controle de fungos e bactérias do solo.

Como principal desvantagem há necessidade de maior investimento em estrutura do cultivo protegido propriamente dito, sistema de irrigação e nebulização, em alguns casos.

Entre as vantagens do cultivo protegido estão a maior qualidade das folhas da acelga - Crédito Luize Hess
Entre as vantagens do cultivo protegido estão a maior qualidade das folhas da acelga – Crédito Luize Hess

Manejo

Há necessidade de se realizar o semeio de sementes peletizadas (de preferência) e uso de substrato de qualidade em ambiente protegido (tanto para céu aberto quanto estufa).

O semeio é realizado em bandejas de 288 células, onde ficará 30 dias antes de ir ao campo. Na terceira semana (21 dias) é necessário proceder ao endurecimento ou aclimatação, e nessa fase diminui-se a quantidade de água de irrigação para que a planta se adapte a uma condição semelhante ao campo.

O transplantio é realizado em solo com canteiros previamente preparados seguindo a recomendação dos boletins de fertilidade do solo de cada região, porém, pode se seguir uma média com características: pH do solo 6,5, saturação de bases superior a 60%.

Caso os teores de fósforo e potássio estiverem adequados, fornecer: 150kg de nitrogênio em três fases, 250 kg de fósforo no plantio e 150 kg de potássio parcelado junto ao nitrogênio. Caso o produtor utilize fertirrigação, o fornecimento destes nutrientes será diariamente, de acordo com uma tabela indicada por um engenheiro agrônomo.

Os canteiros podem ser diretos no solo descoberto com dois gotejadores com orifícios espaçados no máximo 30 cm, ou poderá ser utilizada uma cobertura plástica chamada de mulching, que evita a excessiva evaporação de água do solo e reduz o crescimento de plantas invasoras. Antes do transplantio propriamente dito é necessário deixar o sistema de irrigação ligado para fornecimento de água ao solo.

Após o transplantio é necessário verificar o sistema de irrigação diariamente, observando possíveis falhas e presença de insetos, até o fim da cultura.

Colheita

A colheita é realizada de 50 a 70 dias após o transplantio, dependendo da época do ano e da região produtora.Este procedimento é realizado nas horas mais frescas do dia, de preferência em contentores plásticos e veículo de transporte refrigerado até o centro de distribuição. Retiram-se as plantas mais saudáveis com folhas menos danificadas e, após a colheita, o canteiro deve ser revolvido e cultivado com uma hortaliça diferente, favorecendo a rotação de cultura.

Investimento

O investimento no cultivo da acelga depende do projeto do produtor, mediante a inspeção de um profissional da área.Esta fase é muito delicada e deve ser realizada junto a uma análise de viabilidade da região escolhida.

O retorno mínimo é de três anos, desde que as condições climáticas e de mercado não oscilem muito durante o período de produção. Porém, não há como generalizar, é preciso saber a quantidade que o produtor pretender comercializar, o preço médio e o valor da estrutura escolhida.

No cultivo protegido, há viabilidade se o produtor já contar com um grande mercado consumidor, porém, se ele intercalar a estrutura com outras culturas para fazer rotação, como alface, tomate, morango, haverá maior segurança do retorno do investimento e maior eficiência produtiva, visando rotação e diversificação da rentabilidade produtiva.

Essa matéria você encontra na edição de maio 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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