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Novas espécies para energia têm ciclo curto

 

Ana Paula de Souza Silva

Pesquisadora da Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo ““ IPT

 Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock madeira de eucalipto possui características de estrutura anatômica, composição química e propriedades físicas adequadas para a produção de energia, e as principais espécies utilizadas são: Eucalyptusgrandis, Eucalyptuscamaldulensis, Eucalyptusurophylla, Eucalyptussaligna, Corymbiacitriodora e seus clones híbridos.

As características desejáveis para espécies utilizadas para energia devem ter elevada densidade básica, teores de lignina elevados e alto poder calorífico. A madeira de eucalipto apresenta as características favoráveis à produção de energia.

Espaçamentos

Há diversos espaçamentos para produzir florestas para energia e os espaçamentos utilizados em plantios adensados têm se apresentado como uma boa alternativa para a finalidade de energia. Assim, os plantios adensados produzem madeira com menor diâmetro, maior área basal e maior volume por hectare.

Os espaçamentos que vêm sendo utilizados para esse tipo de plantio são: 3,0 m x 0,5 m com produção de 6.667 árvores por hectare ou o 1,5 m x 1,0 m também com 6.667 árvores, ou 2,0 m x 1,0 m com 5.000 árvores por hectare, 3,0 m x 1,0 m com 3.334 árvores por hectare e 3,0 m x 1,5 m com 2.223 árvores por hectare.

Corte x ciclo

O ciclo de corte comumente adotado para diversos usos é o de corte raso em rotações de sete anos, durante três rotações. Com as pesquisas realizadas, as empresas têm diminuído esse ciclo e, no caso da produção de energia, os cortes de florestas para energia estão passando para três em três anos, e o número de cortes deverá levar em consideração a produtividade do local a longo prazo, observando a ciclagem de nutrientes, a compactação do solo, as brotações após os cortes, entre outros aspectos.

O que muda

Para florestas com o objetivo de uso energético indicam-se espaçamentos mais adensados que produzirão maior volume de biomassa por hectare em menor espaço de tempo. Para isso, será necessário o plantio de um maior número de mudas com adubação e tratos silviculturais adequados que vão desde o preparo do solo, combate a plantas invasoras, aplicação de formicida, replantio e, manutenção do plantio.

A adubação merece destaque para garantir altas produtividades. Algumas pesquisas indicam que uma adubação equilibrada deverá prever no preparo do solo durante a operação de gradagem a aplicação de fosfato natural na quantidade de 1.000 kg/ha e 1.500 kg/ha de calcário. E no plantio deverão ser aplicados níveis de NPK na formulação 5-30-10 + boro na quantidade de 150g/cova. Autores indicam também a adubação de cobertura com NPK 90 dias após o plantio.

Outro aspecto a se observar no manejo de florestas para a produção de energia é a condução da brotação após o corte, observando a necessidade de adubação e dos outros tratos silviculturais para garantir a produtividade florestal em todo o ciclo da floresta.

Custo

O plantio de florestas adensadas de curta rotação visando o uso energético terá um custo superior ao plantio convencional, porque o plantio de florestas para energia necessitará de um número maior de mudas e maior quantidade de fertilizantes, variando o custo de implantação de R$7.000,00 a R$ 9.000,00 por hectare.

Viabilidade

Vale destacar que em plantios adensados de curta rotação com espaçamentos menores, o número de árvores por hectare será maior do que em plantios convencionais. Se escolhido o espaçamento de 3,0m x 0,5m ou o 1,5m x 1m, o hectare terá 6.667 árvores, que mesmo com a competitividade entre os indivíduos arbóreos, apresentará volume de madeira maior e contribuirá para o incremento de massa seca.

Porém, para se atestar a viabilidade econômica desses plantios, é necessário realizar análises do custo de implantação da floresta e sua manutenção, colheita e transporte da madeira para concluir se as receitas com a produção de massa seca de biomassa serão maiores que as despesas com os custos informados.

Biomassa

É importante salientar que o uso de biomassa florestal para a produção de energia, tanto elétrica quanto no formato de vapor, em fornos ou caldeiras já é utilizada no País. Como vantagens da biomassa florestal, pode-se destacar que é uma energia de origem renovável e, considerada carboneutra, com baixos teores de cinzas em sua composição diminuindo a corrosão em equipamentos, e com baixo custo.

E, além de produzir energia elétrica, a madeira também pode ter outros usos energéticos, como lenha, carvão vegetal, briquetes e pellets (densificação da biomassa florestal) atendendo ao consumo doméstico e industrial. E há também opções de termoconversão de biomassa florestal por meio da gaseificação para geração de calor e eletricidade e a pirólise rápida para produção de bio-óleo.

Essa matéria você encontra na edição de maio/junho 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

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