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Instituto Agronômico pesquisa cafés especiais com sabores exóticos

Crédito Shutterstock
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Durante a realização de estudos voltados à caracterização da qualidade sensorial do café, o Instituto Agronômico (IAC), um dos fundadores do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, encontrou cafés com sabores e aromas naturalmente diferenciados que lembram alecrim, eucalipto, menta, hortelã e especiarias, entre outros.

Ao provarem esses cafés, diversos degustadores profissionais ficaram impressionados e surpresos com a diversidade de aromas e sabores encontrados e os classificaram como cafés exóticos, principalmente em função de apresentarem características sensoriais totalmente distintas dos cafés que até então eles conheciam.

Os cafés com sabores exóticos podem ser encontrados tanto em acessos selvagens de café arábica quanto em plantas obtidas a partir de cruzamento de cultivares elite com alguns acessos que fazem parte do germoplasma de Coffeaspp mantido pelo Instituto e que possui materiais genéticos introduzidos de diversos países, principalmente da Etiópia.

A prospecção de qualidade no Banco de Germoplasma (BAG-Café) do IAC é uma das linhas de pesquisa do Programa de Cafés Especiais, um projeto estabelecido em 2010 pelo Centro de Café do IAC para intensificar atividades de pesquisa relacionadas à melhoria da qualidade do café e complementar ações que visam identificar plantas que produzem cafés com qualidade diferenciada.

A coordenação do projeto é do pesquisador científico Gerson Silva Giomo, especialista em tecnologia de processamento pós-colheita e qualidade do café.

Métodos de avaliação

Utilizando método de análise sensorial proposto pelo CoffeeQualityInstitute – CQI, um programa de certificação internacional de profissionais classificadores e degustadores de café conhecido no mundo todo, como Q Grader System, referendado pela SpecialtyCoffeeAssociationofAmerica ““ SCAA, Giomo e sua equipe vêm degustando cafés do BAG-Café do IAC com o objetivo de encontrar cafés com melhor qualidade sensorial, com sabores e aromas diferenciados, incomuns nos cafés tradicionais brasileiros.

O principal objetivo das pesquisas é identificar plantas que possuam capacidade de produzir cafés com características sensoriais distintas e que apresentem potencial para constituírem novas cultivares para atendimento às demandas específicas do mercado de cafés especiais.

Algumas amostras de cafés exóticos foram apresentadas para degustadores e baristas em diversos eventos especializados de café nos últimos anos e esses profissionais ficaram impressionados com o diferencial de sabor e aroma dos cafés

Mudança de foco

Segundo Giomo, por muitos anos o foco das pesquisas e desenvolvimento de novas cultivares de café arábica no Brasil foi o aumento da produtividade e a introdução de resistência a doenças, para atender às necessidades da cafeicultura tradicional e do mercado de café commodity.

Felizmente, nos últimos anos, o quesito qualidade do café passou a receber mais atenção dos pesquisadores brasileiros, tanto na área de melhoramento genético quanto em tecnologia de processamento pós-colheita, em função do aumento da demanda do mercado de cafés especiais, do crescente nível de exigência dos consumidores e do engajamento do Brasil em iniciativas nacionais e internacionais que visam difundir a excelência de qualidade dos cafés especiais do Brasil.

Essa matéria você encontra na edição de maio 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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