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Vantagens das coberturas vegetais para a citricultura

José Eduardo Borges de Carvalho

Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura

jose-eduardo.carvalho@embrapa.br

CréditoCitrusKiller
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O principal problema da maioria dos cultivos nos trópicos, principalmente nas áreas onde a citricultura se expandiu nos últimos anos, é a acelerada diminuição de sua produtividade, atribuída à intensa degradação física, química e biológica dos solos.

A agricultura convencional praticada em diferentes regiões é responsável por intensa degradação ambiental, relacionando-a ao uso e manejo inadequados do solo no controle de plantas daninhas com o trânsito exagerado de máquinas nos pomares, comprometendo sua capacidade produtiva, necessitando o desenvolvimento de sistemas de produção agrícolas economicamente viáveis e energeticamente eficientes.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Coberturas vegetais

O manejo de coberturas vegetais/adubos verdes nas entrelinhas do pomar para a produção de biomassa e formação de cobertura morta vem crescendo na citricultura por proporcionar benefícios ao produtor e ao ecossistema sob os pontos de vista econômico e de preservação dos recursos ambientais.

Os resultados dessa prática agrícola têm demonstrado que a adubação verde, quando adequadamente escolhida, conduzida e manejada, além de propiciar o controle de plantas daninhas promove aumentos na produtividade dos citros e, sobretudo, protege e conserva o solo, além de contribuir para a redução do uso de agrotóxicos, seja no controle químico das plantas daninhas ou das pragas pela preservação dos seus inimigos naturais.

Desafios

Outros aspectos a serem levados em consideração são os grandes desafios atuais da cadeia produtiva, como a escassez de água, de mão de obra, surgimento de novas pragas e as bruscas oscilações climáticas, tornando imperativa a adoção e incorporação, pelos citricultores, de tecnologias poupadoras de insumos e recursos no seu sistema produtivo e que contribuam também para a preservação dos serviços ambientais.

Cobertura vegetal reduz ervas daninhas - Crédito Ana Maria Diniz
Cobertura vegetal reduz ervas daninhas – Crédito Ana Maria Diniz

Tudo sob controle

O manejo adequado do solo no controle de plantas daninhas deve relacionar a condição física do solo ao desenvolvimento radicular, crescimento da planta, mantendo a qualidade e produtividade do solo e garantindo níveis adequados dos seus atributos físicos e químicos para o desenvolvimento da planta, como a densidade do solo, sua estrutura, o teor de matéria orgânica, a aeração, a taxa de infiltração, a drenagem e retenção de água.

Dessa forma, as leguminosas, devido às suas características particulares e potencial para múltiplos usos, exercem, mais que qualquer outra família de plantas de cobertura, um papel significativo nos sistemas de produção de citros, seja como adubos verdes ou como coberturas vegetais melhoradoras do solo no controle integrado de plantas daninhas.

Escassez de água leva a prejuízos

Dentre os fatores de produção, a competição das plantas daninhas com os citros se dá, prioritariamente, por água, principalmente nas citriculturas estabelecidas nos solos dos Tabuleiros Costeiros da Bahia e Sergipe.

Mesmo nas citriculturas das regiões sudeste e sul do País, onde o déficit hídrico é menor durante o ano comparado à região nordeste, a competição por água ainda é a principal responsável pelas perdas de produção de um pomar sadio.

Para minimizar esse impacto negativo à produção da planta cítrica temos duas alternativas: controlar as plantas daninhas na época certa e o manejo mais adequado do solo com uso de coberturas vegetais para proteção do solo pela formação de cobertura morta (“mulching“), reduzindo as perdas de água por evaporação, mantendo o solo úmido por um maior período e garantindo a disponibilidade de água por mais tempo para a planta cítrica, minimizando o efeito das estiagens.

O manejo de coberturas vegetais tem contribuído para o aumento de produção ““ Crédito Shutterstock
O manejo de coberturas vegetais tem contribuído para o aumento de produção ““ Crédito Shutterstock

Alvo – plantas daninhas

A perda de produção das culturas, causada pelas plantas daninhas, é um dos mais sérios problemas da agricultura moderna. Contudo, as plantas são consideradas daninhas em certos períodos do ciclo anual da planta cítrica, conhecido como período crítico de interferência/competição, uma vez que não competem com a cultura por todo ano.

Dessa forma, a pesquisa definiu para as citriculturas da Bahia e Sergipe que o período entre setembro/outubro a março/abril é aquele em que não é possível a convivência, nas linhas de plantio, das plantas daninhas com a cultura dos citros, requerendo, nesse período, seu controle para evitar a competição por água e nutrientes.

Para as condições do Estado de São Paulo, esse período está compreendido entre outubro/novembro a fevereiro/março e, mais recentemente, foi estabelecido para a citricultura amazonense o período de outubro a maio do próximo ano.

Com esse conhecimento o produtor reduz o custo de controle das plantas daninhas, além da possibilidade de manejar, nas outras épocas do ano, essas plantas espontâneas como coberturas vegetais para proteção do solo, ciclagem de nutrientes e no controle biológico conservativo dos inimigos naturais de algumas pragas, dentro do enfoque de plantas companheiras.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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