O cenário para a próxima safra de trigo pode tomar novos rumos. A expectativa de redução de área não deve se confirmar depois que o governo autorizou o reajuste de 10,5% no preço mÃnimo do grão, podendo a saca chegar a R$ 38,50. A previsão é da Câmara Setorial de Culturas de Inverno, apostando que a nova cotação estimulará os produtores a investir no cereal na próxima safra, especialmente no grão de maior qualidade.
As previsões, até então, eram de redução da área de trigo diante de preços mais atrativos do milho. Segundo a Secretaria de Agricultura do Paraná, só no Estado a expectativa era de queda de 11% no cultivo do cereal, saindo de 1,342 milhão de hectares, em 2015, para 1,198 milhão, em 2016.
No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina as previsões eram as mesmas. Nas duas últimas safras, as lavouras destes Estados foram fortemente prejudicadas pelo clima, sobre a influência do El Niño. Agora, neste ano, com a chegada de um novo fenômeno climático, chamado de La Niña, que promete um clima padrão, o cenário fica mais positivo para os produtores de trigo destas regiões.
A liquidez do produto também influencia nesta decisão de plantio. Os estoques mundiais estão nos maiores patamares, mas no Brasil os estoques são baixos e assim devem se manter. A Conab (Companha Nacional de Abastecimento), em seu relatório de grãos, reduziu para 750 mil toneladas os estoques de passagem em julho de 2016.
Dados da Conab também mostram que o Brasil continua sendo um grande importador de trigo. De janeiro a dezembro de 2015, foram mais de cinco milhões de toneladas importadas, especialmente da Argentina, Paraguai e Estados Unidos. Por outro lado, houve aumento nas exportações para 1,5 mil toneladas de trigo, tendo com principal destino Vietnã, Filipinas, China e Tailândia.
Com informações da Infomoney