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Aplicação de regulador vegetal melhora a cor e a conservação pós-colheita da uva

 

Francisco José Domingues Neto

Engenheiro Agrônomo, Doutorando em Agronomia (Horticultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) UNESP, Botucatu – SP

fjdominguesneto@hotmail.com

 

Crédito Francisco Neto
Crédito Francisco Neto

A videira é uma das frutíferas mais importantes do Brasil, com produção de 1.388.859 toneladas em uma área de 78.450 hectares. Para a obtenção de melhores preços de comercialização, é indispensável que as uvas apresentem elevados teores de sólidos solúveis e uniformidade de coloração. O melhor desenvolvimento da cor ocorre com alternância de temperatura diurna e noturna, sendo preferíveis temperaturas elevadas durante o dia e amenas durante a noite.

Entretanto, em algumas regiões de clima tropical, a alta incidência de chuvas e a baixa amplitude térmica durante a maturação das uvas fazem com que elas não alcancem índices ótimos de maturação e ocorre a diluição dos sólidos solúveis, resultando em bagas com doçura reduzida e com aspecto de “aguadas“.

A perda da qualidade das uvas é expressa, em termos, pela perda de água, que irá reduzir o peso dos cachos; senescência ou necrose do engaço, que ocasionará maiores degranas; estilhaçamento, amolecimento da baga e desenvolvimento de fungos, que ocasionam podridão dos cachos; e alterações de cor, tornando-os menos atrativos aos olhos dos consumidores.

A gravidade destas alterações na qualidade das uvas varia de acordo com a cultivar, idade das videiras e práticas culturais adotadas no vinhedo, bem como no sistema de armazenamento pós-colheita. Estas uvas tendem a deteriorar-se após a colheita, limitando assim seu período de conservação, o que irá interferir na sua comercialização.

Os reguladores vegetais

Com os avanços das técnicas de cultivo de uvas surgiu o uso de reguladores vegetais, os quais são substâncias naturais ou sintéticas, que podem ser aplicados diretamente nas plantas para alterar seus processos vitais e estruturais, com a finalidade de incrementar a produção e/ou melhorar a qualidade dos produtos.

Na viticultura, os reguladores vegetais desempenham diferentes funções, como por exemplo os reguladores à base de ácido abscísico. Apesar de seu principal objetivo para as uvas ser a coloração das bagas, tem-se verificado também aumento nos teores de sólidos solúveis, menor perda de água e redução da degrana e podridão das bagas durante o período de conservação.

Em relação à cor das bagas, o que acontece é que aplicações exógenas do regulador proporcionam a síntese e acúmulo de antocianinas, as quais são pigmentos que conferem cor aos frutos, flores e hortaliças. Quanto mais intensa a cor, nesse caso das uvas, mais interessante se tornam do ponto de vista funcional e do processamento, pelo fato de que as uvas de cor escura apresentam maior conteúdo de compostos fenólicos, capacidade antioxidante, anticarcinogênica e antiviral.

Recomenda-se que a aplicação desse regulador vegetal aconteça no período da manhã e no início da maturação das bagas, ou seja, quando as bagas começam a mudança de cor e iniciam o seu amolecimento. Para melhores resultados, recomenda-se que a operação seja repetida após 25 dias.

A aplicação deve ser direcionada aos cachos, proporcionando cobertura completa e uniforme dos mesmos. O volume de calda empregado deve ser em torno de 900 L ha-1, com uma população, de aproximadamente 1250 plantas ha-1.

Essa matéria você encontra na edição de junho 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

 

 

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