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O híbrido de milho certo para a sua necessidade

Amir Werle

Mestre em Agronomia e melhorista de milho

amirjkw@yahoo.com.br

 

Fotos Shutterstock
Fotos Shutterstock

A semente é o principal insumo de uma lavoura, e a escolha correta do híbrido de milho a ser plantado deve merecer toda a atenção do produtor que deseja obter altas produtividades, sendo este um dos fatores mais importantes para o sucesso de sua lavoura.

Híbridos testados em um mesmo ambiente podem variar em até 30 sc/ha. Por este motivo, a seleção de híbrido certo para cada condição ambiental é uma decisão muito importante. Aspectos como a adequação à região a ser plantada e a finalidade de uso, o potencial produtivo, a resistência às doenças e pragas, sistema de produção e as condições climáticas deverão ser observados na escolha do híbrido a ser cultivado.

A escolha e recomendação de um híbrido de milho, no passado, era uma tarefa mais fácil, pois existiam poucas opções no mercado. Porém, ao mesmo tempo acarretava em um limitado teto produtivo devido a híbridos com potenciais produtivos mais baixos e tecnologias de cultivo como controle de pragas, doenças e conhecimento sobre adaptação e estabilidade produtiva dos híbridos disponíveis.

Tipos de híbridos

Os híbridos são classificados como superprecoces, precoces ou normais, e tardios - FotosShutterstock
Os híbridos são classificados como superprecoces, precoces ou normais, e tardios – FotosShutterstock

A classificação dos diferentes tipos de híbridos disponíveis no mercado pode se dar conforme a composição genética, ou quanto ao ciclo:

De acordo com a composição genética, os híbridos podem ser:

  1. I) Híbridos simples, oriundos do cruzamento direto de duas linhagens. Como características geralmente apresentam maior potencial produtivo, maior uniformidade e adaptações mais específicas e regionalizadas.Geralmente são mais exigentes quanto ao nível tecnológico empregado e o custo de produção da semente mais elevado. O valor repassado no preço da semente a ser adquirida representa aproximadamente 70% das sementes de milho comercializadas no País;
  2. II) Híbridos duplos, provenientes do cruzamento de dois híbridos simples, o que significa a participação de quatro linhagens na composição do híbrido, conferindo-lhe maior rusticidade, maior estabilidade e melhor tolerância a condições adversas, porém, com menor potencial produtivo, uniformidade, menos exigência quanto ao nível de investimento e baixo custo de produção de sementes.Sendo assim, o preço da semente fica mais barato para o agricultor aproximadamente 8%;

III) Híbridos triplos, originários do cruzamento de um híbrido simples com uma linhagem, ou seja, envolvem três linhagens em sua composição, apresentando características intermediárias entre os dois tipos de híbridos citados anteriormente, e mantendo bom potencial produtivo. A níveis intermediários de estabilidade produtiva, representa aproximadamente 18% das sementes de milho comercializadas. Em média, 4% das sementes plantadas são de variedades de polinização aberta, que geralmente são utilizadas pela agricultura de subsistência.

FotosShutterstock
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Ciclo

Quanto ao ciclo, os híbridos são classificados comosuperprecoces, precoces ou normais, e tardios. Os híbridos superprecoces são utilizados geralmente para escaparem de condições climáticas adversas na safrinha, como geadas no Sul do País e seca nas regiões centro-oeste e nordeste, e na safra para viabilidade de duas culturas sucessivas.Representam em torno de 24% do milho cultivado.

Os híbridos precoces, ou normais, e tardios, geralmente apresentam maior potencial produtivo, maior tolerância a condições adversas e mais tolerância às doenças foliares. São plantados tanto em safra como safrinha e representam 76% das sementes de milho plantadas no País.

Este sistema de classificação não é muito preciso ou padronizado, variando muito de empresa para empresa e de pesquisador para pesquisador. Algumas tentativas de padronização estão sendo trabalhadas, como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que classifica as cultivares em três grupos baseados em números de dias contados da emergência à maturação fisiológica (n), Grupo I, n <a 110 dias, Grupo II, n > 110 e n < 145 dias, e Grupo III, n > 145 dias.

Na escolha de um híbrido a produtividade historicamente está em primeiro plano - FotosShutterstock
Na escolha de um híbrido a produtividade historicamente está em primeiro plano – FotosShutterstock

Finalidade de uso

Na escolha de um híbrido a produtividade historicamente está em primeiro plano, porém, o que deve ser levado em conta é a finalidade e uso da produção. Atualmente, existem vários híbridos disponíveis para diversos segmentos, como:

→ Silagem, que pode ser de planta inteira. Requer um híbrido de alta produtividade de massa seca, boa digestibilidade de planta e grãos, além de boa sanidade foliar, ou pode ser silagem de grão úmido, que deve ter boa produtividade de grãos, fácil debulha, nível elevado de amido e bons teores de óleo;

→ Produção de grãos. É importante um híbrido com boa sanidade de grãos e alto potencial produtivo. A produtividade é a principal característica, que é o efeito de vários fatores, como a época de plantio. Para plantios do cedo, selecionar híbridos com alto potencial produtivo e boa sanidade de grãos. Para o plantio em época normal, escolha materiais com bom potencial produtivo, boa sanidade foliar, e para plantio no tarde, híbridos com boa estabilidade produtiva e sanidade foliar. Já o plantio de safrinha requer híbridos mais precoces, com boa sanidade foliar, estabilidade produtiva e tolerância à variação de fotoperíodo.

Essa matéria completa você encontra na edição de junho 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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