17.5 C
Nova Iorque
sábado, setembro 21, 2024
Início Revistas Grãos Consumo de produtos fitossanitários no Brasil

Consumo de produtos fitossanitários no Brasil

José Otavio Menten

Diretor financeiro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), vice-presidente da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior (ABEAS), engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Agronomia, pós-doutorados em Manejo de Pragas e Biotecnologia e professor associado da ESALQ/USP

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A agricultura, no Brasil, é praticada, em sua maioria, em ambientes tropicais, onde a ocorrência e severidade das pragas são maiores que em regiões temperadas, devido ao inverno rigoroso, que reduz, naturalmente, as pragas e seus danos.

O Brasil é o único país do mundo que adotou um termo novo para designar as substâncias utilizadas na proteção de plantas: agrotóxico. O termo, em si, já cria na sociedade uma certa aversão, além do razoável, a estes produtos. Nos outros países são chamados de agroquímicos, protetores de plantas, pesticidas, praguicidas, etc.

No Mercosul tenta-se padronizar o termo produto fitossanitário. Finalmente, foi aprovado recentemente no Congresso Nacional a eliminação do termo agrotóxico da legislação brasileira.

Os produtos fitossanitários

No mundo todo se utiliza produtos fitossanitários. De acordo com dados do SINDIVEG, do Brasil, e da Consultoria Internacional Phillips McDougall, em 2015 as vendas destes produtos no Brasil corresponderam a 18,5% em relação ao total mundial. A América Latina consumiu 28% dos defensivos.

O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo, com quase 300 milhões de hectares ocupados com culturas anuais, semi-perenes e perenes, florestas plantadas e pastagens. Todas, desde um canteiro de salsinha até amplas áreas com soja, milho e cana, estão sujeitas a diversas pragas que exigem manejo e, frequentemente, a aplicação de defensivos.

Os produtos fitossanitários são adquiridos pelos agricultores como produtos comerciais ou formulados. Os recipientes contêm os produtos técnicos (ingredientes ativos, biologicamente efetivos, e eventuais impurezas) e aditivos, como solventes, espalhantes, adesivos, etc. normalmente chamados de “inertes”.

Em média, 44,5% do produto comercial é ingrediente ativo. Assim, se a quantidade de produtos comerciais de defensivos utilizados no Brasil em 2015 foi de 887,6 mil toneladas, a quantidade de ingredientes ativos (i.a.) foi de 395,6 mil toneladas.

O consumo

Há várias maneiras de se expressar o consumo dos produtos fitossanitários. Simplesmente o total consumido, ou mesmo o total por hectare cultivado não é a mais correta. Basta lembrar que enquanto o crescimento do uso de defensivos no Brasil foi de 14% nos últimos cinco anos, a produção de grãos aumentou 40% no mesmo período. Ou seja, menor quantidade utilizada por tonelada de grãos. Ou, ainda, estamos fazendo melhor a cada ano.

Considerando apenas a área de grãos, café, cana, frutas e hortaliças, que consomem 96,8% dos defensivos, o consumo foi de 4,99 kg i.a./ha. Entretanto, considerando as áreas com florestas plantadas e pastagens cultivadas, o consumo foi de 2,3 kg de i.a./ha.

Os dados disponíveis de consumo de produtos fitossanitários no mundo mostram valores bastante variáveis, em kg de i.a./ha: Holanda, 20,8; Japão, 17,5; Bélgica, 12,0; Franca, 6,0; Inglaterra, 5,8.

Considerando apenas a produção de grãos no Brasil, com produtividade média de 3.500 kg/ha, o consumo foi de 1,4 g de i.a./kg de grão. Como os produtos fitossanitários sofrem degradação após serem aplicados e devem obedecer ao período de carência (tempo entre última aplicação e colheita), a quantidade de resíduos nos alimentos é, em média, muito baixa. Isto tem sido confirmado nas análises de resíduos (LMR: Limite Máximo de Resíduo) de programas públicos e privados de monitoramento da qualidade dos alimentos realizados no Brasil.

Essa matéria você encontra na edição de junho 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

 

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes