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Ácaros em seringueira – Prevenção e controle

Amauri Antônio de Mendonça

Assistente Agropecuário da Casa da Agricultura de Álvares Florence

aurimca@ig.com.br

Crédito Miriam Lins
Crédito Miriam Lins

Ácaros são pequenos animais que podem ser encontrados em uma grande variedade de locais, com uma alimentação bastante variada (Flechtmann, 1975). Assim, carrapatos são ácaros que se alimentam do sangue de mamíferos, aves, répteis e anfíbios; a sarna é uma doença provocada por ácaros que se desenvolvem na pele de mamíferos; os apicultores sofrem com o ataque de ácaros parasitas de larvas de abelhas; aves domésticas são parasitadas pelos ácaros conhecidos como “piolhos” de galinha; e pessoas alérgicas sentem o desconforto que a presença de ácaros na poeira domiciliar pode provocar em suas vias respiratórias.

Dentro desse vasto universo, certos grupos de ácaros têm grande importância para a agricultura, por apresentarem espécies fitófagas. Muitas culturas são alvos do ataque de ácaros que podem ocasionar prejuízos consideráveis (Galloet al., 2002) e, entre elas, a cultura da seringueira tem se revelado um excelente local para o desenvolvimento de muitas espécies de ácaros.

Realidade no Brasil

A acarofauna presente em seringueiras no Brasil é muito ampla e tem sido alvo de pesquisas. Dentre as várias espécies de ácaros encontradas, os que têm se destacado são os ácaros das famílias Eriophyidae (Calacarusheveae) e Tenuipalpidae (Tenuipalpusheveae).

Calacarusheveae

Seringueira (Miriam Lins)
Seringueira (Miriam Lins)

Considerado um microácaro da face superior da folha de seringueira, a espécie só é encontrada em seringais brasileiros, e foi descrita pela primeira vez em 1992, a partir de material coletado no município de José Bonifácio (SP) (Feres, 1992).

É considerada uma importante praga da cultura de seringueira no Brasil (Hernandes; Feres, 2006b; Moraes, 2002; Moraes; Flechtmann, 2008), sendo registrada como ácaro mais abundante nos seringais do Estado de São Paulo (Bellini et al., 2005a; Hernades; Feres, 2006a Vis et al., 2006).

Embora os ácaros, de forma geral, tenham quatro pares de pernas, Calacarusheveae, que pertence à familia Eriophyidae, é um pouco diferente, apresentando apenas dois pares de pernas. O ciclo biológico compreende as fases de ovo, larva, ninfa e adultos fêmea e macho.

Tenuipalpusheveae – ácaro vermelho da seringueira

Foi primeiramente descrito por Baker (1945), no Estado do Pará. Posteriormente, Flechtmann e Arleu (1984) relataram a presença do ácaro no Estado do Amazonas. Levantamentos populacionais realizados em São Paulo (Feres et al., 2002; Hernandes; Feres, 2006a; Bellini et al., 2008) e Mato Grosso (Ferla; Moraes, 2002; Daud; Feres 2007; Demite; Feres, 2007, Ferla; Moraes, 2008) têm demonstrado frequente e abundante ocorrência de Tenuipalpusheveae.

O seu ciclo biológico compreende as fases de ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adultos, fêmea e macho.Os ovos são colocados sobre as nervuras ou sobre locais abrigados na página inferior das folhas e parecem estar fortemente aderidos à superfície.

É importante ter conhecimento dos parâmetros biológicos desta praga, para melhor eficiência em seu controle, pois temos no mercado acaricidas e acaricidas +ovicidas.

 

Parâmetros Biológicos

Calacarusheveae Tenuipalpusheveae
UMIDADE RELATIVA
90% 70%
Duração de ovo a adulto (dias) 9,3 30,3
Número de ovos por fêmea 16,2 34,0
Longevidade da fêmea adulta (dias) 8,4 28,5
Longevidade do macho adulto (dias) 4,0 —–

Danos causados por ácaros aos seringais

Os ácaros alimentam-se do meristema e de tecidos suculentos com alta concentração nutricional.A ocorrência de Calacarushevea e Tenuipalpushevea coincide com o período de maior produção de látex pela cultura de seringueira.

A produção de borracha depende da capacidade fotossintética das plantas e, portanto, da presença de folhas saudáveis que possam realizar a fotossíntese de forma eficiente. Esse é o momento que a planta necessita dispor do máximo de energia para produção.

 ataque pode acontecer em qualquer fase da planta - CréditoHidroforte
ataque pode acontecer em qualquer fase da planta – Crédito Hidroforte

O ataque dos ácaros provoca, primeiro, o amarelecimento das folhas e, depois, a queda precoce.Plantas infestadas podem perder acima de 75% das suas folhas dentro de um ou dois meses antes do período de senescência normal (Vieira; Gomes, 1999).

Dessa forma, o desfolhamento produzido pela infestação deve resultar em redução na quantidade de látex produzido. Alguns produtores relataram uma estimativa de perda devido ao ataque de C. heveaede 30% (Feres et al., 2002). Em experimento realizado em Reginópolis (SP), em área cultivada com clone PB 235, na qual houve a ocorrência dos dois ácaros, foram registradas perdas significativas na produção de látex nos meses de maio, junho, julho e agosto de 2003.

A produção média anual por planta foi de 3,05 kg de coágulo sem tratamento, em comparação com a área testemunha tratada, na qual a produção média foi de 3,41 kg (Vieira et al.).

Essa matéria completa você encontra na edição de maio/junho 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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