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Produção de tomates em slabs – Qualidade em primeiro plano

Douglas José Marques

Professor de Olericultura, Genética e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS)

douglas.marques@unifenas.br

Hudson Carvalho Bianchini

Professor de Fertilidade do Solo da UNIFENAS

 

Crédito Valério Maldonado
Crédito Valério Maldonado

A crescente demanda por hortaliças de alta qualidade e ofertadas durante o ano todo tem contribuído para o investimento em novos sistemas de cultivo que permitam a produção adaptada a diferentes regiões e condições adversas do ambiente.

No Brasil, o cultivo de hortaliças em ambiente protegido vem ganhando espaço entre os produtores, devido, principalmente, à relativa facilidade em manejar as condições de cultivo quando comparado ao sistema convencional em campo aberto. A utilização do plástico na olericultura tem sido bastante empregada no Brasil, desde a década de 70, inicialmente na cultura do morango, sendo usado também como cobertura em casa de vegetação.

No que se refere às estruturas de proteção, as casas de vegetação permitem alterar o microclima de um determinado ambiente, viabilizando o cultivo de hortaliças em épocas desfavoráveis do ano, bem como ampliar o período de produção, proporcionando maior produtividade e melhor qualidade de frutos. Esta prática concentra a produção sob estruturas de proteção na entressafra, sendo importante para regularizar o abastecimento e obter preços mais elevados.

Vantagens dos slabs

A técnica de cultivo de hortaliças em substratos embalados em plástico (slabs) apresenta um grande avanço frente aos sistemas de cultivo no solo, pois oferecem vantagens como:

üO manejo mais adequado da água;

üO fornecimento de nutrientes em doses e épocas apropriadas;

üA redução do risco de salinização do meio radicular;

üA redução da ocorrência de problemas fitossanitários, que se traduzem em benefícios diretos no rendimento e qualidade dos produtos colhidos.

Os slabs garantem o fornecimento de nutrientes em doses e épocas apropriadas - CréditoMaurício Rezende
Os slabs garantem o fornecimento de nutrientes em doses e épocas apropriadas – CréditoMaurício Rezende

Substrato

O substrato utilizado deve apresentar algumas propriedades físicas e químicas intrínsecas importantes para sua utilização, tais como boa capacidade de retenção de água, na faixa de potencial de 1 a 5 kPa, alta disponibilização de oxigênio para o desenvolvimento das raízes, facilidade na manutenção da proporção correta entre fase sólida e líquida, alta capacidade de troca catiônica do material (CTC), baixa relação C/N, entre outras.

 

Investimento

O custo de implantação deste tipo de empreendimento em cultivo protegido depende da localização, dos materiais empregados e do nível tecnológico a ser utilizado. De maneira geral, o custo de implantação de uma casa de vegetação, incluindo o sistema de fertirrigação e as sementes, é de aproximadamente R$ 35,00/m2.

O custo somente das embalagens do substrato (slabs) varia de acordo com a região, mas em média está em torno de R$ 7,00 por slab. Como o produtor precisa encher os slabs com substrato, o preço final fica em torno de R$ 20,00, variando conforme a disponibilidade do substrato.

Existem, no mercado, algumas empresas que comercializam os slabs prontos, com custo aproximado de R$ 30,00. Uma das grandes vantagens do uso de slabs é o replantio do tomate por vários ciclos.

Sem restrições

Não existe restrição para o plantio do tomateiro em slabs. O cuidado que se deve ter é conduzir a cultura em ambiente protegido e tomar cuidados que são rotineiros para este tipo de cultivo, tais como uso de cultivares de hábito indeterminado, que são as recomendadas para a produção de frutos de mesa, sendo tutoradas e podadas com o caule atingindo mais de 2,5 m de altura.

Quando a época de plantio acontece no período seco (outono-inverno), podem ser citadas as seguintes vantagens para a condução da cultura:

ðTemperaturas propícias;

ð Ausência de chuvas excessivas;

ðControle fitossanitário facilitado;

ðCusto de produção menor.

Devido ao grande número de tomaticultores neste período, o maior problema é o preço menor que será obtido pelo produto colhido.

Quando a época de plantio ocorre no período chuvoso (primavera-verão):

ðO maior desafio é o alto teor de umidade e as temperaturas elevadas, tanto do ar como do solo, o que favorece a maior incidência de pragas e doenças;

ð Maior controle fitossanitário;

ðMaior custo de produção.

Neste caso, havendo um menor número de produtores, se obtém maior preço.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de junho 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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