17.5 C
Nova Iorque
sábado, setembro 21, 2024
Início Revistas Hortifrúti A força dos híbridos de tomate

A força dos híbridos de tomate

Jean de Oliveira Souza

Engenheiro agrônomo, pós-doutorando em Agronomia/Melhoramento Vegetal no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (CCA/UFPB)

jsoliveira1@hotmail.com

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O tomate, Lycopersicon esculentum, foi introduzido no Brasil a partir de 1940, provavelmente por imigrantes europeus, e atualmente é uma das hortaliças mais cultivadas neste País.

Quase a totalidade da produção brasileira de tomate é oriunda de cultivos com sementes híbridas, sejam elas nacionais ou importadas. No Brasil, o uso de híbridos de tomate, tanto para mesa (consumo in natura) como para processamento industrial é uma prática ainda bem recente, contudo, tem se observado um crescimento significativo ao longo das últimas décadas.

As companhias de sementes têm avaliado vários híbridos, sempre questionando a relação custo/benefício, devido aos elevados preços das sementes híbridas (12% do custo de produção).

Tendências dos híbridos

Atualmente, mais de 90% da área plantada com tomate industrial no Brasil é cultivada com sementes híbridas F1. A rapidez e a maior facilidade de combinar em um genótipo precocidade, uniformidade de maturação e resistência múltipla a pragas e doenças, aliado à maior estabilidade de produção, têm sido mencionados como os principais motivos do crescente interesse na utilização comercial de híbridos de tomate.

Há grande disponibilidade de cultivares geneticamente melhoradas, como se verifica ao consultar os catálogos das empresas produtoras de sementes. Novas cultivares vêm sendo frequentemente introduzidas, e a única forma de se manter atualizado é consultando tais catálogos, ou mantendo contato com os técnicos de tais empresas.

Opções

As primeiras cultivares híbridas de tomate produzidas no Brasil foram em 1988. Desde então, centenas de híbridas de tomateiro foram lançadas por diversas empresas produtoras de sementes, atendendo as mais diferentes regiões produtoras e segmentos de mercado.

Quanto aos híbridos de tomates disponíveis no mercado, temos um grande número de cultivares lançadas que, além de obterem excelente produtividade e qualidade, apresentam características como tolerância/resistência às principais doenças que acometem a planta ao longo do ciclo de cultivo, a exemplo dos híbridos da Embrapa.

Cultivares de tomate, até então líderes de mercado, se mostraram extremamente vulneráveis às principais doenças que acometem o cultivo de tomate, dentre elasa murcha-de-fusarium (Fusarium oxysporum) que causa destruição quase total das plantas, reduzindo drasticamente o período de colheita, pela queda prematura dos frutos.

Outra doença muito relevante no cultivo de tomate é o nematoide (Meloidogyne sp), um microrganismo que está associado ao sistema radicular das plantas, sendo responsável pela formação de galhas. Ele afeta também o desenvolvimento da parte aérea, podendo causar sérios prejuízos na quantidade e qualidade dos frutos.

Já as viroses são caracterizadas pelo amarelecimento de nervuras, manchas cloróticas, rugosidade, deformação foliar e paralisação do crescimento da planta. Essas doenças trazem maiores preocupações aos produtores, pelo simples fato de serem de difícil controle pelo uso de inseticidas.

Daí a grande importância do uso de híbridos resistentes/tolerantes, que além de controlar as doenças de uma maneira mais eficiente e ecologicamente correta, promovem a redução dos custos de produção. Estima-se que cerca de 20% dos custos de produção são atribuídos ao uso de fungicidas para controle dessas doenças. Portanto, com o uso de híbridos esses custos são significativamente reduzidos.

Características desejadas

Há um grande esforço das empresas produtoras de sementes híbridas em dispor no mercado cultivares com características comerciais que atendam as exigências do consumidor, como sabor, coloração e textura, além de resistência às doenças de maior relevância econômica para a região de cultivo, e obter um material de elevado potencial produtivo e com maior uniformidade na colheita, gerando mais qualidade final.

Tais vantagens acabam por assegurar um produto diferenciado e com valor percebido nos vários elos da cadeia produtiva, até chegar à mesa do consumidor.

Essa matéria você encontra na edição de junho 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes