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Tratos culturais melhoram produtividade da cana-de-açúcar

Crédito: Nilton Pires
Crédito: Nilton Pires

Quase 200 técnicos ligados aos setor sucroenergético de MS comparecem ao evento na Embrapa Agropecuária Oeste intitulado “2º Seminário: Tratos Culturais – Soqueiras em Cana-de-Açúcar. O seminário, realizado pela Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul) e Embrapa Agropecuária Oeste, com organização da TCH Gestão Agrícola, foi no auditório da Embrapa Agropecuária, das 8h30 às 17 horas no dia 2 de junho. O consultor de gestão agrícola para produção de cana-de-açúcar da TCH, José Trevelin Junior, disse que, assim como o primeiro ciclo de seminários agrícolas, em 2015, este segundo ciclo contará com cerca de cinco seminários. “São diversos assuntos que precisamos debater ao longo do ano”.

Representando Roberto Hollanda, presidente da Biosul, Erico Paredes, assessor técnico da Biosul, disse que o desafio atual é voltar a ser competitivo no mercado. “Só a pesquisa vai nos ajudar a voltarmos a ter produtividade; e o interesse de vocês [técnicos das usinas] é muito importante. Sem dúvida, este é o maior quórum de presença de todos os seminários que já realizamos. É o reflexo do evento que vem mostrando resultados e se consolidando”, falou Paredes.

O pesquisador e chefe adjunto de Pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste, Harley Nonato de Oliveira, considerou que as peculiaridades de Mato Grosso do Sul para a cana-de-açúcar são conhecidas a fundo por cada um dos técnicos que trabalham nas usinas. “Esse evento traz à luz discussões e troca de experiências de todos que participam da cadeia produtiva. O fruto das pesquisas nesta área é o resultado das demandas levantadas pelo setor da cana em reuniões já realizadas na Embrapa Agropecuária Oeste. O objetivo final é sempre enriquecer e fortalecer a cadeia produtiva”, concluiu.

Seminário_tratos_culturais - Crédito: Nilton Pires
Seminário_tratos_culturais – Crédito: Nilton Pires

Uma das demandas do setor, especificamente para este ano, foi o comportamento do clima para 2016 em Mato Grosso do Sul. A intensidade e quantidade de chuva desde novembro de 2015 tem deixado o setor produtivo da cana-de-açúcar apreensivo. Com informações compiladas de previsões do tempo, a partir de dados de diversos institutos nacionais e internacionais que realizam previsão do tempo, o pesquisador Claudio Lazzarotto apresentou as probabilidades de junho a outubro de 2016.

Segundo Lazzarotto, o fenômeno El Niño está terminando e disse que o volume e a distribuição de chuvas como ocorreu não é o normal dentro das estatísticas ao longo do ano e não deve causar preocupação. “Este ano, as previsões acertaram em cheio de janeiro a maio. Se continuarem assim, o que os institutos estão prevendo é que tenha pouca chuva de junho a outubro”, disse. O que animou Trevelin: “Não precisamos de mais chuva”.

As geadas costumam ser um problema nos meses de maio, junho e julho, períodos de maior risco de ocorrência do fenômeno, e por isso também preocupam os técnicos das usinas. Mas, de acordo com as previsões pesquisadas por Lazzarotto, não existe probabilidade para este ano. “Mas se ocorrerem serão de baixa intensidade e localizadas em baixadas e em um período em que a cana já estará pronta para colheita, não causando grandes prejuízos”.

Já o pesquisador Cesar José da Silva, da Embrapa Agropecuária Oeste, falou sobre recolhimento da palha X escarificação de Soqueiras. Na pesquisa, estão sendo comparados o sistema convencional de plantio, o sistema duplo convencional de plantio e o sistema plantio direto em conjunto com recolhimento total e parcial da palha residual bem como com e sem escarificação das entrelinhas da soqueira da cana. Os experimentos estão em duas fazendas de Mato Grosso do Sul: Fazenda São Marcos (iniciado na safra 2011/12) e Fazenda Caçula (iniciado na safra 2012/13).

Crédito: Nilton Pires
Crédito: Nilton Pires

Com os resultados parciais da pesquisa em renovação de canavial, a sugestão do pesquisador é deixar pelo menos metade da palha residual sobre o solo; fazer a escarificação das soqueiras para maior produção e longevidade dos canaviais ““ avaliar cada talhão de acordo com as características locais. “Em situações onde não há limitação química ou física, sugere-se avaliar a adoção do Sistema Plantio Direto para as culturas de renovação e cana em sucessão”, disse, lembrando que ainda não são recomendações, porque as pesquisas ainda estão em andamento e precisam fechar o ciclo completo da cana para obterem resultados mais consolidados.

As outras palestras foram sobre as alternativas para melhorar a eficiência da adubação mineral e orgânica em cana-de-açúcar, com o engenheiro agrônomo do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Claudimir Penatti, enfatizou que o nutriente é um dos fatores essenciais para o desenvolvimento da cana-de-açúcar. O engenheiro agrícola da HidroEng, Osvaldo Arce de Brito falou sobre o uso da vinhaça como fonte de nutrientes a chamada fertirrigação; com Rogério do Nascimento, gerente agrícola da RCN Produção Agrícola, que falou sobre a gestão aplicada aos tratos culturais, como um gestor deve fazer o planejamento estratégico, tático e operacional; com Lucas Perim, da Dow Agrosciences que falou sobre o resultado de um herbicida da empresa no manejo de plantas daninhas; e Augusto Monteiro, da Bayer, que ministrou palestra sobre inovação no manejo de ervas daninhas.

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