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sábado, setembro 21, 2024
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Custo para se produzir um hectare de tomate ultrapassa R$ 100 mil

cultivos de tomate de mesa têm tido rendimento de 250 até 600 caixas por mil plantas - Créditos Shutterstock
cultivos de tomate de mesa têm tido rendimento de 250 até 600 caixas por mil plantas – Créditos Shutterstock

O custo de R$ 100 mil por hectare ““ ou de R$ 25,00 a R$ 30,00 por caixa de 23 kg, a depender da região e da produtividade ““ é um patamar bastante elevado ao agricultor, segundo indicam pesquisas da equipe da revista Hortifruti Brasil, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. A questão após a apuração dos custos de produção feita pela Hortifruti Brasil é se a cultura é viável diante desse valor. A resposta depende, além da gestão do tomaticultor, do quanto a cadeia poderá remunerar o setor produtivo.

A conjuntura econômica atual, contudo, tem reduzido o poder de compra de consumidores brasileiros. No varejo paulista, o tomate foi comercializado, em maio, a R$ 5,12/kg (segundo o IEA, Instituto de Economia Agrícola), o que corresponde a cerca de R$ 120,00/cx. Produzir a R$ 25 e vender a R$ 120,00 é, sem dúvida, um bom negócio. Mas, entre o produtor e o consumidor há toda uma cadeia ““ intermediação e varejo ““ que captura boa parte dessa renda.

Pesquisadores da Hortifruti Brasil alertam que, em tempos de crise econômica, é importante observar não só o custo de produção agrícola, mas avaliar também a eficiência da cadeia como um todo, da produção até o consumo final. Por isso, é imprescindível observar como essa margem de “R$ 95,00/cx“ está sendo distribuída dentro da cadeia e se ela remunera adequadamente todos os agentes. Além disso, quais ganhos de eficiência essa margem permite para que a rentabilidade de todos os agentes participantes melhore.

 

Numa breve análise dos dados de preços ao produtor, ao atacado (Hortifruti/Cepea) e no varejo paulista (IEA), observa-se que, de janeiro a maio de 2016, a participação do preço final do varejo foi distribuída na cadeia da seguinte forma: 23% ficaram com o produtor, 5%, com o atacado e 73%, para o varejo. Em 2016, o produtor perdeu espaço na participação do preço final frente a 2014 e 2015. A participação do produtor no preço final (2014 e 2015) era de 28% ao produtor e o restante era distribuído para o atacado (6%) e varejo (66%).

Essa simples conta mostra que o bolso mais apertado do consumidor aliado a uma maior produtividade nas lavouras observada em 2016 diminuíram a margem do produtor. Esse contexto foi observado não só pela menor participação no preço final, mas, também, por conta dos custos em ascensão. O alerta da Hortifruti Brasil é: muito cuidado com a gestão da tomaticultura!

 

 

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