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Nutrirrigação aumenta produtividade do tomateiro

A nutrirrigação via gotejo, técnica de levar a solução nutritiva junto da água, aumenta a produtividade da lavoura de tomate e reduz o consumo de água, visto que a adubação vai direto ao alvo

 

FotosJosé Roberto do Amaral
FotosJosé Roberto do Amaral

A nutrirrigação é um conceito especial dado às tecnologias que fornecem soluções nutritivas disponíveis para as plantas (kg de fertilizante/m3 irrigado), de acordo com a sua necessidade fenológica, complementado com fornecimento de água emdiferentes níveis de frequência.

A técnica é realizada com a aplicação intensiva de solução nutritiva às plantas, aumentando a frequência de aplicação e, consequentemente, a disponibilidade de nutrientes.

É o operador quem define os aspectos da solução nutritiva e o sistema faz a injeção de fertilizantes com alta precisão e controle, sendo requerido para isso uma unidade injetora de fertilizantes automatizada, com vários canais mantendo uma solução nutritiva na água durante boa parte ou em todo o período de irrigação, ou seja, a fertirrigação deixa de ser quantitativa e torna-se proporcional.

Ao falar de solução nutritiva, estas três variáveis estão muito relacionadas entre si. A salinidade é a concentração de sais na solução, a condutividade elétrica é uma forma de expressar a concentração de sais na solução e o pH é o índice da concentração dos íons H+, que condiciona a solubilidade dos diferentes sais.

Portanto, a concentração da solução nutritiva será mais eficiente quando não exceder a tolerância a sais que este cultivo apresenta em cada fase fenológica de sua vida.

No tempo certo

De acordo com João Roberto do Amaral Junior, engenheiro agrônomo especialista em hortifruticultura, a nutrirrigação é uma ferramenta que permite o fornecimento de nutrientes em doses variáveis a cada irrigação, evitando assim desperdícios, lixiviação e momentânea salinização excessiva, garantindo ainda maior eficiência na absorção radicular pelas plantas.

“A nutrirrigação utiliza a técnica de aplicar os nutrientes e a água no tempo preciso. Exige uma combinação de aplicação adequada de água na dosagem certa, no tempo certo e quantidade de nutrientes de acordo com as exigências da cultura“, esclarece.

Monitoramento

Segundo o agrônomo, a quantidade de água e turno de rega devem respeitar o consumo da cultura, o que exige um monitoramento e tomada de decisão consciente. Os nutrientes devem ser aplicados de acordo com a quantidade de água, na taxa e na composição precisa.

A aplicação dos nutrientes é monitorada com “irrigômetros“ (recipientes que coletam a água aplicada na irrigação), checando-se a quantia de água aplicada e a taxa de diluição dos nutrientes; lisímetros, que monitoram se está ocorrendo drenagem de água e se esta não está exagerada, de acordo com as necessidades da cultura; extratores de solução de solo, que monitoram os nutrientes na solução do solo, a qual será absorvida pela cultura; e também pode ser utilizada a análise de extrato de pecíolo e tecidos vegetais, para chegar à absorção das plantas.

“O conhecimento das marchas de absorção da cultivar é uma ferramenta importante, pois o requerimentopode ter particularidades dentro da espécie.Aplicando as taxas certas de água e nutrientes, as perdas por lixiviação são reduzidas, assim como a contaminação das águas subterrâneas. Ainda, melhora o desempenho das raízes e as plantas poderão, então, expressar seu potencial produtivo“, afirma João Roberto.

A planta bem equilibrada tende a ser mais sadia, com melhora de qualidade de frutos, sabor e resistência pós-colheita.

 A nutrirrigação leva a solução nutritiva junto da água FotosJosé Roberto do Amaral
A nutrirrigação leva a solução nutritiva junto da água FotosJosé Roberto do Amaral

Irrigação consciente

O consumo de água na cultura pode ser racionalizado com várias técnicas. Segundo João Roberto, a irrigação localizada por gotejamento na tomaticultura, por exemplo, proporciona uma grande economia (em torno de 30%).

“O uso de mulching junto ao gotejamento aumenta a economia de água em mais 30%, além de eliminar a concorrência das ervas daninhas. Para atingir esses patamares, entretanto, o produtor deve contar com um bom manejo. Do contrário, além de não economizar, ainda pode prejudicar a cultura e o meio ambiente“, alerta o especialista.

Ainda segundo ele, os nutrientes aplicados em todas as irrigações, na qualidade e quantidade de acordo com o consumo de água e fase da cultura, pode expressar o potencial produtivo da cultura,não se esquecendo das condições ambientais. Nas fases vegetativas e de frutificação, as proporções são de acordo com as necessidades da cultura.

Por onde começar

Para a implantação da técnica, João Roberto ressalta a necessidade de um sistema de irrigação bem dimensionado e um sistema de injeção de fertilizantes, podendo ser desde um simples venturi até sistemas que monitoram em tempo real a concentração de cada tanque, condutividade elétrica, pH e injeção on-line, tudo conectado ao computador.

Essa matéria completa você encontra na edição de julho 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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