17.5 C
Nova Iorque
quarta-feira, novembro 27, 2024
Início Revistas Grãos Melhoramento da soja x plantas daninhas

Melhoramento da soja x plantas daninhas

Amarilson de Oliveira Cândido

Engenheiro agrônomo especialista em Agroecologia e doutorando em Fitotecnia – Ecologia Microbiana de Plantas Daninhas – UFV

amarilsonoc@hotmail.com

 Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A cultura da soja constitui-se na mais importante oleaginosa cultivada no mundo. No Brasil a área plantada está próxima dos 30 milhões de hectares, com produtividade esperada para 2016 de mais de 100 milhões de toneladas.

A região centro-oeste continua como a principal produtora da oleaginosa no País, sendo que o Mato Grosso se destaca, e nele o município de Sorriso figurado como o maior produtor mundial dessa commodity.

Nas últimas décadas o aumento constante pelo produto soja promoveu a expansão da área cultivada, mudanças na tecnologia de produção e nos genótipos utilizados. Uma das vertentes de estudos se deu pela presença de plantas daninhas nas lavouras, impedindo que todo o potencial genético da cultura seja expresso.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

As daninhas

As plantas daninhas possuem grande habilidade competitiva nas áreas cultivadas, são eficientes na exploração de recursos do meio ambiente, como água, luz, nutrientes e espaço físico.

Nesse processo de interferência, além da competição em si surge o chamado efeito alelopático, em que várias espécies vegetais liberam substâncias químicas capazes de influenciar negativamente na germinação e/ou crescimento das plantas de soja.

Os prejuízos ocasionados pela interferência das plantas daninhas podem ser de ordem quanti e/ou qualitativa, como a redução causada no rendimento de grãos, que pode atingir níveis de até 90% se nenhuma medida de controle for adotada, redução na estatura das plantas de soja, número de ramos, número de legumes e de grãos por legume, redução no número de nós por caule e no índice de área foliar.

Como efeito negativo da presença das plantas daninhas nas lavouras de soja há, ainda, a possibilidade de serem hospedeiras de pragas, doenças e nematoides, dificultando o controle desses organismos na cultura. Pode, igualmente, encarecer as práticas culturais, dificultar ou impedir a colheita e contaminar os grãos com as sementes de plantas tóxicas, o que inviabiliza seu uso para alimentação.

As plantas daninhas podem trazer sérios prejuízos à lavoura - Crédito Amarilson de Oliveira
As plantas daninhas podem trazer sérios prejuízos à lavoura – Crédito Amarilson de Oliveira

As plantas daninhas podem trazer sérios prejuízos à lavoura - Crédito Amarilson de Oliveira
As plantas daninhas podem trazer sérios prejuízos à lavoura – Crédito Amarilson de Oliveira

As plantas daninhas podem trazer sérios prejuízos à lavoura - Crédito Amarilson de Oliveira
As plantas daninhas podem trazer sérios prejuízos à lavoura – Crédito Amarilson de Oliveira

As plantas daninhas podem trazer sérios prejuízos à lavoura - Crédito Amarilson de Oliveira
As plantas daninhas podem trazer sérios prejuízos à lavoura – Crédito Amarilson de Oliveira

Novidade

Uma das inovações no controle das plantas daninhas veio a partir da criação de cultivares resistentes ao herbicida glyphosate – a soja transgênica. As primeiras plantações de soja transgênica na América Latina ocorreram na Argentina em 1997, e anos depois, mesmo ilegalmente, foram cultivadas no Rio Grande do Sul, e em seguida difundidas para outros Estados brasileiros. Em 2005 finalmente a comercialização no País foi liberada.

Com a legalização do plantio da soja transgênica houve mudanças nos sistemas de controle de plantas daninhas. Agora, em vez de o produtor utilizar uma combinação de produtos herbicidas para combater as plantas daninhas, poderia utilizar um único princípio ativo: os quase 40 produtos ou combinações de produtos utilizados na soja convencional podiam, enfim, ser substituídos por um único princípio ativo.

Os herbicidas podem ser aplicados antes e após a emergência da cultura, flexibilizando as práticas de controle químico das plantas daninhas, o que facilita o uso de sistemas de semeadura direta, proporcionando maior conservação do solo e,consequentemente, a menor contaminação das águas e do ambiente.

Uma das inovações no controle das plantas daninhas veio a partir da cultivares resistentes - Crédito Shutterstock
Uma das inovações no controle das plantas daninhas veio a partir da cultivares resistentes – Crédito Shutterstock

Fique atento

Mesmo a soja resistente a grupos químicos de herbicidas sofre reduções de produtividade quando submetida à competição com plantas daninhas. O controle destas plantas deve ser realizado dentro do período crítico de prevenção a esta interferência, normalmente realizado nos primeiros 30 dias após a emergência.

Em alguns casos o produtor de soja transgênica deixa de fazer o controle das plantas daninhas que nascem antes da semeadura da soja, aproveitando para controlar com a aplicação de pós-emergência feita na cultura. Acontece que o processo de competição entre a cultura e as plantas indesejadas já pode ter se iniciado, trazendo prejuízos à cultura, muitas vezes não sendo observados visualmente pelos agricultores.

O uso excessivo, frequente e algumas vezes inconsequente de um mesmo herbicida na mesma lavoura tem sido uma das principais consequências do aparecimento de plantas daninhas resistentes. Em médio e longo prazos, as plantas daninhas resistentes selecionadas aumentam nas lavouras e começam a causar dificuldades em seu controle.

Resistência

Inúmeros são os casos de resistência de plantas daninhas aos herbicidas, tanto em lavouras de soja convencional quanto naquelas com tecnologia de soja transgênica.

É importante ressaltar que a tecnologia da soja transgênica deve ser utilizada como parte de um programa de manejo integrado para combate das plantas daninhas. Medidas de prevenção e manejo são ferramentas fundamentais para que os herbicidas sejam usados para o controle eficaz e econômico das plantas daninhas na cultura da soja.

Essa matéria completa você encontra na edição de julho 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes