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Podridão-branca causa grandes prejuízos à produção de alho e cebola

Valdir Lourenço Jr.

Ailton Reis

Valter Rodrigues Oliveira

Pesquisadores da Embrapa Hortaliças

 

Crédito Valdir Lourenço Jr
Crédito Valdir Lourenço Jr

A podridão-branca, causada pelo fungo Sclerotiumcepivorum, é a doença mais destrutiva do alho e da cebola.A doença pode causar perdas totais de produção e ocorre em regiões frias, com temperatura na faixa de 10-20°C e alta umidade.

No Brasil, essas condições são encontradas principalmente nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Além do alho e cebola, o fungo também causa doenças em cebolinha e alho poró. Devido à alta severidade da doença e ao longo período que o patógeno sobrevive no solo, diversas áreas se tornaram inviáveis ao cultivo de alho e cebola em algumas regiões brasileiras.

Crédito Valdir Lourenço Jr
Crédito Valdir Lourenço Jr

Em estádios iniciais de desenvolvimento das plantas, o fungo causa tombamento e morte. Os sintomas mais comuns são redução do porte, amarelecimento e secamento das folhas mais velhas, seguido de morte da planta e apodrecimento dos bulbos ou bulbilhos.

Sob condições de alta umidade, observa-se na região das plantas próxima ao solo um crescimento cotonoso e branco, correspondente ao micélio do patógeno. Com o progresso da doença são formados microescleródios, que correspondem a pequenas estruturas circulares e escuras no pseudocaule, bulbo ou bulbilhos infectados.

As raízes também apodrecem, e devido a este apodrecimento as plantas afetadas são facilmente arrancadas do solo. A presença dos microescleródios facilita a diagnose da doença em condições de campo.

Normalmente, a infecção inicia-se na base de bulbilhos e de bulbos de alho e cebola, respectivamente. A dispersão do patógeno ocorre pela água (irrigação e chuva), bulbos, bulbilhos, máquinas, implementos, ferramentas, trânsito de pessoas e embalagens, como caixas e sacos contaminados.

 Crédito Valdir Lourenço Jr
Crédito Valdir Lourenço Jr

Controle

Devido à alta agressividade de S. cepivorum, não há cultivares de alho e cebola resistentes à podridão-branca. O controle químico é pouco eficiente e pode não ser economicamente viável. Até o momento não há fungicidas registrados no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o controle da podridão-branca em cebola.

Por essa razão, recomenda-se adotar as seguintes medidas preventivas para evitar a introdução e dispersão do patógeno nas áreas de cultivo:

â–º Realizar o plantio de alho-semente e mudas de cebola livres da podridão-branca em áreas isentas do patógeno ou em épocas e locais onde as condições climáticas são desfavoráveis à ocorrência da doença;

â–ºEvitar o plantio sucessivo de alho ou cebola na mesma área de cultivo;

â–ºRealizar a limpeza de máquinas, implementos agrícolas e ferramentas;

â–ºSe o talhão estiver com foco da doença, realizar tratos culturais e colheita primeiramente nas áreas sadias;

â–ºEvitar o excesso de adubação e irrigação;

â–ºEvitar o plantio em áreas de baixadas ou sujeitas à alta umidade.

Apesar da rotação de culturas ser eficiente no manejo de diversas doenças, em alho e cebola esse método é pouco efetivo na redução da incidência da podridão-branca, devido ao longo período de tempo de sobrevivência do fungo no solo.

Em áreas contaminadas com o fungo, recomenda-se não realizar o plantio com espécies de aliáceas. Outro método que pode ser utilizado é a solarização do solo, quando a população do fungo estiver baixa. Contudo, esse método é viável para pequenas áreas e regiões com grande incidência de radiação solar.

Essa matéria você encontra na edição de julho 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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