A tendência é dobrar o consumo de cafés especiais para os próximos 10 anos, exigindo dos produtores uma quantidade cada vez maior
Diariamente a cena se repete. Em casa, no trabalho ou na rua. Pessoas sentam e tomam uma xicara de café. O hábito, para alguns, é mecânico, para outros é essencial e prazeroso. Uns tomam para relaxar, outros para se manter acordados e ativos, alguns para fazer uma pausa no trabalho.
Mais forte, mais suave, instantâneo, expresso, orgânico, descafeinado, gourmet. O café, de diferentes culturas, tradições, paladares, aromas e sabores, é praticamente uma unanimidade. E não é só no Brasil. Degustá-lo é um rito!
Mas poucos sabem que a produção de cafés de alta qualidade depende principalmente de um planejamento eficaz de cada etapa da cadeia produtiva, principalmente na pós-colheita: processamento, secagem, beneficiamento e armazenamento do café. Durante esta etapa ocorrem grandes transformações físicas, fisiológicas e bioquímicas nos grãos de café. Assim, todas as atividades nessa fase devem ser bem conduzidas a fim de preservar a qualidade dos frutos vindos da lavoura.
Segundo o agrônomo e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Leandro Paiva, o processamento do pós-colheita bem realizado é importantÃssimo para que todos os benefícios adquiridos anteriormente, ou seja, a qualidade inicial pré-determinada no campo pela interação genótipo e ambiente, fiquem conservados. “O cenário da cafeicultura atual mostra uma tendência cada vez maior para a produção de cafés diferenciados, de alta qualidade, sendo uma alternativa para o produtor agregar valor ao seu produto e aumentar sua rentabilidade“, observa.
O agrônomo explica que alguns produtores, com cafés de melhor qualidade, conseguem preços diferenciados de seus produtos e venda direta a indústrias, cafeterias ou negociação de seus cafés com exportadoras. “Ainda temos poucos cafés considerados especiais sendo comercializados com preço diferenciado. A tendência é dobrarmos a procura de cafés especiais para os próximos 10 anos, exigindo dos produtores uma quantidade cada vez maior“, finaliza.