Adriano de Almeida Frazão
MSc. em Fitotecnia
Berildo de Melo
Doutor e professor de Fruticultura da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
A irrigação na cultura da acerola tem sido usada especialmente em regiões com problemas de insuficiência e/ou má distribuição de chuvas (abaixo de 1.600mm anuais). Àmedida que se reduz a disponibilidade de água, diminui o crescimento do sistema radicular e da parte aérea da planta, porém, a água em excesso provoca diminuição da qualidade do fruto, reduzindo os teores de vitamina C.
O uso da irrigação de forma racional permite, no mÃnimo, a duplicação da produção e o aumento no número de safras.
Segundo Scaloppi (1986), a escolha dos sistemas de rega depende de uma série de fatores técnicos, econômicos e culturais, como as condições específicas da propriedade: 1) recursos hídricos (potencial hídrico, situação topográfica, qualidade e custo da água); 2) topografia; 3) solos (características morfológicas, retenção hÃdrica, infiltração, características químicas e variabilidade espacial); 4) clima (precipitação, ventos e evapotranspiração potencial); 5) culturas (sistema e densidade de plantio, profundidade efetiva do sistema radicular, altura das plantas, exigências agronômicas e valor econômico); 6) aspectos econômicos (custos iniciais, operacionais e de manutenção); 7) fatores humanos (nível educacional, poder aquisitivo, tradição, etc.).
Os tipos de irrigação mais utilizados são: aspersão convencional, microaspersão, gotejamento e por tubos perfurados (xique-xique), por sulco de infiltração com bacias de captação na projeção da copa e irrigação por mangueira no mesmo estilo.
Os sistemas de irrigação por sulcos e gotejamento são indicados para solos argilo-arenosos; já os sistemas de aspersão e microaspersão se prestam melhor aos solos arenosos e areno-argilosos.
Cultura intercalar
O plantio de culturas intercalares é viável em pomares de aceroleiras voltadas à exportação, embora esta prática esteja sujeita a algumas restrições. A principal delas diz respeito ao método de irrigação utilizado: a consorciação só é possível quando se adota a irrigação por aspersão ou se for feita no período de chuvas.
Embora não apresente maiores problemas nos primeiros anos de cultivo, o consórcio entre aceroleiras e mangueiras pode tornar-se bastante difícil, principalmente depois que as mangueiras iniciam a produção econômica ou quando as copas das fruteiras consorciadas começam a se interceptar.
Sérias dificuldades se fazem sentir na tentativa de compatibilizar a irrigação, a adubação e as pulverizações. Estas práticas são específicas para cada cultura e devem ser executadas em épocas pré-determinadas. Então, vai haver uma hora que o produtor terá que eliminar a cultura secundária para não prejudicar a produtividade da fruteira consorciada considerada principal.
Outro fator que define a espécie da cultura a ser consorciada com a acerola é o sistema de irrigação adotado. Nas irrigações por sulco ou aspersão, as limitações restringem-se apenas às espécies de culturas passÃveis de consorciação. Se a irrigação é a localizada, a intercalação de culturas só pode ser feita entre plantas ao longo da fileira.
Porém, se o produtor dispuser a movimentar as linhas laterais dos sistemas deirrigação localizada (gotejamento, microaspersão, tubos perfurados), será possível intercalar outras culturas entre as fileiras de aceroleiras.