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Poder quelante dos aminoácidos favorece as plantas

FotosShutterstock
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A ação quelante dos aminoácidos proporciona uma rápida recuperação da cultura frente a situações de estresse, melhor germinação das sementes, maior retenção de flores e frutos e aumento o teor de brix

Devido ao contínuo avanço do conhecimento sobre os processos biológicos das plantas, tem-se conseguido obter ampla visão das funções dos aminoácidos, desde o ponto de vista morfológico ou estrutural, como moléculas básicas das proteínas, até suas importantes funções bioquímicas e fisiológicas.

Fornecendo-se uma solução com alto teor de aminoácidos livres a uma planta, observa-se que ela os absorve diretamente para que possa fazer uso imediato deles, incorporando-os ao seu metabolismo com uma incontestável economia de energia.

Além disso, caso esse aporte seja feito nas fases críticas do ciclo produtivo da cultura (floração, frutificação, maturação) e nos processos de superação de estados de estresse (hídrico, térmico, salino, transplante, etc.), livramos a planta do trabalho desintetizar os aminoácidos, com uma consequente ajuda energética.

Pode-se afirmar que os aminoácidos livres e peptídicos de baixo peso molecular são substâncias nutritivas de fácil absorção e assimilação, tanto por via foliar como radicular, transportando-se aos órgãos da planta nos quais existe uma maior demanda devido a sua atividade.

Benefícios

Aumento do desenvolvimento do sistema radicular, desbloqueio de nutrientes devido ao poder quelante dos aminoácidos, mais rápida recuperação da cultura frente a situações de estresse, melhor germinação das sementes, maior retenção de flores e frutos, melhor homogeneidade de maturação, maior peso e tamanho dos frutos, aumento do teor de sólidos solúveis e açúcares (brix) em frutos e melhor equilíbrio nutricional das plantas são alguns dos benefícios da aplicação de aminoácidos nas culturas.

“A uniformidade de maturação e a maior coloração dos frutos oriundos de plantas tratadas com aminoácidos são decorrentes da melhor regulação da produção do hormônio etileno, responsável pelo processo de maturação e coloração dos frutos“, afirma o doutor Guilherme Canella, professor de Instituto Federal de São Paulo, campus Barretos.

 Os aminoácidos aumentam o teor de brix dos frutos - FotosShutterstock
Os aminoácidos aumentam o teor de brix dos frutos – FotosShutterstock

Em campo

Segundo os trabalhos conduzidos pelo professor Guilherme Canella, frutos de tomate, pimentão e páprica tratados com aminoácidos apresentaram teores de licopeno superiores aos dos frutos sem aplicação de aminoácidos, reafirmando o efeito positivo dos aminoácidos na maturação e coloração de frutos. “A cultura do melão também apresenta ganhos na qualidade dos seus frutos quando estes são tratados com aminoácidos“, afirma.

Em seus trabalhos realizados em Mossoró (RN), o especialista constatou aumento significativo do número de frutos de primeira qualidade (11%), quando utilizou a aplicação de aminoácidos, via fertirrigação, na dosagem de 400 g/ha de aminoácidos.

Mesmo após a colheita, os aminoácidos aplicados no momento da maturação dos frutos de maçãs e uvas corroboraram para aumentar o tempo de prateleira destas frutas em até sete dias e em frutas, como nêsperas e caqui, houve um ganho de 10 dias na longevidade delas, graças à melhor regulação da produção de etileno.

De olhos bem abertos

Como no Brasil não há uma legislação que realmente estabeleça padrões de qualidade para os aminoácidos, os produtores ficam sujeitos a comprar “gato por lebre“. Teores de aminoácidos totais e livres, ou até mesmo a exigência dos aminogramas dos extratos de aminoácidos utilizados como matérias-primas para a formulação de fertilizantes devem ser rapidamente regulamentados pelo MAPA, a fim de proteger os produtores rurais.

Essa matéria você encontra na edição de agosto 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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