Leonardo Silva Ferreira Leite
Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), iniciação científica pela EPAMIG, membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD_
Ricardo Nascimento Lutfala Paulino
Thales Lenzi Costa Nascimento
Giovani BeluttiVoltolini
Graduandos em Agronomia pela UFLA e membros do GHPD
Devido à crescente demanda por alimentos no mundo, a busca por tecnologias que se mostrem capazes de otimizar os sistemas produtivos, de modo que a produção de alimentos seja aumentada, contudo sem a utilização de novas áreas, é de grande importância, visto que a necessidade de alimentos no mundo é cada vez maior.
Sobretudo, os fertilizantes organominerais vêm contribuindo muito neste sentido, aumentando a eficiência na utilização dos nutrientes, assim como a absorção deles pelas plantas. Aliado a isto, também se pode associar os benefícios de redução na volatilização de nutrientes, quando incorporados ao fertilizante orgânico, garantindo assim maior eficiência.
Conheça melhor
Os fertilizantes organominerais são insumos oriundos da mistura de fertilizantes minerais com orgânicos, em associação, de modo que os mesmos possuam variados nutrientes, sendo estes essenciais às plantas, assim como incrementos na matéria orgânica e CTC do solo.
A atuação destes se dá, em grande parte, na área da nutrição e fertilidade dos solos e, sejam quais forem suas formas, apresentam garantias de qualidade para manutenção das quantidades de elementos oferecidos por volume aplicado.
Desta forma, é possível, então, o cálculo de quantidades adequadas para uma recomendação mais precisa e eficiente.
Redução da volatilização
A utilização do organomineral (ureia + adubo orgânico) na agricultura vem crescendo cada vez mais, visto que os benefícios apresentados pelos mesmos são de grande significância.
Dessa forma, um dos objetivos da utilização desta nova tecnologia (organomineral) é disponibilizar ao solo e às plantas maiores porcentagens de micro e macronutrientes contidas nos fertilizantes.
Entretanto, essa disponibilização pode ser interpretada também como uma redução das perdas dos adubos em situações normais de campo, onde a aplicação ocorreu de forma convencional.
Atentando-se a isto, pesquisas vêm mostrando que quando comparado à utilização de fertilizantes organominerais com outros fertilizantes, incluindo minerais, notou-se que a redução de perdas de ureia por volatilização varia entre 40 e 60%.
Com isso, são vários os fatores que atuam na redução da volatilização da ureia, pois as substâncias contidas na mistura propiciam ao solo, além de uma melhor fertilidade, maior capacidade de retenção de água; redução da compactação do solo, além de aumentar a porosidade do perfil e, em consequência, elevar a capacidade de absorção do solo, o que significa maior quantidade de nutrientes disponível para a planta.
Além disso, um dos fatores que melhor explica essa redução de volatilização é que na mistura do fertilizante mineral com o orgânico, os nutrientes ficam por mais tempo disponíveis para a planta, sendo liberados gradativamente, conforme a microbiota do solo vai degradando a matéria orgânica, obtendo, desta forma, melhor aproveitamento dos mesmos.
Isso ocorre porque a matéria orgânica age como fator quelante, ou seja, “segura“ as partículas dos nutrientes no composto, formando quelatos, então, a perda por volatilização é menor.
Ganhos em produtividade
Os fertilizantes organominerais vêm se mostrando bastante eficientes, podendo proporcionar para o solo e para a planta melhores condições de desenvolvimento, em que maiores produtividades serão consequências.
Como foi mencionado, com a utilização destes organominerais é notável o seu efeito na produtividade, pois a partir das substâncias que o compõem, é possível que ocorra um aumento da disponibilidade de alguns nutrientes, como potássio, cálcio e magnésio, além de disponibilizar micronutrientes, como ferro, manganês, cobre e zinco, e até diminuir a toxidez de alguns metais, como o alumÃnio, para a planta.
Além disso, esses fertilizantes atuam também disponibilizando fósforo não lábil, aquele que fica retido nos coloides do solo, não sendo aproveitado pela planta para sua absorção.
Entretanto, observa-se que com a utilização correta dos fertilizantes organominerais tem-se um melhor aproveitamento dos nutrientes contidos tanto no composto quanto no solo, tornando-os disponíveis para a planta em maiores quantidades, o que acarretará em maior crescimento, desenvolvimento e produtividade da mesma.
Nota-se, ainda, que a partir da utilização do composto há maior conservação do solo, melhorando suas propriedades físicas, sendo o mesmo enriquecido com matéria orgânica e ácidos húmicos.