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Pepino híbrido – Sem amargor e de melhor digestibilidade

André Rocha Duarte

Engenheiro agrônomo, mestre em Fitopatologia e coordenador de Agronomia do Projeto Rondon – CENBEC/FINOM

agronomia@finom.edu.br

CréditoShutterstock
CréditoShutterstock

O pepino (Cucumissativus L.) vem sendo cultivado há pelo menos 3.000 anos, e desde que saiu da Ásia (Centro de origem) vem conquistando o mundo pelos seus diversos atributos, que vão desde a sua frescura em saladas in natura à sua utilidade cosmética, tão adorada desde o Egito antigo até nos dias atuais.

Dentre as cultivares existentes e todas as técnicas de cultivo apresentadas e testadas em centros de pesquisas e universidades, atualmente despontam-se os híbridos ginóicospartenocárpicos, que deixaram para trás o amargor de suas ancestrais do sudeste asiático.

Pesquisa

Embora a pesquisa para o melhoramento genético das cultivares de pepino no mundo vise o aumento de produtividade e suas características visuais, grande parte dos híbridos lançados pelos centros de pesquisa no Brasil e no mundo, no nosso caso destacando-se o Centro Nacional de Pesquisa em Hortaliças – Embrapa Hortaliças, tem o propósito de atendimento de melhoria na produção dos produtores visando aumento dos rendimentos, mas também as demandas dos consumidores, que almejam atender seu paladar.

Digestibilidade

A cultura popular ou a desinformação sempre se relacionou ao fato da baixa digestibilidade do pepino em seu consumo, entretanto, diversos alimentos apresentamesta fama. Mas, o fato da predisposição individual em relação ao mal-estar com diversos alimentos, não só desta hortaliça, aos poucos vai sendo desmistificado pelo avanço da medicina, mesmo porque a presença de enzimas digestivas na casca do pepino o tornam exatamente o contrário daquilo que se imagina.

Os híbridos

Algumas cultivares de pepino vêm sendo substituídos por híbridos por não apresentarem amargor e terem melhor aceitação em mercados específicos, no Estado de São Paulo, por exemplo. Estas cultivares resistiram por anos, e ainda são plantadas em algumas regiões.

Em muitas regiões do Brasil, certas cultivares não são aceitas peloconsumidor, pois o tipo caipira, por exemplo, por apresentar casca verde claro, tem recusa em alguns Estados do Norte do Brasil,  por parecer um produto “passado“, ou seja, que possa estar fora do ponto de consumo. E, em se tratando de consumidor, todo alimento e, em especial as hortaliças, é consumido primeiro com os olhos antes de chegar efetivamente à mesa em suas refeições.

Sementes de pepino híbrido já são amplamente vendidas no mercado nacional e possuem diversas empresas envolvidas nesta comercialização, portanto, produtores de diversos Estados da federação já aplicam em suas áreas.

Cresce a procura pelo pepino híbrido, visto que tem melhor digestibilidade - Crédito Isla
Cresce a procura pelo pepino híbrido, visto que tem melhor digestibilidade – Crédito Isla

Custos x retorno

Relativamente, os custos de aquisição de semente de pepino híbrido não impedem sua aquisição pelo produtor, pois, apesar de elevar os custos fixos, os produtores rurais já possuem a consciência de que vale o gasto. O retorno na aquisição pela indústria, por exemplo, chega a dez centavos a mais pelo quilo do produto.

Comparativamente, o pepino híbrido chega a 80 toneladas por hectare frente às 28 t/ha do pepino tradicional, o que, levando-se em conta o pepino direcionado para indústria, já é um grande avanço. Logo, no varejo, onde os preços são relativamente maiores, o ganho do produtor é considerável.

Os custos comparativos entre as duas opções de sementes no mercado são relativos, pois, em se tratando de agricultura, nunca levamos um fato isolado.Isso porque não se garante produção elevada apenas como a tecnologia da semente, mas com todos os agentes envolvidos.

Tendo isso como premissa básica, devemos considerar que teremos que dar as devidas condições para que o investimento em semente híbrida possa demonstrar todo o seu potencial.

Uma analogia bem simples é a de aquisição de uma Ferrari. Você não conseguirá vencer o Rally Dakar com a sua Ferrari, por mais que ela possua a melhor tecnologia automobilística do mercado, logo, não adianta apostar em sementes híbridas e não lhe proporcionar o ambiente correto ou o complemento com as devidas práticas de manejo da cultura.

Assim, o uso de uma Ferrari terá que ser em estradas pavimentadas para o alcance de seu potencial, o qual foi proposto em seu desenvolvimento, bem como das sementes híbridas de pepino.

Os custos fixos em ambiente tutorado e com o emprego de sementes híbridas, logicamente para o pepino de mesa, pode chegar ao triplo do sistema rasteiro e à não utilização de sementes comuns. Entretanto, o incremento da produtividade poderá ser também triplicado. Como dito na analogia, você não alcançará o máximo de desempenho de sua semente híbrida de forma rasteira.

Se para o plantio de um hectare com sementes comuns despende-se cerca de R$ 550,00, para a aquisição de sementes híbridas serão R$ 1.750,00, entretanto, os ganhos com a aplicação do manejo adequado da cultura em irrigação, adubação, controle de pragas e doenças e o sistema tutorado, os ganhos são consideravelmente maiores, pois, no mínimo, serão nove colheitas para o alcance de coeficientes satisfatórios da produção.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de agosto 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

 

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