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Rabanete híbrido – Mais resistência na lavoura e lucro no negócio

 

A produção por hectare gira em torno de 29 toneladas, sendo uma hortaliça de elevada rentabilidade econômica, por ser de ciclo curto. O híbrido de rabanete apresenta vantagens como maior resistência a doenças, aumento de produtividade (cerca de 25%), maior uniformidade, padronização e qualidade das raízes, precocidade, menor ocorrência de isoporização e rachamento das raízes, melhor conservação pós-colheita e redução de gastos com semente por unidade de área plantada.

Aline Mendes de Sousa Gouveia

Engenheira agrônoma, mestre e doutoranda em Horticultura pela FCA/UNESP – campus de Botucatu (SP)

alinemendesgouveia@gmail.com

Pâmela Gomes Nakada Freitas

Antonio Ismael Inácio Cardoso

Engenheirosagrônomos eprofessoresda UNESP/FCAT e FCA

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Pertencente à família das brassicaceas, o rabanete (Raphanussativus L.) é uma hortaliça de pequeno porte, originário da região mediterrânea, e no Brasil as principais regiões produtoras estão concentradas nas regiões sul e sudeste do País, sendo os Estados de São Paulo e Paraná os maiores produtores.

O perfil da produção conclui que o Estado de São Paulo é responsável pela maior parte da produção nacional, e que os pequenos produtores dali correspondem a 75% desse total e garantem 85% da arrecadação total com esta hortaliça.

O rabanete, apesar de ser uma hortaliça atualmente considerada de pequena importância em termos de área plantada, tem expressiva produção em pequenas propriedades das regiões metropolitanas de grandes centros urbanos.

Estima-se que sua produção por hectare seja em torno de 29 toneladas, sendo uma hortaliça de elevada rentabilidade econômica, por ser de ciclo curto e utilizada como cultura intercalar entre outras culturas de ciclo mais longo, permitindo o sistema consorciado e, com isso, propiciando rápido giro de capital.

Genética

O melhoramento genético no rabanete tem como prioridade atender as necessidades dos produtores rurais em materiais que apresentem boa resistência a doenças, produtividade e qualidade pós-colheita, com o intuito de suprir a demanda do mercado consumidor.

Para isso, a obtenção de materiais (híbridos) mais adaptados às diferentes condições climáticas do País, com qualidade fitossanitária, uniformidade, alta produtividade e qualidade pós-colheita são primordiais para o sucesso do desenvolvimento da cultura.

Vantagens dos híbridos

O híbrido de rabanete, apesar de ser um material mais caro para o produtor, é um importantíssimo insumo no processo de produção, e trabalhar com sementes híbridas apresenta vantagens como maior resistência a doenças, aumento de produtividade (cerca de 25%), maior uniformidade, padronização e qualidade das raízes, precocidade, menor ocorrência de isoporização e rachamento das raízes, melhor conservação pós-colheita e redução de gastos com semente por unidade de área plantada.

Com isso, para se obter uma melhor eficiência é preciso contar com um conjunto de técnicas e de manejo, que para o rabanete, se for adotado o sistema de semeadura direta, no caso de produtores mais tecnificados, com a adoção da agricultura de precisão, há uma redução nos custos com mãodeobra, pois permite a redução e/ou eliminação do desbaste, uma vez que cada semente será colocada no espaçamento exato que dará origem à planta.

Quando da utilização de material híbrido de elevada qualidade fisiológica e sanitária é fundamental também levar em conta o uso de outros insumos, como manejo em adubação e irrigação, e sempre sob a supervisão de um profissional da área, fatores que serão determinantes para explorar o máximo potencial produtivo do híbrido escolhido.

Condições para o rabanete

A cultura do rabanete se adapta melhor a regiões de clima frio ou temperado, o que faz das regiões sul e sudeste as mais propícias para o seu plantio. O cultivo pode ser feito em qualquer época do ano, em regiões de clima ameno, em estufas ou casas de vegetação, mas também, por ser uma cultura que na maior parte das vezes é trabalhada em sistema consorciado com outras, de ciclo mais longo, o cultivo ocorre em condições de campo aberto.

As empresas que trabalham com híbridos de hortaliças estão sempre inovando e buscando lançar novos materiais que mostrem mais aptidãoàs condições climáticas de cada região e isso não é diferente com os híbridos de rabanete. Porém, por ser uma cultura de baixo valor econômico, o lançamento de novos materiais é pouco expressivo em relação às demais hortaliças de maior valor agregado, mas os materiais presentes no mercado atual mostram bons resultados em rendimento, uniformidade e qualidade pós-colheita, que são fatores primordiais para a boa rentabilidade ao produtor rural.

Manejo

Espécie propagada por sementes e intolerante ao transplantio, a semeadura deve ser direta no canteiro a uma profundidade de até 1,5cm, pois suas sementes são diminutas.

Normalmente, o produtor semeia uma quantidade de sementes maior que a necessária para evitar falhas no estande. Deste modo, o gasto com sementes é muito elevado, aproximadamente 25 kg ha-1. Por isso, deve ser feito o desbaste quando as plantas atingirem 5 cm de altura, permanecendo as mais vigorosas.

A mão de obra treinada na semeadura pode reduzir a quantidade de sementes a serem distribuídas no sulco de plantio, com efeito positivo na economia de sementes e na mão de obra requerida na realização do desbaste, a qual representa cerca de 23% da mão de obra demandada em todo o cultivo.

Vários autores afirmam que em espécies de ciclo curto, como é o caso do rabanete, o efeito do vigor das sementes pode ser mantido até o final do ciclo, com menos falhas, maior uniformidade do produto e redução do ciclo, com vantagens aos produtores por poderem realizar a colheita antecipadamente, com menor custo de produção. Portanto, pode-se afirmar que a semente é o principal insumo nesta cultura.

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Hortifrúti, edição de setembro 2016. Adquira a sua para leitura completa.

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