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Café em cápsulas – Porteira adentro

Orlando Nakao e André Nakao, pai e filho, produtores de café na Fazenda Serra Negra - Crédito Luize Hess
Orlando Nakao e André Nakao, pai e filho, produtores de café na Fazenda Serra Negra – Crédito Luize Hess

Orlando Massayoshi Nakao e André Mazzi Nakao são pai e filho, produtores de café na Fazenda Serra Negra, no município de Patrocínio (MG), onde cultivam 180 hectares de café Bourbon vermelho e amarelo, Catuaí vermelho e amarelo, Mundo Novo, IAC 125 e Acaiá.

“Quando começamos a torrefação, em abril de 2014, apareceram os primeiros encapsulamentos, mas eram todos importados, primeiramente de Portugal. Achamos interessante, pela praticidade do processo. Para o encapsulamento, é preciso selecionar os grãos para atender a forma de produção, que é um pouco diferente do café espresso. Como é utilizada uma quantidade menor de café na cápsula (cinco gramas), buscamos opções com mais intensidade para este fim“, explica André Nakao.

Do volume total produzido na fazenda, uma parte é comercializada em grãos, outra na forma moída, outra em cápsulas e o restante é exportado. O café encapsulado é oferecido em três versões, com a marca Mitsuo Nakao, em homenagem ao avô de André, cada uma sendo uma variedade diferente e colocada em uma cor de embalagem para sua identificação.

Os cafés da Fazenda Serra Negra já eram especiais, e por isso não foi preciso mudar muito o manejo para o processo de encapsulamento, mas apenas a seleção dos grãos, com direcionamento no processo de benefício.

Orlando Massayoshi conta que uma das mudanças aconteceu no benefício do café, que antes era feito com forno direto, o que deixava o grão com cheiro de fumaça. A partir de 2009 foi instalada a caldeira, e a secagem passou a ser feita com água quente.

“Para não haver contato, os radiadores emitem o calor. O café passa pela máquina de limpar, pelo classificador, pela mesa densimétrica e segue para a mesa eletrônica. No beneficiamento a casca é retirada e no rebeneficiamento o café é separado, quando são retirados os defeituosos, que são indesejados“, detalha o patriarca.

 Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

Mercado

Para o encapsulamento do café, os produtores começaram por procurar o mercado que seria atendido. “Quando começamos, poucas pessoas faziam as cápsulas. Tínhamos acabado de implantar a torrefação, e como existia a demanda do café encapsulado, resolvemos atender. De lá pra cá a demanda está crescente, principalmente nos grandes centros“, relata Orlando Massayoshi, que atualmente fornece para todo o Brasil, desde cafeterias, empórios, lojas especializadas em café e supermercados.

O encapsulamento é feito por uma empresa terceirizada que fica em Cravinhos (SP), e segue para o mercado.

 Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

Características de bebida

Bourbon Possui bom corpo, doçura, com o chocolate amargo e acidez muito presentes.
Catuaí Café de intensidade menor, com acidez pronunciada. Muito apreciado pelos japoneses, por ser mais suave.
Mundo Novo Tradicional, com mais intensidade que o Bourbon.

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

Mais valor com o café encapsulado

Segundo Orlando Massayoshi, o encapsulamento tem um custo de produção maior, devido à embalagem e aos impostos. “Olhando apenas para o café, de produto final conseguimos agregar 50% com a cápsula. Se contabilizássemos apenas o valor do café por cápsula, esse ganho chegaria a 600%, mas, devido aos custos mais altos com essa produção, cai para 7%. Ainda assim, compensa, por ser uma forma de diversificação“, considera.

Os produtores Orlando e André na lavoura de café - Crédito Luize Hess
Os produtores Orlando e André na lavoura de café – Crédito Luize Hess

Planos

O mercado de cafés especiais cresce muito rápido, e o de cápsulas acompanha essa tendência. Atualmente, Orlando e André comercializam, por mês, de 12 a 15 mil cápsulas. Segundo eles, o consumidor tem apostado neste café porque ele fica pronto em 20 segundos, indo de encontro à praticidade que o dia a dia exige, e tem custo acessível.

“Quando decidimos partir para o mercado de café encapsulado, precisamos criar a embalagem. Começamos com uma expectativa de que seria apenas um pequeno mix, com apenas um tipo de cápsula. Mas a primeira produção nossa, que acreditávamos que seria escoada em três meses, esgotou em 20 dias. Então, fizemos uma segunda produção, e com o passar do tempo nossa escala começou a ser industrial. As pessoas que experimentavam nas lojas gostavam muito do nosso café, e a propaganda foi boca a boca. Ganhamos realmente pela qualidade“, orgulham-se os produtores.

Orlando Nakao verificando a qualidade do café - Crédito Luize Hess
Orlando Nakao verificando a qualidade do café – Crédito Luize Hess

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Grãos, edição de setembro 2016. Adquira a sua para leitura completa.

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